A destruição das florestas e a caça ilegal empurraram os lémures de Madagáscar para a lista dos 25 primatas mais ameaçados do planeta, divulgada nesta segunda-feira pela União Mundial para a Conservação da Natureza (UICN).
O relatório “Primatas em Perigo” 2012-2014 foi apresentado na 11ª Conferência das Partes (COP) da Convenção para a Diversidade Biológica, a decorrer em Hyderabad, na Índia, até 19 de Outubro.
Nove das 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo vivem na Ásia, seis em Madagáscar, cinco em África e cinco nos Neotrópicos. Em termos de países, Madagáscar surge em primeiro lugar com seis espécies, logo seguido do Vietname (5), Indonésia (3), Brasil (2) e China, Colômbia, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Equador, Guiné Equatorial, Gana, Quénia, Peru, Sri Lanka, Tanzânia e Venezuela, todos com uma espécie nesta lista.
Os lémures de Madagáscar estão gravemente ameaçados pela destruição do habitat e caça ilegal. O lémur mais raro, o lémure-desportivo-do-norte (Lepilemur septentrionalis), está actualmente reduzido a 19 animais em estado selvagem.
“Os lémures estão hoje entre os mamíferos mais ameaçados do mundo, depois de mais de três anos de crise política e da falta de leis para os proteger”, disse em comunicado Christoph Schitzer, responsável pela investigação na fundação Fundação Bristol para a Conservação e Ciência, que participou no estudo.
De acordo com a UICN, cerca de 90 espécies e sub-espécies dos 130 lémures que vivem em Madagáscar estão ameaçadas de extinção. Os lémures de Madagáscar representam cerca de 20% dos primatas do planeta.
Com este relatório, os conservacionistas querem também chamar a atenção para a situação de animais como o pequeno Tarsius pumilus, na ilha de Sulawesi, na Indonésia. Até 2008 apenas eram conhecidos três exemplares em museus. Desde então foram encontrados quatro animais, três dos quais no Parque Nacional Lore Lindu. “As populações que ainda restam, fragmentadas e isoladas, estão ameaçadas pela perseguição humana e pelo conflito armado”, diz a UICN em comunicado.
“Mais uma vez, este relatório mostra que os primatas estão cada vez mais ameaçados por causa de actividades humanas. Mesmo que não tenhamos perdido uma única espécie de primatas neste século, algumas delas estão verdadeiramente numa situação desesperada”, acrescentou Christoph Schitzer.
Mais de metade (54%) das 633 espécies e subespécies de primatas do planeta – com estatuto de conservação conhecido – está classificada como ameaçada de extinção. As maiores causas são a destruição dos habitats, especialmente os incêndios nas florestas tropicais, a caça e o tráfico de animais selvagens.
Ainda assim, há casos de sucesso. Várias espécies saíram da lista – agora na sua sétima edição – entre elas o macaco-de-cauda-de-leão (Macaca silenus) e o lémur de Madagáscar Prolemur simus.
“Os primatas são as melhores espécies-bandeira para as florestas tropicais, dado que mais de 90% de todas as espécies conhecidas ocorrem neste bioma”, comentou Russell Mittermeier, director do Grupo de Especialistas sobre Primatas da Conservation International. “Eles são um elemento-chave porque ajudam a dispersar sementes e a manter a diversidade na floresta”, acrescentou.
Fonte: Público
O relatório “Primatas em Perigo” 2012-2014 foi apresentado na 11ª Conferência das Partes (COP) da Convenção para a Diversidade Biológica, a decorrer em Hyderabad, na Índia, até 19 de Outubro.
Nove das 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo vivem na Ásia, seis em Madagáscar, cinco em África e cinco nos Neotrópicos. Em termos de países, Madagáscar surge em primeiro lugar com seis espécies, logo seguido do Vietname (5), Indonésia (3), Brasil (2) e China, Colômbia, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Equador, Guiné Equatorial, Gana, Quénia, Peru, Sri Lanka, Tanzânia e Venezuela, todos com uma espécie nesta lista.
Os lémures de Madagáscar estão gravemente ameaçados pela destruição do habitat e caça ilegal. O lémur mais raro, o lémure-desportivo-do-norte (Lepilemur septentrionalis), está actualmente reduzido a 19 animais em estado selvagem.
“Os lémures estão hoje entre os mamíferos mais ameaçados do mundo, depois de mais de três anos de crise política e da falta de leis para os proteger”, disse em comunicado Christoph Schitzer, responsável pela investigação na fundação Fundação Bristol para a Conservação e Ciência, que participou no estudo.
De acordo com a UICN, cerca de 90 espécies e sub-espécies dos 130 lémures que vivem em Madagáscar estão ameaçadas de extinção. Os lémures de Madagáscar representam cerca de 20% dos primatas do planeta.
Com este relatório, os conservacionistas querem também chamar a atenção para a situação de animais como o pequeno Tarsius pumilus, na ilha de Sulawesi, na Indonésia. Até 2008 apenas eram conhecidos três exemplares em museus. Desde então foram encontrados quatro animais, três dos quais no Parque Nacional Lore Lindu. “As populações que ainda restam, fragmentadas e isoladas, estão ameaçadas pela perseguição humana e pelo conflito armado”, diz a UICN em comunicado.
“Mais uma vez, este relatório mostra que os primatas estão cada vez mais ameaçados por causa de actividades humanas. Mesmo que não tenhamos perdido uma única espécie de primatas neste século, algumas delas estão verdadeiramente numa situação desesperada”, acrescentou Christoph Schitzer.
Mais de metade (54%) das 633 espécies e subespécies de primatas do planeta – com estatuto de conservação conhecido – está classificada como ameaçada de extinção. As maiores causas são a destruição dos habitats, especialmente os incêndios nas florestas tropicais, a caça e o tráfico de animais selvagens.
Ainda assim, há casos de sucesso. Várias espécies saíram da lista – agora na sua sétima edição – entre elas o macaco-de-cauda-de-leão (Macaca silenus) e o lémur de Madagáscar Prolemur simus.
“Os primatas são as melhores espécies-bandeira para as florestas tropicais, dado que mais de 90% de todas as espécies conhecidas ocorrem neste bioma”, comentou Russell Mittermeier, director do Grupo de Especialistas sobre Primatas da Conservation International. “Eles são um elemento-chave porque ajudam a dispersar sementes e a manter a diversidade na floresta”, acrescentou.
Fonte: Público
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