O elixir da eterna juventude vem aos pedaços. Agora, uma equipa japonesa conseguiu fazer crescer pêlos em ratinhos carecas, com todas as funções. Este desenvolvimento foi feito usando células estaminais adultas da pele, que têm capacidade de originar vários tipos de células. Publicado na última edição da revista Nature Communications, o trabalho é um passo para o fim da calvície.
O segredo foi apostar nas estruturas que dão origem aos folículos capilares - os pequenos invólucros, que existem na pele, de onde nascem os pêlos do corpo e da cabeça.
A formação dos folículos só ocorre durante o desenvolvimento do feto e, quando esta estrutura desaparece, a sua substituição não é possível e os pêlos deixam de crescer.
Mas, até lá, existem células que envolvem o folículo e que durante toda a vida vão produzindo pêlos ciclicamente. A equipa de cientistas, liderada por Takashi Tsuji, da Universidade de Ciências de Tóquio, utilizou as células dos folículos para fazer crescer pêlos. Os cientistas trabalharam com dois tipos de células estaminais dos folículos, umas que estão por baixo da raiz do pêlo e outras mais acima, ao lado do pêlo.
No laboratório, os cientistas juntaram as duas populações de células de ratinho e criaram uma bolinha de células que implantaram na pele de ratinhos carecas. Passados 14 dias, 74% dos 62 animais tratados tinham um tufo de pêlos a crescer saudavelmente no dorso.
Boa densidade capilar
Apesar da "plantação" ter resultado, quase todos os pêlos não tinham pigmentação. Ou seja, nasceram brancos. Mas a equipa conseguiu obter pêlos escuros, adicionando à bolinha células que produziam pigmentos.
Mais: os folículos capilares que se desenvolveram tinham ligações nervosas, glândulas sebáceas e fibras musculares associadas, o que permite que os pêlos se ericem, como acontece quando temos frio.
Tal como os folículos naturais, a equipa de Takashi Tsuji verificou ainda que os novos folículos originavam ciclos de crescimento e de morte dos pêlos. Estes ciclos, refere Tsuji num comunicado, mantiveram-se durante quase um ano.
"Pensamos que os folículos capilares construídos por bioengenharia podem funcionar durante o tempo médio de vida", diz. É assim uma plantação duradoura.
Numa outra experiência, os cientistas testaram o que aconteceria se construíssem bolinhas com células de folículos capilares de um homem com alopécia, o nome técnico da calvície, comum no sexo masculino.
Implantaram essas células nos ratinhos e, em 21 dias, cresceu cabelo escuro. Um resultado que é animador para o tratamento deste problema.
Para testar se seria possível ter uma densidade capilar boa, o que significa entre 60 a 100 pêlos por centímetro quadrado, a equipa fez ainda outra experiência: implantou 28 bolinhas de células de ratinho num centímetro quadrado da pele de três animais. E obteve bons números: em média, nasceram 124 pêlos.
"Estes resultados indicam que o transplante de folículos capilares feitos através da bioengenharia podem ser aplicados no tratamento da alopécia", conclui o artigo.
Num comentário feito na revista Nature, Mayumi Ito, dermatologista de Nova Iorque, sublinha que este é o primeiro relato da reconstituição de folículos capilares com células humanas. Para Mayumi Ito, falta agora a equipa mostrar que consegue disseminar os folículos capilares numa região maior.
Fonte: Público
O segredo foi apostar nas estruturas que dão origem aos folículos capilares - os pequenos invólucros, que existem na pele, de onde nascem os pêlos do corpo e da cabeça.
A formação dos folículos só ocorre durante o desenvolvimento do feto e, quando esta estrutura desaparece, a sua substituição não é possível e os pêlos deixam de crescer.
Mas, até lá, existem células que envolvem o folículo e que durante toda a vida vão produzindo pêlos ciclicamente. A equipa de cientistas, liderada por Takashi Tsuji, da Universidade de Ciências de Tóquio, utilizou as células dos folículos para fazer crescer pêlos. Os cientistas trabalharam com dois tipos de células estaminais dos folículos, umas que estão por baixo da raiz do pêlo e outras mais acima, ao lado do pêlo.
No laboratório, os cientistas juntaram as duas populações de células de ratinho e criaram uma bolinha de células que implantaram na pele de ratinhos carecas. Passados 14 dias, 74% dos 62 animais tratados tinham um tufo de pêlos a crescer saudavelmente no dorso.
Boa densidade capilar
Apesar da "plantação" ter resultado, quase todos os pêlos não tinham pigmentação. Ou seja, nasceram brancos. Mas a equipa conseguiu obter pêlos escuros, adicionando à bolinha células que produziam pigmentos.
Mais: os folículos capilares que se desenvolveram tinham ligações nervosas, glândulas sebáceas e fibras musculares associadas, o que permite que os pêlos se ericem, como acontece quando temos frio.
Tal como os folículos naturais, a equipa de Takashi Tsuji verificou ainda que os novos folículos originavam ciclos de crescimento e de morte dos pêlos. Estes ciclos, refere Tsuji num comunicado, mantiveram-se durante quase um ano.
"Pensamos que os folículos capilares construídos por bioengenharia podem funcionar durante o tempo médio de vida", diz. É assim uma plantação duradoura.
Numa outra experiência, os cientistas testaram o que aconteceria se construíssem bolinhas com células de folículos capilares de um homem com alopécia, o nome técnico da calvície, comum no sexo masculino.
Implantaram essas células nos ratinhos e, em 21 dias, cresceu cabelo escuro. Um resultado que é animador para o tratamento deste problema.
Para testar se seria possível ter uma densidade capilar boa, o que significa entre 60 a 100 pêlos por centímetro quadrado, a equipa fez ainda outra experiência: implantou 28 bolinhas de células de ratinho num centímetro quadrado da pele de três animais. E obteve bons números: em média, nasceram 124 pêlos.
"Estes resultados indicam que o transplante de folículos capilares feitos através da bioengenharia podem ser aplicados no tratamento da alopécia", conclui o artigo.
Num comentário feito na revista Nature, Mayumi Ito, dermatologista de Nova Iorque, sublinha que este é o primeiro relato da reconstituição de folículos capilares com células humanas. Para Mayumi Ito, falta agora a equipa mostrar que consegue disseminar os folículos capilares numa região maior.
Fonte: Público
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