sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Computadores vão sentir, ver, ouvir e cheirar em 2017

Dentro de cinco anos vai ser possível "humanizar os computadores", prevê o gigante informático IBM, que acredita que ouvir, ver, cheirar, saborear e sentir vão ser características ao alcance das máquinas, em benefício dos cidadãos.
As previsões constam do estudo da IBM '5in5', lançado anualmente desde 2006, e que pretende ser uma previsão de quais serão, no prazo de cinco anos, os cinco avanços tecnológicos mais marcantes e com maior impacte na vida das pessoas.
A IBM acredita que em 2017 o mundo informático entra na era dos "sistemas cognitivos", com máquinas capazes de imitar os cinco sentidos humanos, e a crença resulta mais do trabalho que já está a ser feito nos laboratórios, do que das expectativas da empresa sobre o que possam vir a ser as tendências nesta área de investigação e desenvolvimento, como explicou à Lusa Gonçalo Costa Andrade, diretor dos serviços de tecnologia da IBM.
"Um computador com essas valências permite humanizar o computador, tornando a interação mais próxima daquela que é a perceção do ser humano, e permite ao homem perceber algumas características, ir mais fundo na análise de algumas situações", explicou à Lusa o responsável, que sublinhou que esta nova tecnologia será de fácil acesso, e com utilidades práticas e quotidianas, para profissionais especializados, mas também para o cidadão comum.
Por exemplo, a IBM perspetiva avanços com utilidade para profissionais especializados na área da saúde, com a possibilidade de atribuir aos computadores capacidades visuais. Gonçalo Costa Andrade explicou que, mais do que catalogar imagens como RX ou ressonâncias magnéticas, será possível criar um sistema que detete tendências nas imagens e que torne mais fácil a identificação de tumores.
Mas para o cidadão comum podem estar a caminho facilidades tecnológicas como uma aplicação com base na audição que ajude jovens pais a detetar o significado do choro dos bebés - através da padronização de milhares de choros e das suas múltiplas variações de frequências - ou uma outra, com base no olfacto, que permita, pela análise dos odores corporais e dos biomarcadores, 'avisar-nos' que temos uma gripe em incubação ou que estamos a desenvolver diabetes.
"Acreditamos que o tratamento sistematizado desta informação, a criação de algoritmos ao nível do software que trata toda a informação, vai permitir criar aplicações mais direcionadas e úteis, tanto para profissionais especializados como para o cidadão no dia-a-dia", resumiu o responsável da IBM.
Gonçalo Costa Andrade disse também que esta revolução tecnológica não poderá acontecer apenas ao nível das aplicações, terá que ser acompanhada por uma evolução do 'hardware', uma vez que as máquinas que existem hoje não têm capacidade para suportar estas novas funcionalidades, mas acredita que está a ser dado um "novo passo" no caminho da criação de computadores capazes, não só de analisar dados, mas de produzirem, eles próprios, conhecimento.
A IBM crê que será possível ter esta tecnologia disponível no mercado dentro de cinco anos, e apesar de não conseguir estimar quanto custará ter acesso a estas novas facilidades, antecipa que, à semelhança do que acontece com qualquer tecnologia, os "sistemas cognitivos" serão tão mais acessíveis quanto mais massificados e disseminados estiverem.
Gonçalo Costa Andrade sublinhou ainda o caráter fiável das previsões do '5in5' da IBM, frisando que, apesar de a empresa não ter acertado em todas as suas previsões desde 2006, acertou na maioria.
O responsável lembrou a esse propósito casos que considera paradigmáticos e exemplares daquilo que pretende ser o estudo: em 2007 o '5in5' apontava para telemóveis com funcionalidades como o pagamento de serviços m 2012, e que é hoje uma realidade instalada na sociedade, e para a previsão, saída do estudo de 2011, de que em 2016 ler a mente "já não seria ficção científica".
Notícias recentes apontam para avanços com efeitos ao nível da mobilidade humana, com novas tecnologias que permitem ler as ondas cerebrais e que 'obrigam' o corpo de alguém paralisado ou com mobilidade reduzida a obedecer às ordens emitidas pelo cérebro.

Fonte: Diário de Notícias

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