Investigadores holandeses utilizaram células estaminais bovinas para produzir carne e prevêem que em Outubro terão o primeiro hambúrguer em laboratório, orçado em 250.000 euros. Este feito, dizem os cientistas, pode vir a reduzir o número de gado abatido para alimentação e as emissões de gases com efeito de estufa.
A equipa de Mark Post, director do departamento de fisiologia da Universidade de Maastricht, produziu pequenos pedaços de músculo, com cerca de dois centímetros de comprimento por um centímetro de largura e meio milímetro de espessura. Estas pequenas tiras de músculo, produzidas a partir de células estaminais de bovino, serão misturadas com sangue e gorduras produzidas artificialmente e depois prensadas para, em Outubro, produzir um primeiro hambúrguer, orçado em 250.000 euros, disse aos jornalistas Mark Post, à margem da conferência anual da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), que se reuniu neste fim-de-semana em Vancouver. Mas com a melhoria nas técnicas de produção, os preços irão baixar.
“O meu projecto visa criar carne a partir de células estaminais com uma tecnologia desenvolvida pela medicina há mais de 20 anos e que já atingiu a maturidade”, acrescentou Mark Post. “Os tecidos produzidos [em laboratório] têm exactamente a mesma estrutura dos originais”, garantiu. Além disso, a carne produzida em laboratório poderá ser controlada para apresentar certas qualidades, como por exemplo conter níveis elevados de ácidos gordos (Ómega 3), benéficos para a saúde. Esta técnica permite também produzir a carne de qualquer animal. “Poderíamos fazer carne de panda, tenho a certeza que sim”, disse Mark Post citado pelo jornal The Guardian.
Tornar produção de carne mais eficaz
Este projecto de investigação, que começou há seis anos, foi financiado por um doador que quer manter o anonimato e cujo desejo é “ver diminuir o número de animais abatidos pela sua carne e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, resultante da produção de gado”, acrescentou Mark Post.
“A produção de carne deverá duplicar até 2050 para responder à procura. Actualmente já mobiliza 70% das nossas terras agrícolas”, estimou o investigador holandês. A criação de gado contribui ainda para as alterações climáticas através das emissões de metano, gás com efeito de estufa.
“Vamos apresentar as provas de que isto é possível, o que abrirá a porta ao início do desenvolvimento deste produto e a todos os processos para tornar a produção mais eficaz, o que é essencial”, continuou. Mark Post espera ver esta carne produzida a grande escala nos próximos 10 a 20 anos.
Patrick Brown, professor de bioquímica da Universidade de Stanford, na Califórnia, salientou durante a mesma conferência de imprensa que a importância deste avanço é “denunciar a agricultura actual – e sobretudo a criação de gado – como a maior catástrofe mundial em curso”.
“Tudo o que travar a conversão de terras para a agricultura é algo de positivo”, disse Sean Smukler, investigador da Universidade da Colúmbia Britânica, à BBC. “Neste momento já estamos a atingir um ponto crítico em termos de terra arável disponível.”
Fonte: Público
A equipa de Mark Post, director do departamento de fisiologia da Universidade de Maastricht, produziu pequenos pedaços de músculo, com cerca de dois centímetros de comprimento por um centímetro de largura e meio milímetro de espessura. Estas pequenas tiras de músculo, produzidas a partir de células estaminais de bovino, serão misturadas com sangue e gorduras produzidas artificialmente e depois prensadas para, em Outubro, produzir um primeiro hambúrguer, orçado em 250.000 euros, disse aos jornalistas Mark Post, à margem da conferência anual da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), que se reuniu neste fim-de-semana em Vancouver. Mas com a melhoria nas técnicas de produção, os preços irão baixar.
“O meu projecto visa criar carne a partir de células estaminais com uma tecnologia desenvolvida pela medicina há mais de 20 anos e que já atingiu a maturidade”, acrescentou Mark Post. “Os tecidos produzidos [em laboratório] têm exactamente a mesma estrutura dos originais”, garantiu. Além disso, a carne produzida em laboratório poderá ser controlada para apresentar certas qualidades, como por exemplo conter níveis elevados de ácidos gordos (Ómega 3), benéficos para a saúde. Esta técnica permite também produzir a carne de qualquer animal. “Poderíamos fazer carne de panda, tenho a certeza que sim”, disse Mark Post citado pelo jornal The Guardian.
Tornar produção de carne mais eficaz
Este projecto de investigação, que começou há seis anos, foi financiado por um doador que quer manter o anonimato e cujo desejo é “ver diminuir o número de animais abatidos pela sua carne e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, resultante da produção de gado”, acrescentou Mark Post.
“A produção de carne deverá duplicar até 2050 para responder à procura. Actualmente já mobiliza 70% das nossas terras agrícolas”, estimou o investigador holandês. A criação de gado contribui ainda para as alterações climáticas através das emissões de metano, gás com efeito de estufa.
“Vamos apresentar as provas de que isto é possível, o que abrirá a porta ao início do desenvolvimento deste produto e a todos os processos para tornar a produção mais eficaz, o que é essencial”, continuou. Mark Post espera ver esta carne produzida a grande escala nos próximos 10 a 20 anos.
Patrick Brown, professor de bioquímica da Universidade de Stanford, na Califórnia, salientou durante a mesma conferência de imprensa que a importância deste avanço é “denunciar a agricultura actual – e sobretudo a criação de gado – como a maior catástrofe mundial em curso”.
“Tudo o que travar a conversão de terras para a agricultura é algo de positivo”, disse Sean Smukler, investigador da Universidade da Colúmbia Britânica, à BBC. “Neste momento já estamos a atingir um ponto crítico em termos de terra arável disponível.”
Fonte: Público
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