Uma equipa de Investigadores de Coimbra descobriu que em Portugal estão a surgir bactérias que além de multiresistentes aos antibióticos são também agressivas, um dado considerado preocupante tendo em conta a elevada taxa de infeções hospitalares.
"Recorrendo a estudos genéticos, temos verificado que estão a emergir estirpes simultaneamente resistentes e virulentas (violentas, agressivas), o que é preocupante", sustenta Gabriela Jorge da Silva, coordenadora da investigação, que está a ser desenvolvida, há uma década, na Universidade de Coimbra (UC).
Com a capacidade que as bactérias têm de transferir o seu material genético para outras famílias de bactérias, "a resistência à ação de antibióticos é cada vez maior", daí que "identificar estirpes bacterianas de origem animal ou hospitalar e os genes de resistência e de virulência, e a forma como estes se disseminam em vários ambientes, é de extrema importância para a compreensão do impacto na saúde pública da resistência aos antibióticos», afirma.
Gabriela Silva alerta, por isso, para a "necessidade urgente de um melhor controlo da infeção hospitalar e para a racionalização do uso dos antibióticos".
"O custo do tratamento de infeções provocadas por bactérias resistentes aos antibióticos é muito elevado, impõe novas consultas médicas, prolonga a hospitalização do doente, obriga à utilização de antibióticos mais caros e contribui para o aumento da taxa de mortalidade", conclui.
Segundo um estudo realizado em 28 países europeus, divulgado em setembro de 2011, a taxa de infeções em doentes internados em hospitais portugueses é de 11 por cento, muito acima da média total, que se ficou pelos 2,6 por cento.
Para diminuir as infeções hospitalares, a Organização Mundial de Saúde instituiu o Dia Mundial da Higiene das Mãos, que se assinala a 05 de maio, tendo Portugal aderido à campanha em 2008.
A investigação em curso abrange bactérias de origem hospitalar, animal e ambiental, resistentes a vários grupos de antibióticos, nomeadamente derivados da penicilina, incidindo na avaliação molecular da resistência e virulência de "Acinetobacter sp.", "E.coli, Klebsiella sp." e "Salmonella sp.".
Os investigadores conseguiram identificar "estirpes emergentes de Acinetobacter multirresistentes aos antibióticos, e de E.coli, assim como genes e novas estruturas genéticas envolvidas na disseminação da resistência aos antibióticos".
O objetivo dos estudos, "bastante complexos", é "abrir portas ao desenvolvimento de novas estratégias de combate a infeções hospitalares", e à descoberta de "novos antibióticos capazes de travar as novas resistências das bactérias".
Ao conhecer a forma como se propaga, "é possível implementar medidas de prevenção atempadas, nomeadamente através da melhoria do controlo da infeção, de forma a reduzir as infeções adquiridas no hospital e a mortalidade associada a infeções causadas por bactérias multirresistentes», sustenta a investigadora.
Os estudos em curso envolvem uma equipa multidisciplinar, têm a colaboração dos Hospitais da Universidade de Coimbra e das Universidades de Tromso (Noruega) e de Leiden (Holanda) e são financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela "European Society of Clinical Microbiology and InfectiousDiseases".
Fonte: Diário de Notícias
"Recorrendo a estudos genéticos, temos verificado que estão a emergir estirpes simultaneamente resistentes e virulentas (violentas, agressivas), o que é preocupante", sustenta Gabriela Jorge da Silva, coordenadora da investigação, que está a ser desenvolvida, há uma década, na Universidade de Coimbra (UC).
Com a capacidade que as bactérias têm de transferir o seu material genético para outras famílias de bactérias, "a resistência à ação de antibióticos é cada vez maior", daí que "identificar estirpes bacterianas de origem animal ou hospitalar e os genes de resistência e de virulência, e a forma como estes se disseminam em vários ambientes, é de extrema importância para a compreensão do impacto na saúde pública da resistência aos antibióticos», afirma.
Gabriela Silva alerta, por isso, para a "necessidade urgente de um melhor controlo da infeção hospitalar e para a racionalização do uso dos antibióticos".
"O custo do tratamento de infeções provocadas por bactérias resistentes aos antibióticos é muito elevado, impõe novas consultas médicas, prolonga a hospitalização do doente, obriga à utilização de antibióticos mais caros e contribui para o aumento da taxa de mortalidade", conclui.
Segundo um estudo realizado em 28 países europeus, divulgado em setembro de 2011, a taxa de infeções em doentes internados em hospitais portugueses é de 11 por cento, muito acima da média total, que se ficou pelos 2,6 por cento.
Para diminuir as infeções hospitalares, a Organização Mundial de Saúde instituiu o Dia Mundial da Higiene das Mãos, que se assinala a 05 de maio, tendo Portugal aderido à campanha em 2008.
A investigação em curso abrange bactérias de origem hospitalar, animal e ambiental, resistentes a vários grupos de antibióticos, nomeadamente derivados da penicilina, incidindo na avaliação molecular da resistência e virulência de "Acinetobacter sp.", "E.coli, Klebsiella sp." e "Salmonella sp.".
Os investigadores conseguiram identificar "estirpes emergentes de Acinetobacter multirresistentes aos antibióticos, e de E.coli, assim como genes e novas estruturas genéticas envolvidas na disseminação da resistência aos antibióticos".
O objetivo dos estudos, "bastante complexos", é "abrir portas ao desenvolvimento de novas estratégias de combate a infeções hospitalares", e à descoberta de "novos antibióticos capazes de travar as novas resistências das bactérias".
Ao conhecer a forma como se propaga, "é possível implementar medidas de prevenção atempadas, nomeadamente através da melhoria do controlo da infeção, de forma a reduzir as infeções adquiridas no hospital e a mortalidade associada a infeções causadas por bactérias multirresistentes», sustenta a investigadora.
Os estudos em curso envolvem uma equipa multidisciplinar, têm a colaboração dos Hospitais da Universidade de Coimbra e das Universidades de Tromso (Noruega) e de Leiden (Holanda) e são financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela "European Society of Clinical Microbiology and InfectiousDiseases".
Fonte: Diário de Notícias
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