"Nós somos o que comemos." O velho ditado pesa há décadas na mente dos consumidores que se preocupam com a escolha responsável de alimentos. E se for literalmente verdade? E se os nutrientes dos nossos alimentos realmente fizerem um caminho para os centros mais íntimos de controlo das nossas células, assumindo o controlo da expressão génica fundamental? Segundo um estudo recente de transferência de microRNA planta-animal, liderado por Chen-Yu Zhang da Nanjing University, na China, isso é o que acontece.
Os microRNAs são sequências curtas de nucleótidos – “blocos de construção” do material genético – e, apesar de não codificarem proteínas, impedem genes específicos de dar origem às proteínas que codificam. Durante o estudo, amostras de sangue de 21 voluntários foram testadas para verificar a presença de microRNAs de plantas cultivadas, tais como arroz, trigo, batatas e repolho. Os resultados, publicados na revista Cell Research, mostraram que a corrente sanguínea dos participantes continha cerca de 30 microRNAs de diferentes plantas comumente ingeridas. Além disso, parece que os alimentos também podem alterar a função celular: um microRNA específico de arroz ligou-se a um dos receptores que controlam a remoção de LDL (o colesterol “mau”) da corrente sanguínea e inibiu-o.
Tal como as vitaminas e minerais, o microRNA pode representar um tipo ainda não reconhecido de molécula funcional, obtida por meio dos alimentos. A revelação de que o microRNA de plantas desempenha um papel no controlo da fisiologia humana, destaca o facto de que os nossos corpos são ecossistemas altamente integrados. Zhang diz que as descobertas podem também iluminar a nossa compreensão da coevolução, um processo em que mudanças genéticas numa espécie desencadeiam alterações noutra. Por exemplo, a nossa capacidade de digerir a lactose do leite após a infância surgiu depois de domesticarmos o gado. Poderiam as plantas que cultivamos alterar-nos também? As pesquisas de Zhang são outro aviso de que nada na natureza existe isoladamente…
Os microRNAs são sequências curtas de nucleótidos – “blocos de construção” do material genético – e, apesar de não codificarem proteínas, impedem genes específicos de dar origem às proteínas que codificam. Durante o estudo, amostras de sangue de 21 voluntários foram testadas para verificar a presença de microRNAs de plantas cultivadas, tais como arroz, trigo, batatas e repolho. Os resultados, publicados na revista Cell Research, mostraram que a corrente sanguínea dos participantes continha cerca de 30 microRNAs de diferentes plantas comumente ingeridas. Além disso, parece que os alimentos também podem alterar a função celular: um microRNA específico de arroz ligou-se a um dos receptores que controlam a remoção de LDL (o colesterol “mau”) da corrente sanguínea e inibiu-o.
Tal como as vitaminas e minerais, o microRNA pode representar um tipo ainda não reconhecido de molécula funcional, obtida por meio dos alimentos. A revelação de que o microRNA de plantas desempenha um papel no controlo da fisiologia humana, destaca o facto de que os nossos corpos são ecossistemas altamente integrados. Zhang diz que as descobertas podem também iluminar a nossa compreensão da coevolução, um processo em que mudanças genéticas numa espécie desencadeiam alterações noutra. Por exemplo, a nossa capacidade de digerir a lactose do leite após a infância surgiu depois de domesticarmos o gado. Poderiam as plantas que cultivamos alterar-nos também? As pesquisas de Zhang são outro aviso de que nada na natureza existe isoladamente…
Fonte: Scientific American
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