Mais conhecido como um tempero e corante, o açafrão também pode atrofiar o cancro do fígado em ratos, de acordo com experiências recentes. Num relatório publicado na revista Hepatology, os pesquisadores afirmam que o açafrão suprime uma série de compostos relacionados com o cancro e aumenta outros que são benéficos.
O açafrão é uma especiaria cara feita da flor da planta Crocus sativus. Estudos anteriores sugeriram que traz benefícios contra a depressão, perda de memória, inflamação e actua como um antioxidante. Estudos em animais e em células humanas chegaram a sugerir que o açafrão pode inibir certos tipos de cancros. "Mas o mecanismo exato do efeito anticancerígeno do açafrão não é claro", diz Amin Amr, um biólogo molecular da Universidade dos Emirados Árabes Unidos em Al-Ain.
Embora o tempero tenha sido usado como um remédio popular desde há séculos, somente nas últimas décadas o seu valor tem sido testado no laboratório. No novo estudo, Amin e os seus colegas alimentaram diariamente 24 ratos com açafrão, durante 24 semanas. Duas semanas após o início desse processo os investigadores injetaram nos animais dietilnitrosamina e 2-acetilaminofluoreno, uma combinação química conhecida por causar cancro do fígado. Oito outros ratos receberam uma combinação semelhante mas estavam a ser tratados com água destilada em vez de açafrão. Seis deles desenvolveram nódulos no fígado durante o estudo, enquanto que apenas quatro dos 24 ratos que receberam açafrão apresentarem esses nódulos. De entre os oito ratos que receberam a maior dose de açafrão, nenhum desenvolveu qualquer nódulo.
Amin diz que a sua equipa escolheu para estudar o cancro do fígado porque muitos dos cancros que apresentam metástases acabam muitas vezes por afetar esse órgão.
O açafrão regulou uma proteína envolvida na proliferação celular chamada Ki-67 e reduziu outros compostos ligados a danos no fígado e ao stress oxidativo. O stress oxidativo resulta de um desequilíbrio entre moléculas reactivas instáveis chamadas radicais livres e os antioxidantes que as neutralizam. Esta situação pode levar ao crescimento celular aberrante, o ponto de partida do cancro, diz Amin. Antioxidantes importantes, incluindo uma eznima chamada superóxido dismutase, foram restaurados nos ratos que receberam açafrão.
Outros testes efetuados em células humanas de cancro do fígado mostraram que o açafrão inibe a ação de proteínas-chave - NF-kappa B, interleucina-8 e receptor do fator de necrose tumoral 1 - que contribuem para a proliferação celular e inflamação. Outra evidência mostra que o açafrão ativa a morte celular programada em células cancerosas, um mecanismo de segurança que muitas vezes é inibido no cancro.
"Este é um trabalho muito grande, e a qualidade é muito boa", diz Tapas Saha, um biólogo molecular da Universidade Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center. Mas Saha, que não esteve envolvido neste estudo, diz que a aplicação destes resultados como um tratamento em pessoas pode ser um desafio. O açafrão deve ser colhido à mão, observa ele, e assim o preço continua alto. "O açafrão é um material tão caro", diz ele, "que é muito difícil de entender como é que pode ser usado como uma droga."
Versões sintéticas dos componentes importantes de açafrão podem ser menos caras. Amin diz que pesquisas futuras podem ajudar a identificar esses componentes. Enquanto isso, a equipa planeia testar o tempero em pacientes com cancro do fígado.
O açafrão é uma especiaria cara feita da flor da planta Crocus sativus. Estudos anteriores sugeriram que traz benefícios contra a depressão, perda de memória, inflamação e actua como um antioxidante. Estudos em animais e em células humanas chegaram a sugerir que o açafrão pode inibir certos tipos de cancros. "Mas o mecanismo exato do efeito anticancerígeno do açafrão não é claro", diz Amin Amr, um biólogo molecular da Universidade dos Emirados Árabes Unidos em Al-Ain.
Embora o tempero tenha sido usado como um remédio popular desde há séculos, somente nas últimas décadas o seu valor tem sido testado no laboratório. No novo estudo, Amin e os seus colegas alimentaram diariamente 24 ratos com açafrão, durante 24 semanas. Duas semanas após o início desse processo os investigadores injetaram nos animais dietilnitrosamina e 2-acetilaminofluoreno, uma combinação química conhecida por causar cancro do fígado. Oito outros ratos receberam uma combinação semelhante mas estavam a ser tratados com água destilada em vez de açafrão. Seis deles desenvolveram nódulos no fígado durante o estudo, enquanto que apenas quatro dos 24 ratos que receberam açafrão apresentarem esses nódulos. De entre os oito ratos que receberam a maior dose de açafrão, nenhum desenvolveu qualquer nódulo.
Amin diz que a sua equipa escolheu para estudar o cancro do fígado porque muitos dos cancros que apresentam metástases acabam muitas vezes por afetar esse órgão.
O açafrão regulou uma proteína envolvida na proliferação celular chamada Ki-67 e reduziu outros compostos ligados a danos no fígado e ao stress oxidativo. O stress oxidativo resulta de um desequilíbrio entre moléculas reactivas instáveis chamadas radicais livres e os antioxidantes que as neutralizam. Esta situação pode levar ao crescimento celular aberrante, o ponto de partida do cancro, diz Amin. Antioxidantes importantes, incluindo uma eznima chamada superóxido dismutase, foram restaurados nos ratos que receberam açafrão.
Outros testes efetuados em células humanas de cancro do fígado mostraram que o açafrão inibe a ação de proteínas-chave - NF-kappa B, interleucina-8 e receptor do fator de necrose tumoral 1 - que contribuem para a proliferação celular e inflamação. Outra evidência mostra que o açafrão ativa a morte celular programada em células cancerosas, um mecanismo de segurança que muitas vezes é inibido no cancro.
"Este é um trabalho muito grande, e a qualidade é muito boa", diz Tapas Saha, um biólogo molecular da Universidade Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center. Mas Saha, que não esteve envolvido neste estudo, diz que a aplicação destes resultados como um tratamento em pessoas pode ser um desafio. O açafrão deve ser colhido à mão, observa ele, e assim o preço continua alto. "O açafrão é um material tão caro", diz ele, "que é muito difícil de entender como é que pode ser usado como uma droga."
Versões sintéticas dos componentes importantes de açafrão podem ser menos caras. Amin diz que pesquisas futuras podem ajudar a identificar esses componentes. Enquanto isso, a equipa planeia testar o tempero em pacientes com cancro do fígado.
Fonte: Science News
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