A praga do escaravelho vermelho está a contaminar rapidamente as palmeiras portuguesas e a falta de uma estratégia de combate à doença está a alarmar os especialistas, que temem a destruição irreversível de milhares de plantas em todo o país.
"Se não houver um plano integrado que seja aplicado por entidades públicas e privadas, dificilmente vamos conseguir controlar a praga", afirmou à Lusa Maria Cristina Duarte, diretora do Jardim Botânico Tropical, uma instituição que já abateu esta semana a primeira palmeira infetada.
O escaravelho vermelho alimenta-se do interior das palmeiras, especialmente das espécies Canárias e Phoenix, secando-as e provocando a sua morte. O grande problema é a rápida contaminação da zona envolvente, já que o inseto pode percorrer áreas entre os quatro e cinco quilómetros em pouco tempo, principalmente quando o tempo está quente.
No início de março, o Jardim Botânico detetou a primeira presença do escaravelho vermelho e os danos foram já irreversíveis: "vimos os primeiros sintomas e depois confirmamos com casulos dos insetos no chão. Em três, quatro semanas a planta ficou com a coroa das folhas completamente morta, naquele aspeto típico de chapéu de chuva" fechado, esclareceu Maria Cristina Duarte.
Já Maria Amélia Martins-Loução, bióloga especialista em ecologia, teme que "a pouca capacidade financeira, de recursos humanos e a falta de conhecimento e/ou cuidados levem à devastação de certas espécies de palmeiras".
As "palmeiras afetadas não podem ser recuperadas. Antes, rapidamente retiradas e cortadas para não permitir a continuidade do inseto. O grande problema é que todas estas ações são caras e exigem constante monitorização", esclarece a bióloga à Lusa.
A Biostasia, empresa responsável pela manutenção de palmeiras na cidade de Lisboa, também não tem mãos a medir. O sócio-gerente, Carlos Gabirro, reconhece que a praga tem vindo a alastrar rapidamente.
"Em dois anos [em Lisboa] conseguimos ter um prejuízo que no Algarve tivemos em cinco anos. A praga, em princípio devido à temperatura, tem vindo a propagar-se mais rápida que o normal", afirma o especialista.
Sem prevenção, a cura torna-se mais difícil: "a única altura em que poderemos ter alguma vantagem sobre a praga é na altura do inverno, porque com o frio [os insetos] não fazem voos, mas só se houver meios. Sem meios acaba por ser uma luta inglória", esclarece.
O Jardim Botânico Tropical é constituído por 23 espécies de palmeiras, mais de 230 plantas, algumas delas com mais de 100 anos e outras raras. Para a diretora do jardim, perder exemplares da coleção "seria um aborrecimento muito significativo" para a instituição.
Com origem no norte de África, a praga do escaravelho vermelho surgiu em 2007 no Algarve, devido à contaminação de viveiros de comercialização de palmeiras.
Fonte: Diário de Notícias
"Se não houver um plano integrado que seja aplicado por entidades públicas e privadas, dificilmente vamos conseguir controlar a praga", afirmou à Lusa Maria Cristina Duarte, diretora do Jardim Botânico Tropical, uma instituição que já abateu esta semana a primeira palmeira infetada.
O escaravelho vermelho alimenta-se do interior das palmeiras, especialmente das espécies Canárias e Phoenix, secando-as e provocando a sua morte. O grande problema é a rápida contaminação da zona envolvente, já que o inseto pode percorrer áreas entre os quatro e cinco quilómetros em pouco tempo, principalmente quando o tempo está quente.
No início de março, o Jardim Botânico detetou a primeira presença do escaravelho vermelho e os danos foram já irreversíveis: "vimos os primeiros sintomas e depois confirmamos com casulos dos insetos no chão. Em três, quatro semanas a planta ficou com a coroa das folhas completamente morta, naquele aspeto típico de chapéu de chuva" fechado, esclareceu Maria Cristina Duarte.
Já Maria Amélia Martins-Loução, bióloga especialista em ecologia, teme que "a pouca capacidade financeira, de recursos humanos e a falta de conhecimento e/ou cuidados levem à devastação de certas espécies de palmeiras".
As "palmeiras afetadas não podem ser recuperadas. Antes, rapidamente retiradas e cortadas para não permitir a continuidade do inseto. O grande problema é que todas estas ações são caras e exigem constante monitorização", esclarece a bióloga à Lusa.
A Biostasia, empresa responsável pela manutenção de palmeiras na cidade de Lisboa, também não tem mãos a medir. O sócio-gerente, Carlos Gabirro, reconhece que a praga tem vindo a alastrar rapidamente.
"Em dois anos [em Lisboa] conseguimos ter um prejuízo que no Algarve tivemos em cinco anos. A praga, em princípio devido à temperatura, tem vindo a propagar-se mais rápida que o normal", afirma o especialista.
Sem prevenção, a cura torna-se mais difícil: "a única altura em que poderemos ter alguma vantagem sobre a praga é na altura do inverno, porque com o frio [os insetos] não fazem voos, mas só se houver meios. Sem meios acaba por ser uma luta inglória", esclarece.
O Jardim Botânico Tropical é constituído por 23 espécies de palmeiras, mais de 230 plantas, algumas delas com mais de 100 anos e outras raras. Para a diretora do jardim, perder exemplares da coleção "seria um aborrecimento muito significativo" para a instituição.
Com origem no norte de África, a praga do escaravelho vermelho surgiu em 2007 no Algarve, devido à contaminação de viveiros de comercialização de palmeiras.
Fonte: Diário de Notícias
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