quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nojentos e estranhos, mas extremamente importantes

Ao olhar para um peixe-bruxa, provavelmente vai achá-lo nojento. Mas essas criaturas, muitas vezes ignoradas, desempenham um papel essencial no ecossistema do oceano, e você pode querer saber mais sobre elas antes de serem extintas.
Na semana passada, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) anunciou os resultados de um estudo acerca das 76 espécies conhecidas de peixes-bruxa, e as notícias não foram boas. De acordo com a pesquisa, realizada em associação com a Conservation International (CI), uma espécie de peixe-bruxa está criticamente ameaçada, duas estão ameaçadas, seis estão vulneráveis à extinção e duas estão quase ameaçadas. Outras 30 serão listadas na Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas, como “dados insuficientes”, ou seja, não há informações suficientes para avaliar sua viabilidade em estado selvagem.
Os peixes-bruxa ajudam a manter saudável o ecossistema oceânico e auxiliam também no processo de manter abundantes várias espécies de peixes exploradas comercialmente. “Ao consumir os animais mortos que caíram no fundo do oceano, esses peixes limpam o chão e criam um ambiente rico para outras espécies, incluindo peixes comerciais, como o bacalhau”, explica o principal autor do estudo, Landon Knapp. “A presença de peixes-bruxa em áreas de intensa pesca é extremamente importante.”
Além de seu papel no oceano, também são capturados para uso como alimento ou na fabricação do couro.
“Os peixes-bruxa são um grande exemplo de uma dessas espécies ‘não-tão-bonitas’ que desempenham um papel vital na saúde do ecossistema”, conta Cristiane Elfes, oficial de programa da Unidade de Avaliação da Biodiversidade da CI-IUCN. “Este estudo destaca o impacto que temos sobre esses animais e a importância de protegê-los para manter a estabilidade dos ecossistemas do oceano.
Essas enguias antigas excretam um muco viscoso como mecanismo de defesa, tornando sua captura muito difícil para os predadores. Têm três corações acessórios, não têm vértebras nem olhos reais, e nascem como hermafroditas. Eles são um elo com um mundo mais antigo, e seria melhor não nos esquecermos deles.

Fonte: Scientific American

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