Esquizofrenia, depressão, compulsão e outros problemas mentais provocam sofrimento e custam biliões de dólares a cada ano em perda de produtividade. Distúrbios neurológicos e psiquiátricos são responsáveis por cerca de 13% dos encargos globais das doenças, o que se relaciona com perdas de vida pela mortalidade prematura e sobrevivência num estado não ideal de saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Apesar da necessidade crítica de novos e melhores medicamentos, incluindo drogas para tratamento de uma ampla faixa de doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer e Parkinson, drogas para tratar essas doenças são complexas e dispendiosas para serem desenvolvidas pelas grandes empresas da indústria farmacêutica. O risco de gastar milhões em novos medicamentos para depois serem descartados é elevado. Por isso, grandes empresas farmacêuticas estão a desacelerar as suas áreas de I&D em medicamentos usados em neuropsiquiatria e noutras doenças do sistema nervoso central (SNC).
O grupo do Centro para o Estudo do Desenvolvimento de Drogas da Tufts chegou a essa conclusão depois de realizar pesquisas em empresas farmacêuticas e de biotecnologia sobre o processo de desenvolvimento de drogas. Essas pesquisas permitem gerar estimativas confiáveis do tempo, custo e risco de produzir novas drogas. As análises mostram que agentes do sistema nervoso central são mais difíceis de desenvolver que a maioria dos outros tipos.
Um dos problemas associados a essas drogas neuropsiquiátricas é o longo período necessário para desenvolvê-las. Uma droga para o SNC passa 8,1 anos a ser testada em seres humanos – dois anos mais que a média para todos os medicamentos. Elas também demoram mais tempo para terem regulamentação aprovada – 1,9 anos, em comparação com a média de 1,2 anos para os demais. Contabilizando os seis a dez anos normalmente gastos em testes e pesquisas aos pacientes, apenas 8,2% das prováveis candidatas a drogas para o SNC que começam a ser testadas em humanos chegarão ao mercado, em comparação com os 15% dos medicamentos em geral. Os fracassos também tendem a ocorrer mais tarde no processo de desenvolvimento clínico, quando os custos e a exigência de recursos atingem o limite. Não mais do que 46% das drogas candidatas para tratar o SNC são bem-sucedidas em testes de estágios posteriores (fase III), em comparação com 66% da média de todos os outros medicamentos. Como resultado, o custo de desenvolver uma droga para o SNC está entre os mais altos de qualquer outra área terapêutica.
O que torna essas drogas tão arriscadas? Avaliar se um candidato a antibiótico, por exemplo, irá ou não funcionar é relativamente directo – ou ele mata, ou não mata a bactéria –, e o curso do tratamento leva normalmente alguns dias, o que dispensa testes de segurança e eficácia de longo prazo. Os ensaios de compostos para o SNC, ao contrário, são muito mais rígidos e complexos. É difícil julgar se a redução de episódios de esquizofrenia ou de melhora cognitiva em pacientes de Alzheimer resulta de uma droga ou de uma variação aleatória do estado do paciente. Os períodos de tratamento podem ser tão longos quanto a vida toda do paciente. Não é de admirar que as taxas de sucesso sejam tão baixas.
Algumas promessas estão no horizonte. A Coalizão contra Doenças Graves, formada por agências do governo, empresas farmacêuticas e grupos de defesa de pacientes, desenvolveu uma base de dados de testes clínicos padronizados que permitirá aos pesquisadores planear estudos mais eficazes de novos tratamentos, inicialmente para as doenças de Alzheimer e Parkinson. A lei da reforma na saúde, do presidente americano Barack Obama, contém também várias disposições que podem fornecer incentivos para a inovação em áreas de necessidades médicas carentes. Uma delas é a Rede para Aceleração de Curas, que autoriza o Instituto Nacional de Saúde a apoiar pesquisadores académicos a selecionar compostos promissores. Finalmente, produzir novos medicamentos para o SNC pode depender de uma abordagem inovadora baseada em redes de computadores, em que empresas possam partilhar riscos e recompensas. É óbvio que os desafios para desenvolver novos medicamentos neuropsiquiátricos são bem grandes para qualquer empresa, instituição ou organização enfrentar sozinha.
Apesar da necessidade crítica de novos e melhores medicamentos, incluindo drogas para tratamento de uma ampla faixa de doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer e Parkinson, drogas para tratar essas doenças são complexas e dispendiosas para serem desenvolvidas pelas grandes empresas da indústria farmacêutica. O risco de gastar milhões em novos medicamentos para depois serem descartados é elevado. Por isso, grandes empresas farmacêuticas estão a desacelerar as suas áreas de I&D em medicamentos usados em neuropsiquiatria e noutras doenças do sistema nervoso central (SNC).
O grupo do Centro para o Estudo do Desenvolvimento de Drogas da Tufts chegou a essa conclusão depois de realizar pesquisas em empresas farmacêuticas e de biotecnologia sobre o processo de desenvolvimento de drogas. Essas pesquisas permitem gerar estimativas confiáveis do tempo, custo e risco de produzir novas drogas. As análises mostram que agentes do sistema nervoso central são mais difíceis de desenvolver que a maioria dos outros tipos.
Um dos problemas associados a essas drogas neuropsiquiátricas é o longo período necessário para desenvolvê-las. Uma droga para o SNC passa 8,1 anos a ser testada em seres humanos – dois anos mais que a média para todos os medicamentos. Elas também demoram mais tempo para terem regulamentação aprovada – 1,9 anos, em comparação com a média de 1,2 anos para os demais. Contabilizando os seis a dez anos normalmente gastos em testes e pesquisas aos pacientes, apenas 8,2% das prováveis candidatas a drogas para o SNC que começam a ser testadas em humanos chegarão ao mercado, em comparação com os 15% dos medicamentos em geral. Os fracassos também tendem a ocorrer mais tarde no processo de desenvolvimento clínico, quando os custos e a exigência de recursos atingem o limite. Não mais do que 46% das drogas candidatas para tratar o SNC são bem-sucedidas em testes de estágios posteriores (fase III), em comparação com 66% da média de todos os outros medicamentos. Como resultado, o custo de desenvolver uma droga para o SNC está entre os mais altos de qualquer outra área terapêutica.
O que torna essas drogas tão arriscadas? Avaliar se um candidato a antibiótico, por exemplo, irá ou não funcionar é relativamente directo – ou ele mata, ou não mata a bactéria –, e o curso do tratamento leva normalmente alguns dias, o que dispensa testes de segurança e eficácia de longo prazo. Os ensaios de compostos para o SNC, ao contrário, são muito mais rígidos e complexos. É difícil julgar se a redução de episódios de esquizofrenia ou de melhora cognitiva em pacientes de Alzheimer resulta de uma droga ou de uma variação aleatória do estado do paciente. Os períodos de tratamento podem ser tão longos quanto a vida toda do paciente. Não é de admirar que as taxas de sucesso sejam tão baixas.
Algumas promessas estão no horizonte. A Coalizão contra Doenças Graves, formada por agências do governo, empresas farmacêuticas e grupos de defesa de pacientes, desenvolveu uma base de dados de testes clínicos padronizados que permitirá aos pesquisadores planear estudos mais eficazes de novos tratamentos, inicialmente para as doenças de Alzheimer e Parkinson. A lei da reforma na saúde, do presidente americano Barack Obama, contém também várias disposições que podem fornecer incentivos para a inovação em áreas de necessidades médicas carentes. Uma delas é a Rede para Aceleração de Curas, que autoriza o Instituto Nacional de Saúde a apoiar pesquisadores académicos a selecionar compostos promissores. Finalmente, produzir novos medicamentos para o SNC pode depender de uma abordagem inovadora baseada em redes de computadores, em que empresas possam partilhar riscos e recompensas. É óbvio que os desafios para desenvolver novos medicamentos neuropsiquiátricos são bem grandes para qualquer empresa, instituição ou organização enfrentar sozinha.
Fonte: Scientific American
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