A ação de minúsculos apêndices tipo cabelos das células pode ditar a diferença entre gordo e magro. Agora os cientistas têm uma melhor ideia de como essas estruturas, chamados de cílios, controlam o apetite.
Os cílios primários, projeções semelhantes a pêlos que quase todas as células dos vertebrados têm - parecem sequestrar uma proteína que deteta e responde a uma hormona estimulante do apetite. A descoberta foi apresentada por Nicolas Berbari, da Universidade de Alabama em Birmingham, na reunião anual da American Society for Cell Biology. Nas pessoas e ratos que carecem de cílios, o estimulador do apetite trabalha continuamente, levando a que os mesmos comam demais e, consequentemente, sofram de obesidade, afirmou Berbari. Estas descobertas podem levar a novas formas de controlo do apetite e prevenir ou reverter a obesidade.
E o estudo pode ajudar os cientistas a entender melhor o processo de comer, disse Kirk Mykytyn, um biólogo celular da Universidade de Ohio, em Columbus. "Este trabalho é importante porque contribui para um melhor esclarecimento do mecanismo molecular envolvido na obesidade associada à perda de cílios", disse ele.
Pessoas com síndrome de Bardet-Biedl têm defeitos em genes responsáveis pela produção dos cílios. Uma consequência importante da doença é a obesidade. Trabalhando com murganhos, aos quais também faltam cílios devido a defeitos nos mesmos genes, Berbari e os seus colegas tentaram descobrir exatamente como esses apêndices celulares estão envolvidos no apetite.
Pesquisas anteriores sugeriram que os cílios funcionam como minúsculas antenas, ajudando as células nervosas num centro de controlo alimentar do cérebro a detetar uma hormona inibidora do apetite chamada leptina. A teoria era que na ausência dos cílios também se removia a capacidade da leptina colocar um travão na vontade de comer.
Mas Berbari e colegas descobriram que murganhos sem cílios ainda respondem à leptina como um supressor do apetite, sugerindo que a deteção da hormona não é o problema.
"A ideia original era olhar para o que era mais óbvio, mas acabou por se revelar uma estratégia errada", disse Berbari.
Em vez disso, os pesquisadores descobriram que uma proteína chamada MCHR1, que sente um estimulador do apetite chamado hormona concentradora de melanina, é normalmente encontrada nos cílios. Concentrar a proteína sensora nos cílios pode ajudar a minimizar a sua acção e, consequentemente, diminuir a vontade de comer.
Berbari tem evidências preliminares de que esta hipótese pode estar correta. Ele alimentou murganhos com e sem cílios com pedaços de manteiga de amendoim que continham uma droga que inactiva a MCHR1. Os ratos com cílios intactos mantiveram o seu peso normal, apesar de terem acesso ilimitado aos alimentos. Os murganhos sem cílios perderam peso quando receberam a droga, sugerindo que a capacidade de desligar a MCHR1 corrigiu os problemas de controlo de apetite causados pela ausência dos cílios.
Os pesquisadores ainda não sabem exatamente como a actividade da MCHR1 estimula o apetite, ou como os cílios mantêm esse sensor controlado.
Os cílios primários, projeções semelhantes a pêlos que quase todas as células dos vertebrados têm - parecem sequestrar uma proteína que deteta e responde a uma hormona estimulante do apetite. A descoberta foi apresentada por Nicolas Berbari, da Universidade de Alabama em Birmingham, na reunião anual da American Society for Cell Biology. Nas pessoas e ratos que carecem de cílios, o estimulador do apetite trabalha continuamente, levando a que os mesmos comam demais e, consequentemente, sofram de obesidade, afirmou Berbari. Estas descobertas podem levar a novas formas de controlo do apetite e prevenir ou reverter a obesidade.
E o estudo pode ajudar os cientistas a entender melhor o processo de comer, disse Kirk Mykytyn, um biólogo celular da Universidade de Ohio, em Columbus. "Este trabalho é importante porque contribui para um melhor esclarecimento do mecanismo molecular envolvido na obesidade associada à perda de cílios", disse ele.
Pessoas com síndrome de Bardet-Biedl têm defeitos em genes responsáveis pela produção dos cílios. Uma consequência importante da doença é a obesidade. Trabalhando com murganhos, aos quais também faltam cílios devido a defeitos nos mesmos genes, Berbari e os seus colegas tentaram descobrir exatamente como esses apêndices celulares estão envolvidos no apetite.
Pesquisas anteriores sugeriram que os cílios funcionam como minúsculas antenas, ajudando as células nervosas num centro de controlo alimentar do cérebro a detetar uma hormona inibidora do apetite chamada leptina. A teoria era que na ausência dos cílios também se removia a capacidade da leptina colocar um travão na vontade de comer.
Mas Berbari e colegas descobriram que murganhos sem cílios ainda respondem à leptina como um supressor do apetite, sugerindo que a deteção da hormona não é o problema.
"A ideia original era olhar para o que era mais óbvio, mas acabou por se revelar uma estratégia errada", disse Berbari.
Em vez disso, os pesquisadores descobriram que uma proteína chamada MCHR1, que sente um estimulador do apetite chamado hormona concentradora de melanina, é normalmente encontrada nos cílios. Concentrar a proteína sensora nos cílios pode ajudar a minimizar a sua acção e, consequentemente, diminuir a vontade de comer.
Berbari tem evidências preliminares de que esta hipótese pode estar correta. Ele alimentou murganhos com e sem cílios com pedaços de manteiga de amendoim que continham uma droga que inactiva a MCHR1. Os ratos com cílios intactos mantiveram o seu peso normal, apesar de terem acesso ilimitado aos alimentos. Os murganhos sem cílios perderam peso quando receberam a droga, sugerindo que a capacidade de desligar a MCHR1 corrigiu os problemas de controlo de apetite causados pela ausência dos cílios.
Os pesquisadores ainda não sabem exatamente como a actividade da MCHR1 estimula o apetite, ou como os cílios mantêm esse sensor controlado.
Fonte: Science News
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário.