Foi realizado o primeiro workshop internacional interdisciplinar acerca do impacto de todos os agentes indutores de stress que afectam o oceano, que examinou os efeitos combinados da poluição, acidificação, aquecimento, pesca excessiva e hipoxia do oceano. O painel científico concluiu que a cominação destes agentes causadores de stress no oceano está a criar condições para se observar a maior extinção de espécies da história da Terra. A velocidade de degradação do oceano e claramente superior às previsões de qualquer um, e o impacto actual dessa degradação é significativamente superior aos piores cenários previstos anteriormente. Apesar de ser difícil de avaliar em concreto, devido à velocidade sem precedentes que a mudança está a ocorrer, os primeiros passos para esta potencial extinção global podem já ter começado, com o aumento do risco de extinção dos corais formadores de recifes.
O Dr. Alex Rogers, Director Científico do IPSO – Internatinsl Programme on the State of the Ocean afirmou que: “As descobertas são chocantes. Esta situação é muito séria e exige uma ação inequívoca a todos os níveis. Estamos a falar em consequências para os seres humanos que vão ter um impacto na nossa esperança média de vida, e pior, na dos nossos filhos e gerações futuras.”
O aumento da hipoxia (níveis baixos de oxigénio) e anoxia (ausência de oxigénio) combinado com o aquecimento dos oceanos e a acidificação são os três factores que estiveram presentes em todas as extinções em massa verificadas ao longo da história da Terra. Existem evidências científicas fortes de que esses três factores estão novamente a combinar-se no oceano, sendo que esses efeitos se encontram potenciados por muitos outros agentes indutores de stress. O painel científico concluiu que um novo evento de extinções será inevitável se os danos causados continuarem.
Por exemplo, a taxa de absorção de carbono pelo oceano é actualmente muito superior do que na altura da última extinção global significativa de espécies marinhas, que ocorreu há cerca de 55 milhões de anos, e que levou ao desaparecimento de mais de 50% das espécies de animais de mar profundo. Além disso, um único evento de destruição de coral que ocorreu em 1998 matou cerca de 16% dos recifes de coral tropicais de todo o mundo.
Segundo Dan Laffoley, co-autor do relatório elaborado no final do workshop: “Os maiores especialistas mundiais em oceanos estão surpreendidos pela velocidade e magnitude das alterações que estão a ocorrer. Os desafios para o futuro do oceano são vastos, mas ao contrário das gerações anteriores, nós sabemos o que tem que ser feito. O tempo para protegermos o coração azul do planeta é agora e é urgente.”
Fonte: Science Daily
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