Uma controversa técnica de procriação medicamente assistida foi esta terça-feira considerada eticamente aceitável para prevenir as graves e incapacitantes doenças derivadas de defeitos no ADN das mitocôndrias, as “baterias” das células vivas, num parecer emitido pelo Conselho de Bioética Nuffield, órgão independente muito influente no Reino Unido.
O nosso património genético encontra-se quase na íntegra no núcleo celular, mas as mitocôndrias também possuem um bocadinho de ADN. E as mutações neste punhado de genes podem acarretar cegueira, surdez, disfunção cardíaca, doença hepática e renal, demência e morte prematura. Uma criança em cada 6.500 poderá vir a desenvolver uma forma grave de doença mitocondrial.
As mitocôndrias são herdadas apenas da mãe e existem várias técnicas experimentais que permitem substituir as mitocôndrias defeituosas pelas mitocôndrias saudáveis de outra mulher (por exemplo, retirando o núcleo ao ovócito doado e introduzindo o núcleo da futura mãe antes da fertilização). Três pessoas contribuem assim para os genes do futuro bebé: os pais biológicos, dos quais ele herdará 99,9% do seu ADN, e a doadora do ovócito, cujo ADN mitocondrial (e não nuclear) representa 0,1% do genoma — e cuja designação como “segunda mãe” o parecer agora emitido considera aliás “legalmente e biologicamente” inadequada. O parecer recomenda em particular que, quando se tornarem adultas, as crianças nascidas deste tipo de técnicas não tenham acesso à identidade das doadoras de mitocôndrias.
“Se as investigações ulteriores mostrarem que as técnicas são suficientemente seguras e eficazes”, disse Geoff Watts, presidente do conselho, “achamos que seria ético que as famílias que o desejem as usem, desde que recebam informação e apoio adequados”. Contudo, há quem conteste a utilização deste tipo de manipulação genética, uma vez que é transmissível à descendência. A Autoridade de Fertilização e Embriologia Humanas, a entidade britânica reguladora da investigação e da aplicação das técnicas de procriação artificial, anunciou entretanto que irá lançar uma consulta pública, já em Setembro, para sondar a opinião dos cidadãos.
Fonte: Público
O nosso património genético encontra-se quase na íntegra no núcleo celular, mas as mitocôndrias também possuem um bocadinho de ADN. E as mutações neste punhado de genes podem acarretar cegueira, surdez, disfunção cardíaca, doença hepática e renal, demência e morte prematura. Uma criança em cada 6.500 poderá vir a desenvolver uma forma grave de doença mitocondrial.
As mitocôndrias são herdadas apenas da mãe e existem várias técnicas experimentais que permitem substituir as mitocôndrias defeituosas pelas mitocôndrias saudáveis de outra mulher (por exemplo, retirando o núcleo ao ovócito doado e introduzindo o núcleo da futura mãe antes da fertilização). Três pessoas contribuem assim para os genes do futuro bebé: os pais biológicos, dos quais ele herdará 99,9% do seu ADN, e a doadora do ovócito, cujo ADN mitocondrial (e não nuclear) representa 0,1% do genoma — e cuja designação como “segunda mãe” o parecer agora emitido considera aliás “legalmente e biologicamente” inadequada. O parecer recomenda em particular que, quando se tornarem adultas, as crianças nascidas deste tipo de técnicas não tenham acesso à identidade das doadoras de mitocôndrias.
“Se as investigações ulteriores mostrarem que as técnicas são suficientemente seguras e eficazes”, disse Geoff Watts, presidente do conselho, “achamos que seria ético que as famílias que o desejem as usem, desde que recebam informação e apoio adequados”. Contudo, há quem conteste a utilização deste tipo de manipulação genética, uma vez que é transmissível à descendência. A Autoridade de Fertilização e Embriologia Humanas, a entidade britânica reguladora da investigação e da aplicação das técnicas de procriação artificial, anunciou entretanto que irá lançar uma consulta pública, já em Setembro, para sondar a opinião dos cidadãos.
Fonte: Público
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