É uma estreia nos mamíferos: investigadores japoneses utilizaram células estaminais para gerar artificialmente ovócitos de ratinho, que a seguir deram origem a ratinhos normais.
Mitinori Saitou e os seus colegas da Universidade de Quioto, Japão, que publicam os seus resultados esta sexta-feira na revista Science, partiram de culturas de dois tipos de células estaminais (células capazes de dar origem a todos os tecidos do organismo). Eram células estaminais embrionárias por um lado (ou seja, retiradas de embriões de ratinho nos primeiros estádios do seu desenvolvimento); e por outro, células estaminais ditas “pluripotentes induzidas” (obtidas fazendo regressar células adultas ao estado embrionário através de uma manipulação genética). Os dois tipos de células deram os mesmos resultados.
Primeiro, manipulando certos genes destas células estaminais, os investigadores transformaram-nas em células muito semelhantes às chamadas células germinais primordiais, que, no embrião, são capazes de dar origem a ovócitos ou espermatozóides conforme o sexo do animal.
Segundo, para obrigar essas células germinais a diferenciarem-se em ovócitos, começaram por misturá-las com células fetais ovarianas – obtendo assim, num pratinho de laboratório, um “ovário reconstituído”, segundo a expressão dos autores. Transplantados para os ovários naturais de ratinhos fêmeas, estes ovários artificiais deram origem, passadas quatro semanas, a ovócitos de ratinho totalmente desenvolvidos.
Terceiro, colheram esses ovócitos, submeteram-nos a uma fertilização in vitro e implantaram os embriões resultantes no útero de outros ratinhos fêmeas. Os animais que daí nasceram revelaram ser férteis – o que significa, segundo os cientistas, que as células estaminais podem ser utilizadas para gerar ovócitos plenamente funcionais.
“É notável que seja possível produzir ovócitos capazes de levar ao desenvolvimento completo [dos animais] a partir de células estaminais embrionárias”, disse à Science Davor Solter, do Instituto de Biologia Médica de Singapora, que não faz parte da equipa.
Saitou e os colegas esperam conseguir eliminar a fase de transplante do ovário artificial para um ovário verdadeiro, de forma a gerar ovócitos viáveis completamente in vitro. E pensam que, se os obstáculos técnicos e éticos forem ultrapassados, esta técnica poderá levar ao desenvolvimento de novos tratamentos contra a infertilidade humana.
Fonte: Público
Mitinori Saitou e os seus colegas da Universidade de Quioto, Japão, que publicam os seus resultados esta sexta-feira na revista Science, partiram de culturas de dois tipos de células estaminais (células capazes de dar origem a todos os tecidos do organismo). Eram células estaminais embrionárias por um lado (ou seja, retiradas de embriões de ratinho nos primeiros estádios do seu desenvolvimento); e por outro, células estaminais ditas “pluripotentes induzidas” (obtidas fazendo regressar células adultas ao estado embrionário através de uma manipulação genética). Os dois tipos de células deram os mesmos resultados.
Primeiro, manipulando certos genes destas células estaminais, os investigadores transformaram-nas em células muito semelhantes às chamadas células germinais primordiais, que, no embrião, são capazes de dar origem a ovócitos ou espermatozóides conforme o sexo do animal.
Segundo, para obrigar essas células germinais a diferenciarem-se em ovócitos, começaram por misturá-las com células fetais ovarianas – obtendo assim, num pratinho de laboratório, um “ovário reconstituído”, segundo a expressão dos autores. Transplantados para os ovários naturais de ratinhos fêmeas, estes ovários artificiais deram origem, passadas quatro semanas, a ovócitos de ratinho totalmente desenvolvidos.
Terceiro, colheram esses ovócitos, submeteram-nos a uma fertilização in vitro e implantaram os embriões resultantes no útero de outros ratinhos fêmeas. Os animais que daí nasceram revelaram ser férteis – o que significa, segundo os cientistas, que as células estaminais podem ser utilizadas para gerar ovócitos plenamente funcionais.
“É notável que seja possível produzir ovócitos capazes de levar ao desenvolvimento completo [dos animais] a partir de células estaminais embrionárias”, disse à Science Davor Solter, do Instituto de Biologia Médica de Singapora, que não faz parte da equipa.
Saitou e os colegas esperam conseguir eliminar a fase de transplante do ovário artificial para um ovário verdadeiro, de forma a gerar ovócitos viáveis completamente in vitro. E pensam que, se os obstáculos técnicos e éticos forem ultrapassados, esta técnica poderá levar ao desenvolvimento de novos tratamentos contra a infertilidade humana.
Fonte: Público
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