quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Descoberta "revolucionária" abre a porta a novas terapias

Um grupo de cientistas do Japão descobriu que é possível criar rapidamente células pluripotenciais (capazes de produzir vários tipos de células) a partir de células sanguíneas adultas, sujeitando-as a elevados níveis de stress, numa experiêcia que pode revolucionar o campo da medicina regenerativa personalizada.
De acordo com o artigo publicado na revista 'Nature', os cientistas usaram células adultas de ratos que deixaram praticamente morrer, expondo-as a traumas, níveis baixos de oxigénio ou a um banho de ácido de apenas 30 minutos. No espaço de dias, os cientistas descobriram que as células sobreviveram e recuperaram do estímulo stressante a que tinham sido sujeitas, recuando a um estado semelhante ao de uma célula estaminal.
"Esta técnica é de facto revolucionária", disse o professor Dusko Ilic, do Kings College, em Londres, na conferência de imprensa sobre a descoberta.
As novas células criadas, apelidadas de STAP (iniciais em inglês da expressão pluripotência adquirida accionada por estímulos), permitiram criar diferentes tipos de tecidos ou células, dependendo do ambiente em que foram depois inseridas. Se este mecanismo puder ser duplicado em células humanas, poderá diminuir o tempo necessário para criar terapias celulares regenerativas personalizadas.
A BBC dá como exemplo o caso da degeneração macular relacionada com a idade, que provoca a perda de visão. São necessários dez meses e elevados custos para partir de uma amostra de pele de um paciente para uma terapia que pode ser injetada no seu olho. O professor de medicina regenerativa no University College de Londres, Chris Mason, diz que a nova técnica pode retirar semanas a esse procedimento e poupar muito dinheiro.
Estas novas células STAP são criadas sem o recurso a um embrião, o que no passado desencadeou um debate ético sobre o uso de embriões humanos (que poderiam ser destruídos no processo).
A partir das células STAP os cientistas conseguiram ainda criar embriões de ratos.

Fonte: Diário de Notícias

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