Cientistas japoneses anunciaram ter finalmente conseguido provar a existência do 113 elemento da tabela periódica. Caso a descoberta seja validada, o Japão passará a ser o primeiro país asiático a baptizar um elemento atómico. Ainda que provisoriamente, chama-se unúntrio.
A equipa de Kosuke Morita, do Centro RIKEN Nishina, com sede em Wako, já tinha anunciado a descoberta do elemento 113 em 2004, mas na altura não viu esses resultados validados. Agora, passados nove anos, os cientistas publicaram, na revista Journal of Physical Society of Japan, os resultados de um novo trabalho, feito num acelerador de partículas, que dizem comprovar a existência desse elemento. Fizeram colidir iões (partículas com carga eléctrica) de zinco, a viajar a 10% da velocidade da luz, com uma camada de bismuto e os resultados dessas colisões (depois de seis decaimentos radioactivos) foram identificados como os produtos de uma forma do elemento 113.
Num decaimento radioactivo, de origem natural ou não, um átomo emite radiação, podendo transformar-se num átomo de um elemento mais leve. Neste caso, a sequência de seis emissões de partículas alfa — que são constituídas por dois protões e dois neutrões — resultou no elemento 101, o mendelévio. Feitas uma série de contas, os cientistas pensam que o que deu origem ao mendelévio foi o elemento 113.
Apesar de já constar na tabela periódica, por se suspeitar da sua existência, o elemento 113 têm ainda um nome provisório. O unúntrio — que significa um-um-três em latim — pode estar agora mais perto de ser baptizado com um nome definitivo, bastando que a experiência da equipa japonesa seja repetida noutros laboratórios e os resultados sejam validados pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) e pela União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP). Logo quando reclamaram pela primeira vez a descoberta deste elemento, em 2004, os cientistas japoneses sugeriram alguns nomes: rikénio ou japónio.
Até ao elemento 118
Olhando para todos estes nomes, é impossível não pensar no elemento que aparece no filme Avatar, o unobtanium (do inglês unobtainable), até pela dificuldade em obter o elemento 113. Na história, unobtatnium é um minério tão valioso que está na origem da guerra que os humanos desencadearam contra os nativos da lua Pandora, os na’vi, para poderem explorar as suas enormes reservas.
Na corrida ao elemento 113, os cientistas japoneses não estão sozinhos. Também em 2004, uma equipa da Rússia afirmou tê-lo produzido, só que chegou lá de outra forma e, pelo caminho, também conseguiu produzir o elemento 115.
Os primeiros elementos “pesados” foram obtidos em 1940 e, desde essa altura, os Estados Unidos, a Rússia e a Alemanha já sintetizaram vários deles, por exemplo através de reacções de fusão nuclear, em reactores nucleares. Estes elementos têm de ser produzidos em laboratório, porque não ocorrem espontaneamente na natureza, já que a quantidade de partículas no seu núcleo torna-os muito instáveis.
Criada por Dimitri Mendeleiev em 1869, a tabela periódica tem sentido a evolução da ciência. Quando foi inventada, tinha só 60 elementos, mas no início de 2012 já contava com o elemento 112, o copernício. Em Junho, a IUPAC e a IUPAP aprovaram a entrada de mais dois, o 114 e o 116, respectivamente o fleróvio e livermório. Os elementos 113, 115, 117 e 118, apesar de já se ter anunciado a sua criação, continuam a aguardar comprovação daquelas duas entidades para serem oficializados.
Quanto à equipa japonesa, diz que quer ir mais longe na procura de elementos pesados. “O nosso próximo desafio será olhar para os territórios desconhecidos do elemento 119 e para lá dele”, diz Kosuke Morita, citado num comunicado da sua instituição. Depois do copernício, do fleróvio e, quem sabe, se do japónio, que mais nomes estarão reservados para a tabela periódica?
Fonte: Público
A equipa de Kosuke Morita, do Centro RIKEN Nishina, com sede em Wako, já tinha anunciado a descoberta do elemento 113 em 2004, mas na altura não viu esses resultados validados. Agora, passados nove anos, os cientistas publicaram, na revista Journal of Physical Society of Japan, os resultados de um novo trabalho, feito num acelerador de partículas, que dizem comprovar a existência desse elemento. Fizeram colidir iões (partículas com carga eléctrica) de zinco, a viajar a 10% da velocidade da luz, com uma camada de bismuto e os resultados dessas colisões (depois de seis decaimentos radioactivos) foram identificados como os produtos de uma forma do elemento 113.
Num decaimento radioactivo, de origem natural ou não, um átomo emite radiação, podendo transformar-se num átomo de um elemento mais leve. Neste caso, a sequência de seis emissões de partículas alfa — que são constituídas por dois protões e dois neutrões — resultou no elemento 101, o mendelévio. Feitas uma série de contas, os cientistas pensam que o que deu origem ao mendelévio foi o elemento 113.
Apesar de já constar na tabela periódica, por se suspeitar da sua existência, o elemento 113 têm ainda um nome provisório. O unúntrio — que significa um-um-três em latim — pode estar agora mais perto de ser baptizado com um nome definitivo, bastando que a experiência da equipa japonesa seja repetida noutros laboratórios e os resultados sejam validados pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) e pela União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP). Logo quando reclamaram pela primeira vez a descoberta deste elemento, em 2004, os cientistas japoneses sugeriram alguns nomes: rikénio ou japónio.
Até ao elemento 118
Olhando para todos estes nomes, é impossível não pensar no elemento que aparece no filme Avatar, o unobtanium (do inglês unobtainable), até pela dificuldade em obter o elemento 113. Na história, unobtatnium é um minério tão valioso que está na origem da guerra que os humanos desencadearam contra os nativos da lua Pandora, os na’vi, para poderem explorar as suas enormes reservas.
Na corrida ao elemento 113, os cientistas japoneses não estão sozinhos. Também em 2004, uma equipa da Rússia afirmou tê-lo produzido, só que chegou lá de outra forma e, pelo caminho, também conseguiu produzir o elemento 115.
Os primeiros elementos “pesados” foram obtidos em 1940 e, desde essa altura, os Estados Unidos, a Rússia e a Alemanha já sintetizaram vários deles, por exemplo através de reacções de fusão nuclear, em reactores nucleares. Estes elementos têm de ser produzidos em laboratório, porque não ocorrem espontaneamente na natureza, já que a quantidade de partículas no seu núcleo torna-os muito instáveis.
Criada por Dimitri Mendeleiev em 1869, a tabela periódica tem sentido a evolução da ciência. Quando foi inventada, tinha só 60 elementos, mas no início de 2012 já contava com o elemento 112, o copernício. Em Junho, a IUPAC e a IUPAP aprovaram a entrada de mais dois, o 114 e o 116, respectivamente o fleróvio e livermório. Os elementos 113, 115, 117 e 118, apesar de já se ter anunciado a sua criação, continuam a aguardar comprovação daquelas duas entidades para serem oficializados.
Quanto à equipa japonesa, diz que quer ir mais longe na procura de elementos pesados. “O nosso próximo desafio será olhar para os territórios desconhecidos do elemento 119 e para lá dele”, diz Kosuke Morita, citado num comunicado da sua instituição. Depois do copernício, do fleróvio e, quem sabe, se do japónio, que mais nomes estarão reservados para a tabela periódica?
Fonte: Público
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