Devido ao contínuo desenvolvimento do Instituto de Pesquisa de Inteligência Extraterrestre (SETI), na Califórnia, é possível que mais tarde ou mais cedo seja encontrada Inteligência Extraterrestre. Devido à lei de Moore (proposta pelo co-fundador da Intel, Gordon E. Moore, que propõe a duplicação da capacidade dos computadores a cada um ou dois anos), essa situação torna-se cada vez mais provável. De acordo como o astrónomo e fundador do SETI, Frank Drake, as pesquisas actuais são 100 triliões de vezes mais eficientes do que há 50 anos, e não existe previsão para o fim dessas melhorias. Se existir um ET lá fora, será estabelecido contacto. O que acontecerá quando o fizermos? Como será a resposta deles?
Questões como essas, mesmo no âmbito da ficção científica, são cada vez mais seriamente consideradas pelo mais antigo e um dos mais prestigiados jornais científicos do mundo ─ Philosophical Transactions of the Royal Society A ─ que dedicou 17 artigos da edição de Fevereiro à “Detecção de Vida Extraterrestre e suas Consequências para a Ciência e Sociedade”. Por exemplo, várias teorias sugerem que a sociedade colapsará devido ao medo e/ou anarquia generalizada; ou que os cientistas e políticos se vão unir numa conspiração para ocultar a verdade.
De acordo com Stephen Hawking, não temos motivos para falar sobre isso. “Só precisamos de olhar para nós mesmos para ver como a vida inteligente se pode desenvolver e resultar em algo que não gostaríamos de encontrar”, referiu em documentários do Discovery Chanel. “Eu imaginava-os a viajar em naves robustas, depois de terem esgotado todos os recursos naturais de seus planetas de origem. Exra-terrestres tão avançados talvez pudessem-se ter tornado nómadas, tentando conquistar e colonizar qualquer planeta que encontrassem”. Considerando a história de confrontos entre civilizações terrestres, nas quais os mais avançados escravizavam ou destruíam os menos desenvolvidos, Hawking conclui: “Se os extra-terrestres nos visitarem um dia, eu acredito que o resultado seria muito parecido com o que aconteceu quando Cristovão Colombo chegou à América, o que não foi muito agradável para os nativos americanos”.
Na verdade, qualquer civilização capaz de empreender longas viagens espaciais terá que ter avançado muito para lá do colonialismo explorador e de fontes de energia não sustentáveis. Escravizar os nativos e apoderar-se dos seus recursos pode ser lucrativo a curto prazo para as civilizações terrestres, mas essa estratégia poderá não persistir nas dezenas de milhares de anos necessárias para as viagens espaciais interestelares.
Na verdade, qualquer civilização capaz de empreender longas viagens espaciais terá que ter avançado muito para lá do colonialismo explorador e de fontes de energia não sustentáveis. Escravizar os nativos e apoderar-se dos seus recursos pode ser lucrativo a curto prazo para as civilizações terrestres, mas essa estratégia poderá não persistir nas dezenas de milhares de anos necessárias para as viagens espaciais interestelares.
Nesse contexto podemos entender que as civilizações extraterrestres nos pressionam a considerar a Natureza e o progresso da civilização terrestre, e nos dão a esperança de que se ou quando estabelecermos contacto, pelo menos uma inteligência terá conseguido atingir um nível no qual a incorporação de novas tecnologias substituiu o controlo e manipulação das pessoas e a exploração do espaço superou a conquista de terras.
Fonte: Scientific American
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