quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Análises instantâneas de saúde de edifícios e pontes

por Charles Q. Choi

Durante a onda mortal de terremotos, enchentes e tornados deste ano, inúmeros edifícios tiveram de ser evacuados enquanto trabalhadores faziam análises para ter certeza que eles estavam estáveis. Os eventos serviram como uma lembrança que a maioria das estruturas ainda é inspecionada por um método definitivamente pouco tecnológico: a olho nu. Para acelerar o processo e torná-lo mais preciso, investigadores estão a pesquisar peles eletrónicas, algoritmos evolucionários e outros sistemas que possam monitorizar a integridade de pontes, edifícios, reservatórios e outras estruturas em tempo real.
Para automaticamente detectar problemas pequenos e transmitir locais precisos, o engenheiro civil Simon Laflamme, do Massachusetts Institute of Technology e os seus colegas, estão a inventar uma “pele de deteção” – remendos flexíveis que colam a áreas onde rachas podem acontecer e que continuam a monitorizá-las. A formação de uma racha causaria um movimento mínimo no betão debaixo de um remendo, causando uma mudança na carga elétrica contida na “pele de deteção”, que é feita de plástico extensível misturado com óxido de titânio. Todos os dias um computador anexado à coleção de remendos emitiria uma corrente para medir a carga de cada um deles, um sistema que Laflamme e os seus colegas detalham no Journal of Materials Chemistry.
Outro engenheiro está a aplicar um conceito semelhante a pontes. Para monitorizar a deterioração dentro de cabos de suspensão de pontes, Raimondo Betti, da Universidade de Columbia, e os seus colaboradores, estão a testar 40 sensores em cabos na Manhattan Bridge, em Nova Iorque. Os sensores medem temperatura, humidade e corrosão.
Embora estes sensores possam detetar danos, isso ocorre apenas depois de eles serem instalados. O roboticista Hod Lipson, da Universidade de Cornell, e os seus colegas desenvolveram um modelo de computador que simula uma estrutura intacta e avalia algoritmos que evoluem nesse modelo até que ele atinja as informações que os sensores estão a fornecer, o que pode revelar uma gama mais ampla de danos.
Alguns ainda não estão convencidos dos benefícios destes projetos. “Não existe ainda pesquisa suficiente e informação que sustente economicamente essa manutenção contínua e na hora certa”, afirma Laflamme. Outra preocupação pode ser o desempenho de longo prazo dos sistemas, o que ainda não foi estudado, especialmente se eles estiverem em ambientes severos – matéria para futura investigação.

Fonte: Scientific American

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