quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Macrófagos injetados no cérebro podem combater progressão de Alzheimer

Um grupo de pesquisadores da Charité – universidades alemãs de Berlim e de Freiburg – foi capaz de documentar pela primeira vez como o sistema imunológico pode combater a progressão da doença de Alzheimer. Como parte do seu trabalho neurocientífico, os pesquisadores mostraram que a fagocitose (ingestão celular) de certas células do sistema imunológico, chamadas de macrófagos, desempenha um papel fundamental. Também foram capazes de demonstrar como proteínas de sinalização específicas, chamadas quimiocinas, intercedem no processo de defesa. Os resultados do estudo foram publicados recentemente no Journal of Neuroscience.
Os cientistas examinaram o papel preciso de macrófagos em doenças neurodegenerativas durante dez anos. Segundo Josef Priller, diretor de neuropsiquiatria no Campus Charité Mitte e líder da equipa de investigação, os macrófagos podem reduzir os depósitos nocivos no cérebro que são a causa da doença de Alzheimer.
Em modelos animais, o grupo de pesquisa foi capaz de mostrar agora que certo subconjunto de macrófagos é responsável pela degradação dos depósitos. Isto contradiz a noção académica anterior de que a reação defensiva não poderia ser assumida pelas células imunológicas do cérebro, as micróglias, porque estas são afetadas no processo patológico da doença.
Macrófagos especializados que se originam na medula óssea são ativados e enviados em direção ao cérebro para remover depósitos tóxicos. As células transportadoras recebem o comando para se especializarem e se infiltrarem no cérebro na forma de macrófagos. Os pesquisadores foram capazes de identificar uma quimiocina específica desse processo pela primeira vez.
O resultado abre portas para novas abordagens no tratamento da doença de Alzheimer. Os pesquisadores esperam poder injetar macrófagos no cérebro para acelerar a degradação dos depósitos na doença de Alzheimer. Também estão confiantes de que encontraram o conhecimento para terapias com poucos efeitos colaterais.

Fonte: Ciência Diária

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