Ao fazer um bolo, se ele ficasse muito crocante em cima e cru por dentro, faria sentido tentar assar a próxima tentativa com algumas alterações: em temperatura mais baixa, por mais tempo ou numa assadeira diferente, por exemplo. Mas, provavelmente, não daria certo promover todas essas mudanças de uma vez.
Perceber que é possível identificar qual variável é mais importante, testando uma de cada vez, é um princípio fundamental da investigação científica. Desde a década de 1990 estudos têm mostrado que as crianças pensam cientificamente – fazem previsões, executam pequenas experiências, chegam a conclusões e revêm as suas hipóteses iniciais à luz de novas evidências. Porém, mesmo que as crianças brinquem de maneira que as permita conhecer a causa e efeito e embora elas tenham um sentido elementar de probabilidade, não estava claro se os pequenos apresentam compreensão implícita de uma estratégia-chave da ciência experimental: isolar variáveis e testar cada uma de maneira independente.
Para investigar se as crianças entendem esse conceito, cientistas do Massachusetts Institute of Technology e da Universidade de Stanford propuseram um desafio a 60 crianças de 4 a 5 anos. Os pesquisadores mostraram aos pequenos que quando colocavam algumas contas de plástico individualmente sobre uma caixa especial, elas faziam luzes verdes de LED piscarem e faziam uma música tocar. Os investigadores tiraram então dois pares de contas anexadas – um par colado e outro que pode estar separado –, e mostraram que ambos ativavam a máquina quando colocados sobre a caixa, o que colocou a possibilidade de que apenas uma conta dentro de um par funcionaria. Em seguida as crianças foram deixadas sozinhas para brincar. Elas iriam separar o par solto e colocar cada conta individualmente na máquina, para ver qual a ligava? “Sim, elas fizeram isso”, relataram os cientistas na Cognition.
O sentido das crianças de que elas chegariam à resposta somente testando os componentes de um par era tão forte que elas fizeram algo que nenhum cientista esperava: quando o par foi colado as crianças o seguraram verticalmente, para que apenas uma conta se encostasse na caixa. Isso mostrou uma determinação impressionante de isolar variáveis causais, afirma Noah Goodman, de Stanford. "Elas de facto desenharam uma experiência para obter a informação que queriam." Isso sugere que princípios básicos da ciência ajudam crianças pequenas a entender o mundo.
A evidência cada vez mais clara de que as crianças pensam cientificamente apresenta um enigma: se mesmo as menores têm uma compreensão intuitiva do método científico, por que é que esse entendimento parece desaparecer dentro de alguns anos? Estudos sugerem que alunos do último ano da primária até ao fim do ensino médio têm dificuldades para estabelecer uma experiência controlada e não conseguem descobrir qual o tipo de evidência que apoiaria ou refutaria uma hipótese. Uma razão para o nosso fracasso pode ser o facto de sermos muito bons – quando crianças ou adultos – para montar quebra-cabeças relacionados com a vida real, mas atrapalhamo-nos com imagens abstratas, sugere Goodman.
Além disso, quando aprendemos mais sobre o mundo, o nosso conhecimento e crenças ultrapassam os nossos poderes de pensar cientificamente. A mensagem para educadores parece ser desenvolver a intuição que as crianças apresentam sobre ciência enquanto fazem um trabalho que ligue conceitos abstratos e quebra-cabeças do mundo real.
Perceber que é possível identificar qual variável é mais importante, testando uma de cada vez, é um princípio fundamental da investigação científica. Desde a década de 1990 estudos têm mostrado que as crianças pensam cientificamente – fazem previsões, executam pequenas experiências, chegam a conclusões e revêm as suas hipóteses iniciais à luz de novas evidências. Porém, mesmo que as crianças brinquem de maneira que as permita conhecer a causa e efeito e embora elas tenham um sentido elementar de probabilidade, não estava claro se os pequenos apresentam compreensão implícita de uma estratégia-chave da ciência experimental: isolar variáveis e testar cada uma de maneira independente.
Para investigar se as crianças entendem esse conceito, cientistas do Massachusetts Institute of Technology e da Universidade de Stanford propuseram um desafio a 60 crianças de 4 a 5 anos. Os pesquisadores mostraram aos pequenos que quando colocavam algumas contas de plástico individualmente sobre uma caixa especial, elas faziam luzes verdes de LED piscarem e faziam uma música tocar. Os investigadores tiraram então dois pares de contas anexadas – um par colado e outro que pode estar separado –, e mostraram que ambos ativavam a máquina quando colocados sobre a caixa, o que colocou a possibilidade de que apenas uma conta dentro de um par funcionaria. Em seguida as crianças foram deixadas sozinhas para brincar. Elas iriam separar o par solto e colocar cada conta individualmente na máquina, para ver qual a ligava? “Sim, elas fizeram isso”, relataram os cientistas na Cognition.
O sentido das crianças de que elas chegariam à resposta somente testando os componentes de um par era tão forte que elas fizeram algo que nenhum cientista esperava: quando o par foi colado as crianças o seguraram verticalmente, para que apenas uma conta se encostasse na caixa. Isso mostrou uma determinação impressionante de isolar variáveis causais, afirma Noah Goodman, de Stanford. "Elas de facto desenharam uma experiência para obter a informação que queriam." Isso sugere que princípios básicos da ciência ajudam crianças pequenas a entender o mundo.
A evidência cada vez mais clara de que as crianças pensam cientificamente apresenta um enigma: se mesmo as menores têm uma compreensão intuitiva do método científico, por que é que esse entendimento parece desaparecer dentro de alguns anos? Estudos sugerem que alunos do último ano da primária até ao fim do ensino médio têm dificuldades para estabelecer uma experiência controlada e não conseguem descobrir qual o tipo de evidência que apoiaria ou refutaria uma hipótese. Uma razão para o nosso fracasso pode ser o facto de sermos muito bons – quando crianças ou adultos – para montar quebra-cabeças relacionados com a vida real, mas atrapalhamo-nos com imagens abstratas, sugere Goodman.
Além disso, quando aprendemos mais sobre o mundo, o nosso conhecimento e crenças ultrapassam os nossos poderes de pensar cientificamente. A mensagem para educadores parece ser desenvolver a intuição que as crianças apresentam sobre ciência enquanto fazem um trabalho que ligue conceitos abstratos e quebra-cabeças do mundo real.
Fonte: Scientific American
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