A causa da grande extinção que pontuou a história terrestre entre o Permiano e o Triássico (há cerca de 250 milhões de anos), com o desaparecimento de 95% das espécies do planeta, ainda é incerta. Mas pesquisadores da Universidade de Rhode Island, nos EUA, afirmam que a recuperação da biodiversidade ocorreu mais rápido do que se supunha, contradizendo algumas teorias atualmente propostas para o período.
David Fastovsky, professor de geociências na Rhode Island, e o estudante David Tarailo descobriram que a biodiversidade terrestre foi recuperada em aproximadamente 5 milhões de anos. Estudos anteriores estimavam um período de 15 a 30 milhões de anos. O ambiente marinho pode ter demorado de 4 a 10 milhões de anos para se recuperar, praticamente o dobro do tempo observado após outras extinções em massa.“Os nossos resultados sugerem que a causa da extinção não cai tão severamente sobre o reino terrestre, como as pessoas têm afirmado”, diz Fastovsky. “Houve, ainda, uma extinção terrestre, mas a sua repercussão não foi maior do que a marinha e, possivelmente, até menor”. Se for verdade que o ambiente terrestre foi recuperado tão rápido quanto o marinho, as teorias que defendem que ambos os ambientes foram afetados da mesma forma podem ser abandonadas.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores basearam-se em fósseis de vertebrados do Triássico Médio e Triássico Superior encontrados no Arizona. Segundo Tarailo e Fastovsky, se a fauna terrestre demorou 30 milhões de anos para se recuperar, a formação mais antiga deveria ter uma diversidade menor do que a mais nova. No entanto, não foi isso o que observaram.
“Alguns podem argumentar que os nossos resultados são apenas um dado orientado à América do Norte, mas se a América do Norte é representativa para o resto do mundo, então os nossos resultados aplicam-se a todo o mundo”, ressalta Fastovsky. A equipa planeia agora expandir a sua análise a outros depósitos fósseis e testar os resultados em outras partes do mundo.
Fonte: Ciência Diária
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