"Aqui está este grupo grande e diversificado de animais, e não sabíamos como eles estavam relacionados entre si", disse Casey Dunn, um biólogo evolucionista da Universidade Brown, que se especializou na construção de árvores evolutivas. Alguns ramos eram bem conhecidos, disse Dunne: "mas o que realmente faltava era uma amplitude de amostragem."
Num artigo na revista Nature, os pesquisadores da Brown e instituições colaboradoras têm reunido a filogenia mais abrangente - árvore evolucionária - para moluscos. Para realizar essa façanha, a equipa recolheu espécimes difíceis de encontrar através de um esforço de amostragem global, incluindo um grupo de organismos que, até recentemente, se julgava estar extinto há milhões de anos. A equipa sequenciou milhares de genes a partir de amostras e comparou-os através de análises computacionais intensivas, envolvendo o supercomputador de Brown, que a Universidade instalou em 2009.
O resultado: A filogenia dos moluscos está agora "resolvida em larga escala", disse Dunn, professor assistente de biologia no Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária e autor do estudo.
O estudo é notável também porque é o primeiro a colocar o grupo Monoplacophora, o misterioso grupo de animais do oceano profundo que se assemelham a lapas. Os cientistas pensavam que o grupo estava extinto, até que um espécime foi capturado em 1952 na costa do México. Uma expedição em 2007, liderada por Nerida Wilson, agora no Museu da Austrália e um dos autores do estudo, recolheu alguns monoplacophorans ao largo da costa da Califórnia. A equipa extraiu o material genético - numa tentativa única de obtenção das assinaturas genéticas necessárias para determinar como é que os monoplacophorans se encaixam na árvore genealógica dos moluscos.
O resultado foi surpreendente: os monoplacophorans estão próximos dos cefalópodes, que incluem polvos, lulas e nautilus. "Os cefalópodes são tão diferentes de todos os outros moluscos, que era muito difícil entender com quem é que eles estão relacionados. Eles não se encaixam no resto do grupo", disse Dunn. "Agora, temos uma situação onde dois dos grupos mais enigmáticos dentro dos moluscos aparentam ser grupos irmãos."
Numa reviravolta interessante, os paleontólogos haviam descrito o relacionamento monoplacophoran-cefalópode na década de 1970, apoiando a sua reivindicação na evidência de que os mais antigos cefalópodes e monoplacophorans fossilizados apresentavam conchas com câmaras internas. Os monoplacophorans modernos ainda carregam conchas, mas já não têm câmaras. "Quando chegamos com estes dados a um nível de genoma, acabamos por ressuscitar esta hipótese velha da paleontologia", disse Dunn. Os resultados da análise genéticos mostram que os paleontólogos estavam certos.
Ao estabelecer a estreita relação evolutiva entre monoplacophorans e cefalópodes, os pesquisadores dizem ter respondido diretamente à pergunta de uma única origem para moluscos sem casca. Essa espécie ancestral ainda não é conhecida, mas o grupo está confiante de que monoplacophorans e cefalópodes apresenteam mais em comum, evolutivamente falando, com moluscos com concha do que com os grupos de moluscos sem concha aplacophora e polyplacophora.
"O que descobrimos é que esses moluscos parecidos com vermes (aplacophora) e chitons (Polyplacophora) estão mais intimamente relacionados uns com os outros, e divergiram antes da origem da concha", disse Dunn. "Eles são moluscos, mas eles formaram esse grupo que se separou antes das conchas virem junto."
Ao todo, a equipa recolheu amostras de 15 espécies. Pesquisadores da Brown University e Harvard sequenciaram centenas de milhares de sequências de genes e compararam as sequências genéticas com o que se sabe sobre a composição genética de outras espécies de moluscos.
"Estamos a tentar entender como é que essas espécies estão relacionadas, quais as suas relações evolutivas. Fazemos isso através da análise das partes conservadas dos seus genomas e construimos uma árvore evolutiva", disse Stephen Smith, pesquisador pós-doutorado na Brown e primeiro autor do estudo, que projetou a análise genética computacional.
Num artigo na revista Nature, os pesquisadores da Brown e instituições colaboradoras têm reunido a filogenia mais abrangente - árvore evolucionária - para moluscos. Para realizar essa façanha, a equipa recolheu espécimes difíceis de encontrar através de um esforço de amostragem global, incluindo um grupo de organismos que, até recentemente, se julgava estar extinto há milhões de anos. A equipa sequenciou milhares de genes a partir de amostras e comparou-os através de análises computacionais intensivas, envolvendo o supercomputador de Brown, que a Universidade instalou em 2009.
O resultado: A filogenia dos moluscos está agora "resolvida em larga escala", disse Dunn, professor assistente de biologia no Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária e autor do estudo.
O estudo é notável também porque é o primeiro a colocar o grupo Monoplacophora, o misterioso grupo de animais do oceano profundo que se assemelham a lapas. Os cientistas pensavam que o grupo estava extinto, até que um espécime foi capturado em 1952 na costa do México. Uma expedição em 2007, liderada por Nerida Wilson, agora no Museu da Austrália e um dos autores do estudo, recolheu alguns monoplacophorans ao largo da costa da Califórnia. A equipa extraiu o material genético - numa tentativa única de obtenção das assinaturas genéticas necessárias para determinar como é que os monoplacophorans se encaixam na árvore genealógica dos moluscos.
O resultado foi surpreendente: os monoplacophorans estão próximos dos cefalópodes, que incluem polvos, lulas e nautilus. "Os cefalópodes são tão diferentes de todos os outros moluscos, que era muito difícil entender com quem é que eles estão relacionados. Eles não se encaixam no resto do grupo", disse Dunn. "Agora, temos uma situação onde dois dos grupos mais enigmáticos dentro dos moluscos aparentam ser grupos irmãos."
Numa reviravolta interessante, os paleontólogos haviam descrito o relacionamento monoplacophoran-cefalópode na década de 1970, apoiando a sua reivindicação na evidência de que os mais antigos cefalópodes e monoplacophorans fossilizados apresentavam conchas com câmaras internas. Os monoplacophorans modernos ainda carregam conchas, mas já não têm câmaras. "Quando chegamos com estes dados a um nível de genoma, acabamos por ressuscitar esta hipótese velha da paleontologia", disse Dunn. Os resultados da análise genéticos mostram que os paleontólogos estavam certos.
Ao estabelecer a estreita relação evolutiva entre monoplacophorans e cefalópodes, os pesquisadores dizem ter respondido diretamente à pergunta de uma única origem para moluscos sem casca. Essa espécie ancestral ainda não é conhecida, mas o grupo está confiante de que monoplacophorans e cefalópodes apresenteam mais em comum, evolutivamente falando, com moluscos com concha do que com os grupos de moluscos sem concha aplacophora e polyplacophora.
"O que descobrimos é que esses moluscos parecidos com vermes (aplacophora) e chitons (Polyplacophora) estão mais intimamente relacionados uns com os outros, e divergiram antes da origem da concha", disse Dunn. "Eles são moluscos, mas eles formaram esse grupo que se separou antes das conchas virem junto."
Ao todo, a equipa recolheu amostras de 15 espécies. Pesquisadores da Brown University e Harvard sequenciaram centenas de milhares de sequências de genes e compararam as sequências genéticas com o que se sabe sobre a composição genética de outras espécies de moluscos.
"Estamos a tentar entender como é que essas espécies estão relacionadas, quais as suas relações evolutivas. Fazemos isso através da análise das partes conservadas dos seus genomas e construimos uma árvore evolutiva", disse Stephen Smith, pesquisador pós-doutorado na Brown e primeiro autor do estudo, que projetou a análise genética computacional.
Fonte: Science Daily
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