quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Descoberta nova ordem de insetos do Cretáceo Inferior da América do Sul

Cientistas do Museu de História Natural de Stuttgart na Alemanha descobriram uma nova ordem de insectos do Cretáceo Inferior da América do Sul. Os fósseis com 120 milhões de anos, baptizados de Coxoplectoptera, fornecem orientações adicionais sobre a evolução dos insectos. Os resultados foram publicados na revista Insect Systematics & Evolution.
O grupo de trabalho liderado pelos Dr. Arnold Staniczek e Dr. Günter Bechly, ambos especialistas do museu em insectos muito antigos, confirma que os fósseis são parentes extintos daqueles voadores actuais. Os Coxoplectoptera, no entanto, diferem significativamente dos insectos voadores modernos, bem como de todos os outros insectos conhecidos, na sua anatomia e modo de vida. Graças à descoberta de espécimes adultos alados e larvas muito bem preservadas, os cientistas foram capazes de esclarecer a posição filogenética destes animais.
Estes seres alados são como uma manta de retalhos, compostos por diferentes características encontradas em vários insectos actuais: possuem asas de uma Ephemeroptera – insecto aquático com breve vida na fase adulta conhecido popularmente como mosca de Maio; abdómen e forma da asa de uma libélula; e pernas de um louva-deus. Por esta razão, os investigadores sugerem o nome alemão “chimärenflügler” (voador quimérico) para este novo grupo de insectos.
A excelente preservação das larvas permitiu aos investigadores a verificação de detalhes da anatomia por meio da utilização de técnicas de microdissecação. Contudo, o modo de vida das larvas é ainda um grande quebra-cabeças: embora algumas das características destas larvas e suas incorporações mostrem claramente que eram habitantes dos rios, diferem fisicamente de todos os outros insectos aquáticos conhecidos.
A sua anatomia única indica que estes animais eram predadores vivendo parcialmente enterrados no leito de rios. O estilo de vida predatório é sugerido pela forma como foram desenvolvidas as pernas dianteiras e as pinças (como mandíbulas). Também a carapaça corporal, o achatamento lateral do corpo atarracado e as patas traseiras apontam para uma vida subterrânea.
Além disso, estes animais forneceram pistas para o debate polémico de longa data sobre a origem evolutiva das asas de insectos: os cientistas presumem que as asas originaram-se na espinha torácica, enquanto os genes das pernas eram recrutados para controlar a evolução das asas.
Apresentando vestígios do modo de vida de insectos primitivos do Cretáceo Inferior, há cerca de 120 milhões de anos atrás, a “quimera voadora” levou a classificação filogenética para novas noções sobre a relação de insectos voadores originais e a ancestralidade das moscas de Maio (mayflies). A descoberta da Coxoplectoptera contribui para uma melhor compreensão da evolução dos insectos.

Fonte: Ciência Diária

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