Trabalhando com ratos, pesquisadores da Washington University School of Medicine em St. Louis mostraram que se pode utilizar scans do cérebro para testar rapidamente se as drogas aumentam os níveis de uma substância química cerebral conhecido como dopamina.
Num estudo publicado no ano passado, o mesmo grupo concluiu que o aumento dos níveis de dopamina nos ratos alivia o défice de atenção causado pela neurofibromatose tipo 1 (NF1), uma condição que afeta mais de 100.000 pessoas nos Estados Unidos. Cerca de 60-80% das crianças com NF1 têm algum tipo de problema de défice de atenção.
"Muitas crianças com NF1 debatem-se esse problema, e a procura de formas para ajudar a aliviar problemas de atenção é uma alta prioridade", diz David H. Gutmann, MD, PhD, e professor de Neurology. "A técnica que nós refinámos pode tornar possível a aplicação de tratamentos específicos para os pacientes com NF1 e défice de atenção, que são os que têm maior probabilidade de beneficiar com os tratamentos." Os resultados foram publicados na revista Experimental Neurology.
Os sintomas de défice de atenção associados a NF1 são semelhantes aos que afectam as crianças na população em geral. Mas não está claro se as mudanças no cérebro que estão por trás desses problemas em crianças com NF1 são similares às mudanças cerebrais que causam défice de atenção na população em geral.
"Este modelo de rato pode não ser um modelo perfeito para todas as formas de défice de atenção, mas é um modelo fantástico para um tipo de disfunção do sistema de atenção", diz Gutmann. "Uma maior compreensão do que está errado em algumas crianças com NF1 pode levar a novos avanços sobre uma ampla variedade de problemas de atenção."
Gutmann é diretor do Neurofibromatose (NF) Center da Universidade Washington, um centro de referência nacional para os pacientes com todas as formas de neurofibromatose. O centro atua em pesquisa científica básica e ensaios clínicos, com o objetivo de desenvolver novas abordagens inovadoras para o tratamento de pacientes com NF.
Gutmann e os seus colegas criaram murganhos geneticamente modificados que desenvolvem problemas de atenção e tumores cerebrais relacionados com NF1.
No ano passado, Gutmann mostrou que uma dessas linhas de ratos tinha níveis mais baixos de dopamina numa parte do cérebro. Após o tratamento com a droga Ritalina, tanto os níveis cerebrais de dopamina como os défices de atenção nesses murganhos foram restaurados para valores normais.
"Antes do nosso estudo, não havia base molecular para a utilização de Ritalina para tratar crianças com NF1 e défices de atenção, por isso o seu uso dependia da prática do pediatra, a gravidade do défice de atenção e o quão confortáveis estavam os pais com o uso de medicação, "Gutmann afirma. "Em geral, apenas as crianças mais afetadas são tratadas, mas isso pode mudar no futuro."
Para o novo estudo, Gutmann colaborou com Robert Mach, PhD, professor de radiologia, que tinha vindo a trabalhar com um agente de imagem, raclopride, que se liga a receptores de dopamina no cérebro. As moléculas de raclopride podem ser detectadas por tomografia por emissão de positrões (PET).
Quando Jinbin Xu, PhD, professor de pesquisa em radiologia, usou raclopride para testar os níveis de dopamina em ratos não tratados, níveis mais baixos de dopamina no cérebro permitiram uma maior ligação do raclopride, criando uma imagem mais brilhante na análise de PET. Após o tratamento com ritalina, a ligação do raclopride diminuiu.
"Esta descoberta sugere que o raclopride avaliado por PET poderia ser usado como uma plataforma para testes pré-clínicos de medicamentos que podem afetar os níveis de dopamina do cérebro", diz Gutmann. "Podemos obter uma imagem numa hora e avaliar os efeitos da droga sobre o comportamento do rato num dia."
Cientistas da Universidade de Washington, incluindo David Wozniak, PhD, e Kelly Diggs-Andrews, PhD, e o ex-investigador da Universidade de Washington Jackie Brown, PhD, utilizaram o novo método para testar drogas adicionais. Um composto desenvolvido para bloquear a reciclagem de dopamina foi bem sucedido em restaurar os níveis de dopamina. Em contraste, uma outra droga, atualmente avaliada num ensaio clínico de problemas de aprendizagem em crianças com NF1, não aumentou os níveis de dopamina ou corrigiu o défice de atenção.
A realização de testes semelhantes em crianças, que utilizam a tecnologia PET atual, envolve a exposição a uma quantidade significativa de radiação, afirma Gutmann. No entanto, já está disponível um scanner novo na Universidade de Washington que combina PET e MRI e reduz a exposição à radiação, tornando-se possível considerar este método como viável para as crianças com NF1.
"No futuro prevemos um processo de prescreening que identifica crianças com níveis de dopamina reduzida com maior probabilidade de responder a Ritalina ou a outros medicamentos", diz Gutmann. "À medida que aprendemos mais sobre as diferentes formas de défice de atenção nessas crianças, pode ser possível usar os dados de prescreening e testes pré-clínicos de drogas em modelos de rato para selecionar a melhor droga para cada paciente."
Num estudo publicado no ano passado, o mesmo grupo concluiu que o aumento dos níveis de dopamina nos ratos alivia o défice de atenção causado pela neurofibromatose tipo 1 (NF1), uma condição que afeta mais de 100.000 pessoas nos Estados Unidos. Cerca de 60-80% das crianças com NF1 têm algum tipo de problema de défice de atenção.
"Muitas crianças com NF1 debatem-se esse problema, e a procura de formas para ajudar a aliviar problemas de atenção é uma alta prioridade", diz David H. Gutmann, MD, PhD, e professor de Neurology. "A técnica que nós refinámos pode tornar possível a aplicação de tratamentos específicos para os pacientes com NF1 e défice de atenção, que são os que têm maior probabilidade de beneficiar com os tratamentos." Os resultados foram publicados na revista Experimental Neurology.
Os sintomas de défice de atenção associados a NF1 são semelhantes aos que afectam as crianças na população em geral. Mas não está claro se as mudanças no cérebro que estão por trás desses problemas em crianças com NF1 são similares às mudanças cerebrais que causam défice de atenção na população em geral.
"Este modelo de rato pode não ser um modelo perfeito para todas as formas de défice de atenção, mas é um modelo fantástico para um tipo de disfunção do sistema de atenção", diz Gutmann. "Uma maior compreensão do que está errado em algumas crianças com NF1 pode levar a novos avanços sobre uma ampla variedade de problemas de atenção."
Gutmann é diretor do Neurofibromatose (NF) Center da Universidade Washington, um centro de referência nacional para os pacientes com todas as formas de neurofibromatose. O centro atua em pesquisa científica básica e ensaios clínicos, com o objetivo de desenvolver novas abordagens inovadoras para o tratamento de pacientes com NF.
Gutmann e os seus colegas criaram murganhos geneticamente modificados que desenvolvem problemas de atenção e tumores cerebrais relacionados com NF1.
No ano passado, Gutmann mostrou que uma dessas linhas de ratos tinha níveis mais baixos de dopamina numa parte do cérebro. Após o tratamento com a droga Ritalina, tanto os níveis cerebrais de dopamina como os défices de atenção nesses murganhos foram restaurados para valores normais.
"Antes do nosso estudo, não havia base molecular para a utilização de Ritalina para tratar crianças com NF1 e défices de atenção, por isso o seu uso dependia da prática do pediatra, a gravidade do défice de atenção e o quão confortáveis estavam os pais com o uso de medicação, "Gutmann afirma. "Em geral, apenas as crianças mais afetadas são tratadas, mas isso pode mudar no futuro."
Para o novo estudo, Gutmann colaborou com Robert Mach, PhD, professor de radiologia, que tinha vindo a trabalhar com um agente de imagem, raclopride, que se liga a receptores de dopamina no cérebro. As moléculas de raclopride podem ser detectadas por tomografia por emissão de positrões (PET).
Quando Jinbin Xu, PhD, professor de pesquisa em radiologia, usou raclopride para testar os níveis de dopamina em ratos não tratados, níveis mais baixos de dopamina no cérebro permitiram uma maior ligação do raclopride, criando uma imagem mais brilhante na análise de PET. Após o tratamento com ritalina, a ligação do raclopride diminuiu.
"Esta descoberta sugere que o raclopride avaliado por PET poderia ser usado como uma plataforma para testes pré-clínicos de medicamentos que podem afetar os níveis de dopamina do cérebro", diz Gutmann. "Podemos obter uma imagem numa hora e avaliar os efeitos da droga sobre o comportamento do rato num dia."
Cientistas da Universidade de Washington, incluindo David Wozniak, PhD, e Kelly Diggs-Andrews, PhD, e o ex-investigador da Universidade de Washington Jackie Brown, PhD, utilizaram o novo método para testar drogas adicionais. Um composto desenvolvido para bloquear a reciclagem de dopamina foi bem sucedido em restaurar os níveis de dopamina. Em contraste, uma outra droga, atualmente avaliada num ensaio clínico de problemas de aprendizagem em crianças com NF1, não aumentou os níveis de dopamina ou corrigiu o défice de atenção.
A realização de testes semelhantes em crianças, que utilizam a tecnologia PET atual, envolve a exposição a uma quantidade significativa de radiação, afirma Gutmann. No entanto, já está disponível um scanner novo na Universidade de Washington que combina PET e MRI e reduz a exposição à radiação, tornando-se possível considerar este método como viável para as crianças com NF1.
"No futuro prevemos um processo de prescreening que identifica crianças com níveis de dopamina reduzida com maior probabilidade de responder a Ritalina ou a outros medicamentos", diz Gutmann. "À medida que aprendemos mais sobre as diferentes formas de défice de atenção nessas crianças, pode ser possível usar os dados de prescreening e testes pré-clínicos de drogas em modelos de rato para selecionar a melhor droga para cada paciente."
Fonte: Science Daily
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