Descoberta foi feita por equipa internacional que integra o astrofísico português Nuno Santos, da Universidade do Porto.
Os planetas rochosos como a Terra são a regra, e não a exceção, na Via Láctea. Esta é a grande conclusão de um estudo feito por um grupo internacional de astrofísicos, do qual faz parte o português Nuno Santos, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP).
A equipa fez a primeira estimativa de sempre do número de planetas rochosos que orbitam anãs-vermelhas (estrelas de pequena massa e pouco brilhantes, que são as mais comuns na Via Láctea), e chegou ao número "surpreendente de dezenas de milhares de milhões de planetas, só na Via Láctea", disse Xavier Bonfils, do Observatório de Genebra, e primeiro autor do artigo.
A descoberta tem "uma mensagem clara", afirmou por seu turno ao DN o português Nuno Santos. "Provavelmente, a maioria das estrelas que existem têm planetas rochosos em volta", diz o astrofísico do CAUP, sublinhando que "isto abre grandes expectativas para existência de vida noutros planetas, e dá-nos ainda mais alento para desenvolver novos instrumentos capazes de os detetar".
O investigador português não adianta prazos para a descoberta de vida noutros sistemas solares. " É difícil de prever", diz. "Neste momento estamos a tentar descobrir planetas potencialmente habitáveis em torno de estrelas próximas e depois de termos um catálogo é necessário desenvolver a capacidade para detetar vida. Pode ainda levar algum tempo para termos essa capacidade instrumental".
Para realizar o estudo e a estimativa, que foi já aceite para publicação na revista Astronomy&Astrophysics, o grupo internacional usou o espetrógrafo HARPS, do European Southern Observatory (ESO), com o qual observou uma amostra de 102 anãs-vermelhas ao longo de seis anos. Nesta amostra foram detetados nove planetas do tipo super-terras, (com massas entre uma e 10 vezes a massa da Terra), incluindo dois na zona de habitabilidade, o Gliese 581d e o Gliese 667Cc, que foram notícia aquando da sua descoberta.
Este último, o segundo planeta indentificado já este ano, em fevereiro, apesar de ter quatro vezes mais massa do que a Terra, é o exoplaneta mais parecido com a Terra até hoje encontrado. Além disso, está exatamente no centro da zona de habitabilidade em relação à sua estrela. Ou seja pode ter a temperatura e as condições certas para poder albergar água no estado líquido.
Tudo isto indica que os instrumentos de nova geração para deteção destes novos mundos, como ESPRESSO, um espetrógrafo de alta de resolução que será instalado nos telescópios VLT (Very Large Telescopes) do ESO, no deserto de Atacama, nos próximos anos, terão muitos planetas destes para descobrir. "Estamos a apostar no futuro", diz o investigador, cuja equipa está envolvida também no desenvolvimento do ESPRESSO para o VLT.
"O ESPRESSO tem uma participação muito importante de Portugal, liderada por nós, no CAUP, com colaboração de colegas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Estamos a desenhar e a construir alguns dos componentes chave do instrumento. Este projeto vai-nos permitir dar um passo muito importante para construir o tal catálogo de planetas de que falei", conclui o investigador do CAUP.
Fonte: Diário de Notícias
Os planetas rochosos como a Terra são a regra, e não a exceção, na Via Láctea. Esta é a grande conclusão de um estudo feito por um grupo internacional de astrofísicos, do qual faz parte o português Nuno Santos, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP).
A equipa fez a primeira estimativa de sempre do número de planetas rochosos que orbitam anãs-vermelhas (estrelas de pequena massa e pouco brilhantes, que são as mais comuns na Via Láctea), e chegou ao número "surpreendente de dezenas de milhares de milhões de planetas, só na Via Láctea", disse Xavier Bonfils, do Observatório de Genebra, e primeiro autor do artigo.
A descoberta tem "uma mensagem clara", afirmou por seu turno ao DN o português Nuno Santos. "Provavelmente, a maioria das estrelas que existem têm planetas rochosos em volta", diz o astrofísico do CAUP, sublinhando que "isto abre grandes expectativas para existência de vida noutros planetas, e dá-nos ainda mais alento para desenvolver novos instrumentos capazes de os detetar".
O investigador português não adianta prazos para a descoberta de vida noutros sistemas solares. " É difícil de prever", diz. "Neste momento estamos a tentar descobrir planetas potencialmente habitáveis em torno de estrelas próximas e depois de termos um catálogo é necessário desenvolver a capacidade para detetar vida. Pode ainda levar algum tempo para termos essa capacidade instrumental".
Para realizar o estudo e a estimativa, que foi já aceite para publicação na revista Astronomy&Astrophysics, o grupo internacional usou o espetrógrafo HARPS, do European Southern Observatory (ESO), com o qual observou uma amostra de 102 anãs-vermelhas ao longo de seis anos. Nesta amostra foram detetados nove planetas do tipo super-terras, (com massas entre uma e 10 vezes a massa da Terra), incluindo dois na zona de habitabilidade, o Gliese 581d e o Gliese 667Cc, que foram notícia aquando da sua descoberta.
Este último, o segundo planeta indentificado já este ano, em fevereiro, apesar de ter quatro vezes mais massa do que a Terra, é o exoplaneta mais parecido com a Terra até hoje encontrado. Além disso, está exatamente no centro da zona de habitabilidade em relação à sua estrela. Ou seja pode ter a temperatura e as condições certas para poder albergar água no estado líquido.
Tudo isto indica que os instrumentos de nova geração para deteção destes novos mundos, como ESPRESSO, um espetrógrafo de alta de resolução que será instalado nos telescópios VLT (Very Large Telescopes) do ESO, no deserto de Atacama, nos próximos anos, terão muitos planetas destes para descobrir. "Estamos a apostar no futuro", diz o investigador, cuja equipa está envolvida também no desenvolvimento do ESPRESSO para o VLT.
"O ESPRESSO tem uma participação muito importante de Portugal, liderada por nós, no CAUP, com colaboração de colegas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Estamos a desenhar e a construir alguns dos componentes chave do instrumento. Este projeto vai-nos permitir dar um passo muito importante para construir o tal catálogo de planetas de que falei", conclui o investigador do CAUP.
Fonte: Diário de Notícias
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