sexta-feira, 29 de junho de 2012

Zoo australiano recolhe impressões das patas de 4000 animais

Com tintas e telas, os funcionários do Zoo de Taronga, na Austrália, recolheram as impressões das patas dos 4000 animais que lá vivem, tornando-os embaixadores de um projecto de conservação de elefantes na Tailândia, lançado nesta quarta-feira.
Encorajados pelos seus tratadores, os mais variados animais – como um elefante, uma foca e um pinguim – mergulharam as patas numa tinta azul ou vermelha (não nociva) e deixaram a sua impressão numa folha branca.
Este trabalho, que durou várias semanas, teve como objectivo “criar uma poderosa assinatura em nome da vida selvagem para inspirar as pessoas para a conservação”, explica o jardim zoológico em comunicado. Mais concretamente, para marcar o anúncio de um financiamento ao Parque Nacional Kui Buri, na Tailândia.
O Zoo de Taronga vai ajudar a financiar a construção e manutenção de duas estações de vigilância na fronteira daquele parque, para evitar os conflitos entre humanos e elefantes, num programa conjunto com o Zoo de Vitória.
“Ao reunir as marcas dos animais, estamos a assinalar visualmente o compromisso de Taronga em nome da conservação da vida selvagem. E esperamos que os nossos visitantes também venham a participar”, disse o director do Zoo de Taronga, Cameron Kerr.
“Foi um trabalho muito divertido para muitos de nós no zoo. Vários animais, como o pinguim Mr. Munro, saltaram alegremente para cima da tela e deslizaram sobre o papel”, contou Kerr. Outros, “como as nossas focas, foram treinados para deixar a sua marca e foi surpreendente como algumas das impressões desafiaram as ideias pré-concebidas que tínhamos em relação a como tudo iria resultar”, acrescentou.
Simbolicamente, o zoo colocou a marca de Pak Boon, uma elefante fêmea de 3010 quilos, ao lado da marca do marsupial Acrobates pygmaeus, um dos mamíferos mais pequenos do mundo. “Esta foi uma forma única e humilde de ver a incrível diversidade dos animais ao nosso cuidado”, comentou Kerr.

Fonte: Público

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Google cria 'cérebro artificial' capaz de aprender

A Google anunciou ontem a criação de um 'cérebro artificial', com capacidade para aprender sozinho. Trata-se de uma rede de 16 mil processadores cuja primeira descoberta foi identificar... um gato.
A equipa liderada pelo investigador Jeff Dean criou uma 'rede neuronal' composta por mais de mil milhões de ligações e mandou-o ir à caça de gatos. Só que nunca lhe disse como é o aspecto de um felino.
Os investigadores 'alimentaram' o sistema com imagens aleatórias retiradas de mais de 10 milhões de vídeos do YouTube, e deixaram-o 'aprender'. Ao fim de algum tempo, e sem que houvesse qualquer intervenção humana, o 'cérebro' começou a identificar os gatos que surgiam nas imagens.
"Nunca lhe dissemos, durante a aprendizagem, 'isto é um gato'. Ele basicamente inventou o conceito de gato", afirma Jeff Dean num artigo publicado esta semana. "Ao contrário do que intuitivamente acreditamos, esta experiência revela que é possível criar um detector facial sem etiquetar as imagens como contendo rostos ou não".
Esta rede informática foi também capaz de identificar 20 mil categorias de objetos retirados da base de dados ImageNet. A identificação ficou-se pelos "15,8% de precisão", o que não parece muito, mas é "um salto de 70% relativamente aos resultados conseguidos com a tecnologia mais avançada existente", segundo o mesmo artigo.
O sistema é mais uma criação do laboratório Google X, em Mountain View, na Califórnia, onde engenheiros e cientistas têm liberdade para se dedicarem a investigações tão radicais como elevadores espaciais.

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 26 de junho de 2012

Há um segundo genoma humano e é o dos micróbios que nos habitam

Se pensa que é dono do seu corpo, desengane-se. O corpo humano é feito de milhões de milhões de células, mas o número de microrganismos a viver nele, principalmente bactérias - o "microbiota" humano, a "flora", por oposição à "fauna" das nossas próprias células - é dez vezes maior e estima-se que contenha milhares de espécies diferentes.
A importância deste "jardim botânico" interno, deste "órgão" invisível que pesa cerca de dois quilos (mais do que o nosso cérebro!) e que vive sobretudo nos intestinos, começa apenas a emergir. Sabe-se que as bactérias intestinais participam na digestão e até produzem vitaminas, mas a ideia de que o seu papel extravasa ainda mais o foro digestivo é recente.
Graças aos espectaculares avanços das técnicas de sequenciação genética, que há 12 anos permitiram ler o genoma humano, os cientistas estão agora a estudar o que alguns já chamam o "segundo genoma humano" - o genoma colectivo dos micróbios com os quais convivemos - e a tentar perceber o seu impacto na saúde.
Existem dois grandes projectos de sequenciação do "microbioma" (abreviação de genoma do microbiota) humano: o Projecto Microbioma Humano (HMP), lançado em 2007 pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA; e o projecto Metagenómica do Tracto Intestinal Humano (MetaHIT), lançado em 2008 pela Comissão Europeia e a China.
Há pouco mais de uma semana, o HMP publicou 17 artigos (dois na revista Nature e 15 na PLoS Biology) apresentando o primeiro "rascunho" genético desse ecossistema - incluindo um catálogo de cinco milhões de genes de bactérias, vírus, fungos e outros bichinhos -, bem como os primeiros estudos das suas características e das suas relações com doenças humanas. As sequências genéticas foram obtidas a partir de amostras colhidas em vários locais anatómicos - como intestino, pele, nariz, boca, garganta, vagina, fezes - de 242 pessoas saudáveis. Os cientistas afirmam ter assim identificado a maior parte das espécies microbianas comuns que habitam o corpo humano.
Num comentário na Nature a acompanhar as publicações, David Relman, da Universidade de Stanford, EUA, fazia, no entanto, notar que o estudo do microbioma humano tem sido "uma lição de humildade" e que "as funções de todas estas comunidades microbianas permanecem em grande parte desconhecidas". E salientava que a diversidade individual e geográfica do microbioma humano ainda não pode ser avaliada, dado o reduzido número de pessoas estudadas e o facto de elas residirem todas em países desenvolvidos, com estilos de vida semelhantes.
O que se tem tornado cada vez mais claro é que o saudável desenvolvimento do nosso sistema imunitário depende intimamente do microbiota intestinal, sobretudo bacteriano. Só que, até aqui, pensava-se que essas bactérias benéficas eram as mesmas para todos os mamíferos. Mas agora, na última edição da revista Cell, Dennis Kasper e colegas da Universidade de Harvard, EUA, mostram, pela primeira vez, que as bactérias do intestino humano são específicas da nossa espécie e... não funcionam no ratinho.
Os cientistas criaram animais sem flora microbiana própria. A seguir introduziram, num grupo destes roedores, micróbios intestinais habituais dos ratinhos, enquanto noutro grupo colocaram micróbios do intestino humano. Nos dois grupos, as floras intestinais desenvolveram-se de forma aparentemente normal. Porém, essa proliferação não teve efeitos equivalentes: os ratinhos que tinham o intestino colonizado por bactérias humanas apresentavam níveis muito reduzidos de células imunitárias. "Apesar da abundância e da complexidade da comunidade bacteriana", explica Hachung Chung, uma das co-autoras, "era como se os ratinhos não reconhecessem as bactérias humanas - como se, de facto, não tivessem bactérias nenhumas."
Quando repetiram a experiência introduzindo nos ratinhos a flora intestinal habitual dos ratos, o mesmo ocorreu - o que é ainda mais surpreendente porque são duas espécies próximas. E quando infectaram os animais com salmonelas, os ratinhos com flora intestinal humana foram incapazes de lidar com o agressor.
Para os cientistas, os resultados mostram que a as nossas bactérias intestinais evoluíram juntamente connosco e confirmam os potenciais perigos que a sua perda poderia acarretar, dada a nossa utilização intensiva de antibióticos e os nossos ambientes de vida ultra-higiénicos. Para Kasper, "a prevalência actual de doenças auto-imunes - tais como a asma, a esclerose múltipla e as doenças inflamatórias do intestino - poderão ser, pelo menos em parte, a consequência da crescente vulnerabilidade da relação entre humanos e micróbios, fruto da evolução".O terceiro genoma?
As surpresas não acabam aqui. Num artigo ontem publicado online na revista Genome Research, Rotem Sorek e colegas, do Instituto Weizmann de Ciência em Rehovot, Israel, apresentam uma análise daquilo a que se poderia talvez chamar o "terceiro genoma humano": a população de vírus que está constantemente a atacar a nossa comunidade de bactérias benéficas.
Os cientistas utilizaram o facto de as bactérias, para se protegerem desses predadores (um tipo de vírus chamados fagos), serem capazes de lhes "roubar" bocadinhos de ADN e de os integrar em locais específicos do seu próprio genoma.
"No nosso estudo, procurámos esses bocados de ADN de fagos roubados no material genético das bactérias que vivem no intestino humano", diz Sorek. "A seguir, utilizámos essas peças para identificar os fagos que coexistem com as bactérias no intestino humano."
Os resultados mostram que centenas de tipos de vírus infectam repetidamente o nosso microbiota intestinal. "Estes vírus podem matar algumas das nossas bactérias intestinais e é portanto provável que tenham impacto na saúde humana", diz Sorek. Torna-se assim essencial perceber as pressões que os fagos exercem sobre essas bactérias.

Fonte: Público

domingo, 24 de junho de 2012

Novo iPhone irá tornar acessórios antigos inúteis

A Apple está a deixar muitos dos seus fãs indignados porque se prepara para mudar, no próximo iPhone 5, o conetor que tem utilizado em todos os seus aparelhos do género. A confirmar-se, isto fará com que todos os acessórios criados para os iPhones, iPods e iPads se tornam obsoletos.
Em causa estão os rumores de que a nova versão do smartphone da Aplle vir com um conector de 19 pinos, substituindo o de 30 pinos atual.
O suposto novo conector pode ser visto num post do MobileFun num vídeo no YouTube da ETradeSupply, que trabalha com peças.
Os utilizadores indignados juntaram-se já online para se manifestar contra esta decisão, que alterará radicalmente o tamanho do conector do iPhone que deverá ser lançado em outubro. Ao fazê-lo, todos os acessórios atuais, como 'docking stations' ou carregadores, terão de ser substituídos.
Segundo o Daily Mail, que avança com a notícia, esta possibilidade está também a deixar os fabricantes de acessórios irritados.
O blogue especializado em tecnologia TechCrunch afirma que esta informação foi confirmada por três fabricantes diferentes. A Apple, por seu lado, não o confirmou, mas também não o desmentiu.
O tradicional conector de 30 pinos é utilizado pela Apple desde que foi lançado o iPod de terceira geração. Diversos docks e cabos - até mesmo acessórios mais simples como capas de silicone - foram fabricados tendo em conta o tamanho e o padrão daquele conector. O novo conetor permite que o telefone seja mais fino e que utilize cabo magnético.

Fonte: Diário de Notícias

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Descobertos dois planetas quase "colados"

Foram detetados pelo telescópio Kepler e estão a 1200 anos-luz da Terra. Orbitam a mesma estrela 20 a 30 vezes mais próximos um do outro do que qualquer planeta do sistema solar.
Estão muito próximos um do outro, mas não chocam. A descoberta foi feita por investigadores das universidades de Washington e de Harvard. "Estes dois planetas estão mais perto um do outro do que em qualquer outro sistema que tenhamos encontrado", refere Eric Agol citado pelo ABC, cientista da Universidade de Washington e um dos autores do artigo publicado na Science.
Estes dois mundos estão cinco vezes mais perto do que a Lua da Terra (menos de dois milhões de quilómetros), mas nunca colidiram. Os investigadores tentam agora compreender como é possível que dois planetas tão diferentes têm órbitas tão próximas.

Fonte: Diário de Notícias

quarta-feira, 20 de junho de 2012

E a humanidade pesa... quase 300 milhões de toneladas

Em 2005, a massa corporal total da população adulta mundial era de 287 milhões de toneladas, segundo cientistas britânicos que acabam de publicar a sua estimativa na revista BMC Public Health.
Ian Roberts e colegas, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, escrevem que, para obter os seus resultados, utilizaram dados disponíveis sobre o índice de massa corporal de cada país (IMC, que quando superior a 25 indica excesso de peso e a partir de 30 obesidade), bem como a distribuição da altura nas populações correspondentes.
Do total dessa biomassa, explicam ainda, 15 milhões de toneladas representam o excesso de peso e 3,5 milhões a obesidade. E um terço desses 3,5 milhões de toneladas vivem na América do Norte, embora aquela região só represente, em termos demográficos, 6% da população global! A título de comparação, a Ásia, onde vive 61% da população mundial, só contribui para 13% da biomassa humana devida à obesidade. E já agora, os dez países mais “pesados” são, para além dos EUA, o Kuwait , Croácia, Qatar, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Trinidade e Tobago, Argentina, Grécia e Bahrein e os dez mais “leves” a Coreia do Norte, Camboja, Burundi, Nepal, República Democrática do Congo, Bangladesh, Sri Lanka, Etiópia, Vietname e Eritreia.
“Uma tonelada de biomassa corresponde a perto de 12 adultos na América do Norte e a 17 na Ásia”, precisam os autores. “E se todos os países tivessem a distribuição do índice de massa corporal dos EUA, o aumento de biomassa humana seria de 58 milhões de toneladas, correspondendo às necessidade energéticas de 473 milhões de adultos.”
Ou seja, não basta reduzir o crescimento populacional. Também é preciso travar o consumo excessivo de alimentos. "[No futuro], o aumento do excesso de peso da população poderia ter o mesmo impacto nas necessidades alimentares globais do que um aumento populacional de quase meio milhão de pessoas", concluem.

Fonte: Público

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uma galáxia quase tão antiga como o universo

Dois telescópios japoneses descobriram uma galáxia a 12 900 milhões de anos luz da Terra, a mais longínqua descoberta até hoje.
Chama-se SXDF-NB1006-2 e está a 12 900 milhões de anos luz da Terra. A galáxia descoberta pelos telesc+opios japoneses Subaru e Keck é assim a mais longínqua jamais encontrada. Olhar para ela significa estar a olhar para as origens do universo, uma vez que à escala astronómica, mais longe é igual a mais antigo.
Os astrónomos que realizaram este trabalho, publicado no Astrophysical Journal, esperam que o estudo desta galáxia ajude a perceber o que aconteceu nos primórdios do universo.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 16 de junho de 2012

Macacos sobreviveram à infecção pelo vírus de Ébola

Um cocktail de anticorpos que foi administrado entre 24 horas e 48 horas a seguir à infecção pela estirpe mais letal do vírus de Ébola permitiu salvar a vida de macacos infectados.
Actualmente, os tratamentos disponíveis contra este vírus, que provoca uma febre hemorrágica altamente contagiosa e letal em poucos dias, só têm alguma hipótese de funcionar quando são iniciados minutos após a infecção.
Gary Kobinger, da Universidade de Manitoba, Canadá, e colegas, que publicaram os seus resultados na revista Science Translational Medicine, infectaram nove macacos (Macaca fascicularis) com a estirpe Zaire do vírus (responsável pelos surtos da doença no ex-Zaire, a actual República Democrática do Congo). Horas mais tarde, administraram a oito deles a primeira de três doses de uma mistura de três anticorpos, cada um dirigido contra uma região diferente da proteína do invólucro viral que permite a entrada do vírus nas suas células-alvo. Os anticorpos provinham de ratinhos que tinha sido previamente vacinados com fragmentos do vírus.
Os quatro macacos que iniciaram o tratamento após 24 horas sobreviveram todos, sem efeitos indesejáveis aparentes. Dos quatro que só iniciaram o tratamento após 48 horas, sobreviveram dois. O macaco que não tinha sido tratado morreu da doença passados cinco dias.
“Os anticorpos fizeram abrandar a replicação do vírus até o sistema imunitário dos próprios animais entrar em acção e evacuar completamente o vírus”, diz Kobinger, citado pelo site Nature.com.
Os cientistas consideram os resultados mais promissores do que as anteriores tentativas de tratamento à base de anticorpos. Segundo o mesmo site, a empresa de biotecnologia Defyrus, de Toronto, já está a desenvolver um tratamento contra o vírus de Ébola que integra estes anticorpos e cuja segurança de utilização em seres humanos deverá ser testada até finais de 2014.

Fonte: Público

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Encontrada uma lagosta azul na Nova Escócia

Um barco pesqueiro retirou das águas um estranho espécime de lagosta quando recolhia as suas redes. De acordo com a Universidade do Maine, as lagostas azuis são um fenómeno que acontece uma vez em dois milhões.
Um capitão de um barco pesqueiro, Bobby Stoddard, de 51 anos e natural de Barrington, na Nova Escócia, encontrou uma lagosta de cor azul durante uma das suas saídas para a faina, segundo a CNN.
"É a única que vi", disse a uma televisão norte-americana. "O meu pai foi pescador de lagostas durante 55 anos, pescou uma igual há uns 45 anos... nunca mais tinha voltado a ver nenhuma".
De acordo com o Instituto de Lagostas da Universidade de Maine, as lagostas azuis são um fenómeno que ocorre uma vez em dois milhões de nascimentos. Trata-se de uma variação genética que faz com que a lagosta produza uma quantidade excessiva de uma proteína que lhe dá um aspeto azulado.
Bobby Stoddard tentou vendê-la a um instituto de investigação oceânica que não se mostrou muito interessado. Depois tentou vendê-la pela Internet mas ao ver-se pressionado por tantas chamadas e e-mails acabou por desistir.
Agora o crustáceo vive tranquilamente num tanque na empresa de Stoddard, alimentando-se de pedaços de peixe e moluscos. "Vou devolvê-la ao mar, mas antes disso gostaria que fosse vista pelo maior número de pessoas possível", explicou.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pode ser ético "procriar" com o ADN de três pessoas

Uma controversa técnica de procriação medicamente assistida foi esta terça-feira considerada eticamente aceitável para prevenir as graves e incapacitantes doenças derivadas de defeitos no ADN das mitocôndrias, as “baterias” das células vivas, num parecer emitido pelo Conselho de Bioética Nuffield, órgão independente muito influente no Reino Unido.
O nosso património genético encontra-se quase na íntegra no núcleo celular, mas as mitocôndrias também possuem um bocadinho de ADN. E as mutações neste punhado de genes podem acarretar cegueira, surdez, disfunção cardíaca, doença hepática e renal, demência e morte prematura. Uma criança em cada 6.500 poderá vir a desenvolver uma forma grave de doença mitocondrial.
As mitocôndrias são herdadas apenas da mãe e existem várias técnicas experimentais que permitem substituir as mitocôndrias defeituosas pelas mitocôndrias saudáveis de outra mulher (por exemplo, retirando o núcleo ao ovócito doado e introduzindo o núcleo da futura mãe antes da fertilização). Três pessoas contribuem assim para os genes do futuro bebé: os pais biológicos, dos quais ele herdará 99,9% do seu ADN, e a doadora do ovócito, cujo ADN mitocondrial (e não nuclear) representa 0,1% do genoma — e cuja designação como “segunda mãe” o parecer agora emitido considera aliás “legalmente e biologicamente” inadequada. O parecer recomenda em particular que, quando se tornarem adultas, as crianças nascidas deste tipo de técnicas não tenham acesso à identidade das doadoras de mitocôndrias.
“Se as investigações ulteriores mostrarem que as técnicas são suficientemente seguras e eficazes”, disse Geoff Watts, presidente do conselho, “achamos que seria ético que as famílias que o desejem as usem, desde que recebam informação e apoio adequados”. Contudo, há quem conteste a utilização deste tipo de manipulação genética, uma vez que é transmissível à descendência. A Autoridade de Fertilização e Embriologia Humanas, a entidade britânica reguladora da investigação e da aplicação das técnicas de procriação artificial, anunciou entretanto que irá lançar uma consulta pública, já em Setembro, para sondar a opinião dos cidadãos.

Fonte: Público

quarta-feira, 13 de junho de 2012

As cabeças dos americanos estão a ficar maiores

A razão ainda está por apurar. Estará relacionado com a medicina, o stress? Porquê, ainda não se sabe. Mas o facto é que um estudo realizado nos Estados Unidos comprovou que o tamanho do crânio dos americanos está a aumentar.
Apesar de ainda não estarem explicadas a razão deste aumento, uma nova pesquisa descobriu que os crânios dos americanos e, possivelmente, de outras raças e nacionalidades, estão a tornar-se ligeiramente maiores.
Segundo a National Geographic, novas medidas a centenas de crânios de americanos brancos, nascidos entre 1825 e 1985, revelaram que a média do tamanho das cabeças aumentou cerca de oito milímetros.
Pode não parecer muito mas este novo espaço pode ser o equivalente a uma bola de ténis.
"Não posso adivinhar as implicações deste salto no tamanho craniano, mas outras pesquisas mostraram que um crânio maior não significa, necessariamente, uma maior inteligência", explica Richard Jantz, antropologista da Universidade do Tennessee, que participou nestas novas descobertas.
O investigador argumenta que a vida dos americanos mudou demasiado, para que possa ser apontada uma causa única para este fenómeno.
"Os americanos conduzem carros, vacinam as suas crianças e o excesso de comida é agora um problema maior que a subnutrição, entre muitas outras coisas. É como se estivéssemos a conduzir experiências em nós próprios, para ver como respondemos a um ambiente completamente novo", argumenta.

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 12 de junho de 2012

Vacina contra a doença de Alzheimer com bons resultados em ensaio clínico

Pela primeira vez, uma vacina contra a doença de Alzheimer teve bons resultados num ensaio clínico. Liderada pelo Instituto Karolinska, na Suécia, uma equipa de cientistas testou a nova vacina durante um ensaio que envolveu 58 doentes de Alzheimer. Verificou-se, segundo o estudo publicado na revista The Lancet Neurology, que a vacina conseguiu desencadear a produção de anticorpos contra uma proteína que se acumula no cérebro destes doentes e o danifica – a beta-amilóide.
A doença de Alzheimer não tem cura e todos os tratamentos actualmente disponíveis limitam-se a tentar abrandar os sintomas. Neste momento, há cerca de 36 milhões de pessoas com Alzheimer em todo o mundo. Em 2050, pensa-se que serão 115 milhões.
A beta-amilóide vai-se acumulando no cérebro e formando placas, que destroem os neurónios e degradam progressivamente as funções corporais em geral. Não se conhecem as causas exactas da doença de Alzheimer, que inicialmente tem como sintomas a dificuldade em recordar as memórias recentes porque a acumulação das placas provoca as primeiras lesões nas regiões cerebrais envolvidas na formação de novas memórias. À medida que a doença progride, outras regiões do cérebro são afectadas pelos agregados de beta-amilóide. Só depois da morte do doente é que se comprova a doença, através da análise de amostras do cérebro, para verificar a presença das placas.
Já tinha havido um ensaio clínico para testar uma vacina, há cerca de uma década. Mas correu mal, recorda o Instituto Karolinska em comunicado, e o ensaio foi interrompido porque provocou muitas reacções adversas (a vacina activava certos linfócitos T, células do sistema imunitário, mas que depois começaram a atacar o próprio tecido cerebral).
Agora, a equipa de Bengt Winblad, que foi patrocinada pela empresa farmacêutica Novartis, testou a nova vacina – chamada CAD106 –, que procura induzir a produção de anticorpos contra a beta-amilóide. “Neste segundo ensaio clínico em humanos, a vacina foi modificada para afectar apenas a prejudicial beta-amilóide”, lê-se no comunicado.
Neste ensaio, de fase 1 (que testa a segurança e tolerância de um novo medicamento), 46 dos 58 participantes receberam a vacina e aos restantes 12 foi dado um placebo (uma substância sem acção biológica). “Os investigadores descobriram que 80% dos doentes envolvidos nos ensaios desenvolveram os seus próprios anticorpos contra a beta-amilóide sem efeitos secundários durante os três anos do estudo. Isto sugere que a CAD106 é um tratamento tolerável para os doentes com doença de Alzheimer ligeira a moderada”, lê-se ainda.
Para avaliar e confirmar a eficácia da vacina, terão agora de ser feitos ensaios clínicos com mais doentes, sublinha a equipa no artigo.

Fonte: Público

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Estudo revela comportamento depravado dos pinguins

Um século depois de George Murray Levick ter divulgado estudos sobre a vida sexual dos pinguins e terem sido ocultadas por serem consideradas demasiado chocantes, as conclusões foram agora finalmente mostradas ao público.
O médico e biólogo britânico estudou o comportamentos dos pinguins numa expedição ao Pólo Sul entre 1910 e 1913. Na altura falou de coerção sexual, necrofilia (tinham relações com fêmeas mortas) e comportamento homossexual, atos que foram considerados depravados e retirados dos relatos oficiais.
O Museu de História Natural de Londres guardou os documentos originais e optou por divulgá-los porque, entretanto, muitos dos comportamentos observados por Levick já foram cientificamente explicados por especialistas.

Fonte: Diário de Notícias

domingo, 10 de junho de 2012

China fará este mês o seu quarto voo espacial tripulado

A China anunciou que vai lançar neste mês um voo espacial com três astronautas, naquela que será a quarta missão espacial tripulada deste país e a primeira do género a fazer uma acoplagem a uma estação em órbita.
A data exacta não foi anunciada, mas, de acordo com a agência noticiosa oficial da China, a Xinhua, o voo terá lugar “em meados de Junho”.
Os astronautas seguirão a bordo do vaivém Shenzhou 9 e farão uma acoplagem ao módulo espacial Tiangong 1, que está a orbitar a Terra. No final do ano passado, a China já tinha feito com sucesso uma acoplagem a este módulo, mas numa missão não tripulada.
Um dos três astronautas permanecerá na nave, enquanto os outros dois entrarão no módulo e farão algumas experiências científicas. Não foi divulgada a duração da missão.
Segundo a Xinhua, que cita o número dois do programa chinês de astronautas, Niu Hongguang, a tripulação poderá incluir mulheres, mas a decisão final sobre a composição da equipa ainda não foi tomada.
A nave espacial, o foguetão e a plataforma de lançamento já seguiram para o Deserto de Gobi, no norte do país, onde o lançamento terá lugar. Ao longo dos próximos dias, serão feitos os últimos testes.
Em Dezembro, Pequim anunciou um ambicioso programa de cinco anos de exploração espacial. Entre os objectivos está o de lançar um laboratório para o espaço e o de recolher amostras da Lua em 2016. Em 2003, a China tornou-se no terceiro país a executar sozinho uma missão espacial tripulada, depois da Rússia e EUA. A última vez que enviou astronautas para o espaço foi em 2008.

Fonte: Público

sábado, 9 de junho de 2012

Descoberta a pérola mais antiga do mundo

No Golfo Pérsico, em tempos pré-históricos, estes objetos eram apreciados e faziam parte de rituais funerários
Arqueólogos franceses descobriram a pérola fina mais antiga de que há conhecimento, 7500 anos, fazendo recuar em 2500 anos a antiguidade deste tipo de objeto. A descoberta foi efetuada a escavação de uma povoação neolítica, nos atuais Emirados Árabes Unidos, em Umm al-Quwain, na costa do Golfo Pérsico.
A demonstração da antiguidade foi feita através de datação por Carbono 14. A pérola mais antiga do mundo, até agora, datava de 3000 anos antes da nossa Era e fora encontrada numa povoação pré-histórica no Japão. Os arqueólogos afirmam que a pérola de Umm al-Quwain estava na sepultura de um indivíduo e tinha clara ligação a ritos funerários.
Segundo os cientistas, a prática de pesca das ostras produtoras de pérolas é pré-histórica no Golfo Pérsico e Oceano Índico e fazia parte da identidade cultural da região. Em outros locais, foram encontradas pérolas colocadas sobre o rosto dos defuntos, nomeadamente sobre o lábio superior.

Fonte: Diário de Notícias

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cientistas explicam como fazem os mosquitos para sobreviver à chuva

Coloque-se uns quantos mosquitos à chuva. O que acontece? Algumas gotas, verdadeiras bombas de água para estes insectos, acertam em cheio no seu pequeno corpo; outras passam-lhes de raspão.
Mas, mesmo que o choque os faça perder altitude ou ficar de patas para o ar, quase sempre recuperam. Porquê? Porque são extremamente leves em comparação com as gotas de chuva. Foi esta a conclusão a que chegou agora uma equipa de biólogos e engenheiros, num estudo publicado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences.
Sabe-se que o voo dos aviões pode ser gravemente perturbado pela chuva intensa. Mas até aqui, a maneira como essas máquinas voadoras naturais que são os insectos lidam –com sucesso – com o mesmo problema tinha sido pouco estudada. E como os mosquitos pululam justamente em locais onde costuma chover muito, David Hu e colegas, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em Atlanta, EUA, acharam que eram um bom modelo experimental.
Filmaram com câmaras de vídeo de alta velocidade dezenas de mosquitos anófeles (que transmitem a malária) a serem apanhados, dentro de uma "gaiola" de acrílico transparente com 20 centímetros de altura, por "simulacros" de chuva – desde gotas a cair lentamente até autênticos jorros de água. A parte superior da gaiola fora vedada por uma rede, permitindo a entrada da água mas não a fuga dos mosquitos.

Bombas de água
É preciso salientar que cada gota de chuva pesa cerca de 50 vezes mais do que um mosquito. E que, quando uma gota colide com o insecto, fá-lo com uma aceleração que pode chegar a ser 300 vezes superior à aceleração da gravidade. A título comparativo, o corpo humano não resiste a acelerações superiores a 25 vezes a da gravidade, ou 25 g – e, mesmo durante as descolagens dos vaivéns da NASA, os "3 g" sentidos pelos astronautas já eram bastante desagradáveis. Dito de outra forma, o impacto da gota de chuva sobre o mosquito é equivalente ao de um autocarro a esmagar uma pessoa.
E no entanto, o mosquito parece quase imune aos embates. Quando uma gota o atinge (a maior parte das vezes nas patas ou nas asas), dá por vezes umas cambalhotas no ar ou fica desequilibrado por uns instantes. Pode mesmo perder altitude ou ser arrastado até se libertar do bólide líquido. Mas desde que não esteja a voar muito baixo aquando do choque, situação altamente desfavorável que o pode levar a esmagar-se contra o chão ou a morrer afogado numa poça de água, acaba sempre por fazer uma manobra de recuperação.
Os autores explicam que, como os mosquitos são tão leves (pesam dois miligramas), o acontece é que as gotas de água que colidem com eles, e que pesam em média 100 miligramas, quase não "sentem" o choque. E como perdem, portanto, pouca velocidade na colisão (entre 2% e 17%, segundo os seus cálculos), as gotas quase não transmitem força de impacto aos mosquito. Mesmo quando os apanham em cheio. A seguir às experiências com mosquitos, a equipa confirmou esses resultados com bolinhas de esferovite de vários pesos e tamanhos.

Casca dura
Numa outra experiência, os cientistas mostraram que a flexibilidade do exoesqueleto destes insectos (a "casca" que cobre o seu corpo) reforça a sua protecção: depois de terem sido submetidos a forças de compressão equivalentes a 20 vezes o impacto da chuva, os mosquitos não só sobreviviam como, uma vez libertados, conseguiam voar.
Os cientistas pensam que resultados como estes podem permitir melhorar a concepção dos robôs voadores do tamanho de insectos que os militares já utilizam para missões de reconhecimento e resgate. Mas Christian Voight, do Instituto de Estudo dos Zoos e da Vida Selvagem de Berlim, mostra-se céptico. "Estamos longe de conseguir fabricar robôs voadores do tamanho de um mosquito", diz este especialista, autor de um estudo semelhante sobre morcegos, citado pela revista Science.
Seja como for, ficamos a saber de vez que não é por estar a chover a potes lá fora que podemos deixar a janela aberta à noite e pensar que os mosquitos não vão atacar...

Fonte: Público

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Lixo produzido nas cidades vai aumentar 70% até 2025

O lixo produzido pelas populações urbanas aumentará 70 por cento até 2025 e os custos do tratamento destes resíduos sólidos urbanos deverão agravar-se sobretudo nos países mais pobres, revelam projeções num relatório do Banco Mundial hoje divulgado.
De acordo com o estudo, "a quantidade de resíduos sólidos urbanos (RSU) subirá das atuais 1,3 mil milhões de toneladas por ano para 2,2 mil milhões de toneladas/ano, um aumento provocado sobretudo pelas cidades em rápido crescimento nos países em desenvolvimento".
O estudo revela que o custo anual de gestão dos resíduos sólidos deverá aumentar de 205 mil milhões de dólares para 375 mil milhões e salienta que este aumento agravar-se-á especialmente nos países mais pobres.
O relatório "Que desperdício: Uma Revisão Global de Gestão de Resíduos Sólidos" inclui pela primeira vez dados consolidados sobre produção, recolha, composição e disposição por país e por região dos RSU.
Quanto a Portugal, o relatório - baseado em dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) recolhidos até 2007 - estima que a produção de lixo urbano aumente das atuais 13,6 toneladas por dia para 15,8 toneladas por dia até 2025.
Segundo o relatório, Portugal tem uma população urbana total de 6,1 milhões e uma produção total diária de RSU de 13,6 toneladas por dia, o que faz com que cada português produza diariamente 2,21 quilos de lixo.
Em 2025, de acordo com a estimativa do Banco Mundial, Portugal terá 10,7 milhões de habitantes, dos quais 7,3 milhões em meios urbanos.
A produção de RSU será de 15,8 toneladas por dia, com uma média diária de 2,15 quilos de lixo por pessoa e um total de 15,8 toneladas por dia.
Quanto à composição dos resíduos em Portugal, o relatório destaca que 34% do lixo é orgânico, 21% é de proveniência do papel, 11% do plástico, 7% do vidro, 4% do metal e 23% de outras origens.
O relatório mostra que a quantidade de RSU está a crescer mais rapidamente na China, nos países da Ásia Oriental, do Leste europeu e do Médio Oriente.
De acordo com o Banco Mundial, existe uma relação direta entre o nível per capita de rendimento nas cidades e a quantidade de resíduos per capita que são gerados, porque, em geral, quanto mais um país se urbaniza mais as populações enriquecem e mais materiais inorgânicos consomem.
Os autores do relatório apontam para uma crise iminente no tratamento de resíduos sólidos urbanos devido ao aumento dos padrões de vida nas populações urbanas, considerando que "melhorar a gestão dos resíduos sólidos, especialmente nas cidades em rápido crescimento de países com economias menos desenvolvidas, é uma questão cada vez mais urgente ".
Os autores do relatório defendem a criação de um plano de gestão integrada de resíduos sólidos nas cidades com a participação de todos os interessados, como grupos de cidadãos, instituições de apoio social e entidades de saúde pública e de proteção ambiental.
O relatório também enumera recomendações políticas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e defende um conjunto de abordagens práticas, como o reforço da educação pública para a necessidade da redução dos resíduos e do aumento da reciclagem e da compostagem e a criação de mecanismos de preços e taxas diferenciadas relacionadas com a quantidade de resíduos eliminados pelos consumidores.

Fonte: Diário de Notícias

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Colesterol envolvido na doença de Alzheimer

A descoberta é publicada nesta sexta-feira, revista Science, pela equipa que revelou a estrutura tridimensional de uma proteína que vai dar origem à beta-amilóide.
Não se conhecem as causas exactas da doença de Alzheimer, caracterizada por perda de memória, desorientação, depressão e deterioração das funções corporais. Só depois da morte de um doente de Alzheimer é que se comprova a doença, através da análise de amostras do cérebro, para verificar a presença de placas de beta-amilóide.
Numa situação normal, a proteína beta-amilóide é degradada continuamente, mas certas variações genéticas podem alterar esta dinâmica. “Qualquer coisa que diminua a produção da beta-amilóide pode ajudar a prevenir, ou tratar, a doença de Alzheimer”, defende um dos autores do estudo, Charles Sanders, da Universidade de Vanderbilt, em Nashville (Estados Unidos), citado num comunicado.
A equipa de Sanders analisou a proteína precursora da beta-amilóide (APP, a sigla em inglês). Em apenas dois passos (provocados por enzimas diferentes), a APP transforma-se primeiro na proteína C99, e depois na beta-amilóide.
Os cientistas revelaram agora como é a estrutura tridimensional da proteína C99, que está parcialmente imersa na membrana celular dos neurónios. Ao estudarem a C99, perceberam que havia um local nela onde o colesterol se ligava. “Há muito tempo que se pensa que, de alguma forma, o colesterol promove a doença de Alzheimer, mas os mecanismos não eram claros”, disse Sanders. “A ligação do colesterol à C99 talvez seja uma das maneiras de tornar a doença mais provável.”
A membrana celular é uma estrutura muito dinâmica. É constituída, na sua base, por duas camadas de moléculas de gordura que compõem o invólucro que dá forma às células. O que a equipa propõe é que o colesterol, ao ligar-se à proteína C99, permite que ela se desloque pela membrana celular e se dirija para regiões específicas das células se concentram muitas outras moléculas. E é aqui que existem as enzimas que, por sua vez, transformam essa proteína na beta-amilóide, que se acumula nas regiões do cérebro que controlam a memória e a aprendizagem, o que leva ao aparecimento da doença de Alzheimer.
A equipa pensa que, quando a C99 não tem colesterol à volta, ela fica em qualquer sítio da membrana celular. “Se pudéssemos desenvolver um fármaco que impedisse esta ligação, seria possível travar a proteína de ir para estes domínios”, refere Sanders. “Em vez disso, a proteína seria clivada [cortada] por uma boa enzima e não produziria a beta-amilóide.”

Fonte: Público

terça-feira, 5 de junho de 2012

Aranhas gigantes atacam população da Índia

Os habitantes de uma vila indiana situada num estado afastado do país queixaram-se de ser vítimas de uma invasão de aranhas gigantes, cuja espécie é desconhecida dos especialistas locais, foi hoje noticiado.
Os órgãos de comunicação social deram notícia de uma dezena de pessoas hospitalizadas depois de terem sido picadas por essas aranhas e duas mortes, não confirmadas.
"Numa abordagem pensou-se numa farsa, mas há um grande número de habitantes picados por essa espécie particular", testemunhou à agência noticiosa francesa AFP, por telefone, um idoso da vila de Sadiya, no estado de Assam (leste).
Uma equipa de cientistas deslocou-se ao local, situado a cerca de 600 quilómetros da capital de Assam, Guwahati.
"Nós inspecionámos o local e encontrámos" uma dessas aranhas, "mas não estamos certos da sua espécie", declarou L. R. Saikia, um cientista do Departamento de Ciências da Vida na Universidade Dibrugarh, em Assam.
"Parece ser uma aranha agressiva dotada de presas mais fortes do que a variedade normal de aranhas", indicou à AFP.
Várias aranhas foram enviadas de Assam para serem identificadas por especialistas.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 2 de junho de 2012

A Via Láctea vai colidir frontalmente com Andrómeda

A colisão e consequente fusão de Andrómeda com a nossa Via Láctea acontecerá dentro de 4 mil milhões de anos, segundo cálculos efetuados por cientistas que utilizaram o telescópio Hubble para fazer as medições mais precisas até hoje realizadas.
A Via Láctea vai chocar frontalmente com a sua vizinha Andrómeda, que se encontra a uma distância de cerca de 2,5 milhões de anos luz. Como resultado da colisão, as duas galáxias acabarão por se fundir numa só. A esta conclusão chegou um grupo de cientistas que mediram com grande precisão a velocidade e distância de Andrómeda com a ajuda do telescópio espacial Hubble. Segundo os cálculos dos cientistas, o Sol não será destruído pela colisão, mas acabará por ocupar uma posição diferente da atual, seguramente mais afastado do centro da galáxia.
segundo avança o jornal "El País", as duas galáxias estão a aproximar-se devido a uma mútua atração gravitacional e a sua colisão já está prevista há muito tempo, mas para calcular, com precisão, como e quando a mesma acontecerá, é preciso uma medição muito rigorosa da distância de Andrómeda da Via Láctea. Foi o que fez agora o cientista Roeland van der Marel e os seus colegas do Instituto do Telescópio Espacial, em Baltimore, que publicaram os resultados dos seus estudos na revista Astrophysical Journal. Até agora, não se sabia se a colisão entre as duas galáxias seria frontal ou se apenas roçariam uma na outra.
Andrómeda está a aproximar-se da Via Láctea a uma velocidade de 400 mil quilómetros por hora, explica a NASA em comunicado. "Houve sempre grande especulação acerca do futuro de Andrómeda e da nossa Via Láctea, mas finalmente temos um panorama claro de como se irão desenrolar os acontecimentos nos próximos milhões de milhões de anos", afirmou Sangmo Tony Sohn, também cientista no Instituto do Telescópio Espacial.
Segundo os cálculos dos investigadores, após a colisão, passarão mais dois milhões de anos até que as duas galáxias se fundam completamente, formando uma só, de forma elíptica e com um núcleo. É possivel que um terceiro conjunto estelar, uma pequena companheira de Andrómeda, a chamada galáxia do Triângulo, acabe também por colidir e fundir-se com as outras duas.
Este tipo de colisões e fusões são raras no universo, sendo mais correntes no cosmos primitivo, mais pequeno que o atual.

Fonte: Diário de Notícias

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Cientistas suíços puseram a andar ratinhos paralisados

Através de um tratamento electroquímico, os cientistas suíços conseguiram pôr ratos paralisados a mexer de forma útil as duas patas traseiras.
Em poucas semanas os ratos conseguiram caminhar, correr, subir escadas e controlar obstáculos.
Este estudo mostra que mesmo em lesões graves o cérebro e a medula espinal são capazes de se adaptar e regenerar.

Numa primeira fase os cientistas acordaram os neurónios da medula espinal, que ficaram dormentes ao serem desligados do cérebro devido à lesão. Injetaram nos ratos um cocktail de substancias químicas que imitam os sinais que o cérebro envia normalmente à medula espinal.
Numa segunda fase estimularam a medula através de sinais elétricos contínuos até aos neurónios.
Finalmente, através de pequenos coletes, os cientistas prenderam os animais num dispositivo robótico que os mantinha erguidos sobre uma plataforma com o peso totalmente suportado pelas patas traseiras.
Quando os cientistas colocaram chocolate na outra ponta da plataforma os animais começaram a andar e após uma semanas de neuoreabilitação, os ratos não só iniciavam a marcha de livre vontade como conseguiam correr.
Os cientistas da Universidade de Zurique e do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça constataram que as fibras nervosas na medula espinal e no cérebro não só tinham quadruplicado como tinham contornado a lesão medular.
Ainda não se sabe se esta técnica pode ser usada em humanos e se serve para todo o tipo de lesões da medula espinal. Dentro de dois anos começam os ensaios clínicos.

Fonte: TSF