sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Novo robô consegue apanhar bolas que lhe são atiradas


Investigadores de Cambridge dedicam-se a tentar "humanizar" robôs. Assim, conseguiram que um robô, da Disney, pudesse apanhar uma bola quando lha atiram.
A 'máquina' segue a bola com os olhos e consegue apanhá-la, ou reage com várias expressões se não a consegue alcançar. Quando o robô perde a bola, olha para trás ou para baixo, dependendo do local onde o objeto caiu e encolhe os ombros ou abana a cabeça. No desenvolvimento do aparelho foi utilizado uma câmara interna, com um sistema de captação de movimento.
O novo robô da Disney foi especialmente desenvolvido para interagir com visitantes nos parques temáticos da marca. O robô é perfeitamente capaz de jogar ao "apanha a bola" com qualquer pessoa, adulto ou criança.
Vários investigadores mostraram-se já reticentes em relação ao facto de estar a ser dada às maquinas a capacidade de pensarem por elas próprias, alertando para as consequências que isso pode acarretar.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Desflorestação da Amazónia cai para novo mínimo histórico

A desflorestação da Amazónia baixou para o seu menor nível desde 1988, quando começou a ser feita uma monitorização regular por satélites. A superfície destruída entre Agosto de 2011 e Julho de 2012 foi de 4656 quilómetros quadrados, o que equivale aproximadamente à área ardida em Portugal em 2003, o pior ano de incêndios florestais no país.
Houve uma redução de 27% em relação ao ano anterior, em que o abate de árvores tinha também chegado a um recorde mínimo, 6418 quilómetros quadrados.
Os dados oficiais foram divulgados terça-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a agência brasileira que acompanha a evolução da desflorestação da Amazónia a partir de imagens de satélites. O INPE possui dois sistemas de monitorização: o DETER, que dá uma imagem mais imediata ao longo do ano, de modo a detectar sinais de alerta, e o PRODES, que faz um retrato mais detalhado no final de cada época. Os números agora divulgados são os do PRODES.
Os resultados surgem num momento em que a comunidade internacional discute novos passos a dar na luta contra o aquecimento global, na conferência climática anual das Nações Unidas, em Doha, Qatar. “Ouso dizer que esta é a única boa notícia ambiental que o planeta teve neste ano do ponto de vista de mudanças do clima”, disse a ministra brasileira do Ambiente, Izabella Teixeira, ao apresentar os resultados em Brasília.
Há três anos, o Brasil assumiu o compromisso voluntário de reduzir em 36% o aumento das suas emissões de CO2 até 2020, em comparação o que seria expectável. Uma grande fatia deste esforço seria, nos planos do Governo, atingida com uma descida de 80% do nível de desflorestação, em relação a 2005. Neste momento, já houve uma redução de 76%.
“Podemos mostrar em Doha que estamos a fazer a nossa parte para reduzir emissões”, continuou Izabella Teixeira. “O mundo deve encontrar urgentemente uma solução para a questão das alterações climáticas”, acrescentou.

Cultura da soja
Nem tudo são, porém, boas notícias. Apesar da diminuição da área desflorestada em geral, houve um aumento em três dos nove estados brasileiros da chamada Amazónia legal: Acre (10% ), Amazonas (29%) e Tocantins (33%). Já nos estados onde a floresta está a desaparecer em maior superfície, houve grandes descidas. No Mato Grosso e no Pará, que representam metade da área desflorestada em 2011/12 e dois terços desde 1988, o ritmo abrandou 31% e 44% respectivamente. É sobretudo nestes estados, e também em Rondónia, que a cultura da soja mais tem avançado sobre a floresta nas últimas duas décadas.
O ritmo de destruição da Amazónia tem vindo a cair desde 2004, quando desapareceram quase 28 mil quilómetros quadrados da mancha florestal.
Dados mais recentes, já do terceiro trimestre de 2012, lançaram a preocupação de que esteja a haver uma nova subida. Entre Agosto e Outubro de 2012, as árvores desapareceram de 1152 quilómetros quadrados, um aumento de 125% em relação ao mesmo período de 2011, segundo a organização não-governamental Imazon, que tem o seu próprio sistema de monitorização.

Fonte: Público

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tempestade de poeira aquece atmosfera em Marte

A NASA observa, desde há duas semanas, uma grande tempestade de poeira em Marte, que produziu sobreaquecimento da sua atmosfera e foi detetada pelo satélite 'MRO' e pelo robô 'Opportunity', noticiou a agência AFP.
É a primeira vez desde as missões norte-americanas 'Vicking', dos anos 70, que tais tempestades podem ser observadas por um satélite e um engenho em Marte, anunciou hoje, no seu portal, a agência espacial dos Estados Unidos.
Em 2001 e 2007, tempestades de poeiras afetaram grandes áreas do "planeta vermelho", segundo a NASA.
Após décadas de observações, os cientistas sabem que as tempestades ocorrem em certas estações do ano, com a mais recente a ter começado na primavera (Hemisfério Sul).
Instrumentos a bordo do satélite 'MRO' detetaram, a 16 de novembro, um sobreaquecimento da atmosfera a cerca de 25 quilómetros acima da tempestade, com a temperatura a aumentar 25 graus Celsius.
O fenómeno explica-se pela absorção, a esta altitude, do calor dos raios do Sol pela poeira levantada pelo vento.
Um sobreaquecimento foi também registado em latitudes próximas do Polo Norte, devido à circulação atmosférica.
Os instrumentos meteorológicos a bordo do robô 'Opportunity', em Marte desde 2004 e que se encontra a mais de 1.300 quilómetros da tempestade, mediram igualmente a alteração na pressão atmosférica, adiantou a NASA.
Se a tempestade continuar a expandir-se, o Opportunity poderá ser afetado, uma vez que depende do Sol para produzir energia.

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Já tínhamos luz branca e ruído branco. Agora, também temos cheiro branco

É o equivalente odorante da luz branca e do ruído branco. Ao que dizem os que o cheiraram, não é nem agradável, nem desagradável - e não se parece com nenhum cheiro natural.
Quando um número suficiente de cores do arco-íris se misturam, vemos luz branca. Quando muitas frequências sonoras se sobrepõem, acabamos por ouvir sempre o mesmo distintivo ruído "branco" (aquela crepitação irritante que sai dos altifalantes do auto-rádio quando estacionamos o carro no piso -3 de um parque subterrâneo). Mas que odor sentiríamos se cheirássemos uma mistura de muitos componentes odoríferos diferentes?
Será que existe também um cheiro "branco"? Segundo resultados publicados na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por uma equipa de cientistas israelitas, tudo indica que sim. Basta misturar um número suficiente de odores de igual intensidade e que abrangem todo o "espectro olfactivo" para o nosso nariz achar, a dada altura, que qualquer um dos cheiros assim obtidos é, por assim dizer, o mesmo cheiro. Noam Sobel e colegas, do Instituto Weizmann de Ciência (Israel), designam este cheiro de "branco olfactivo".
Para realizar o estudo, estes cientistas partiram de uma variedade de 86 moléculas odoríferas - cheiros agradáveis como o das rosas, desagradáveis como o da transpiração, cheiros que costumam estar associados a substâncias comestíveis ou pelo contrário a produtos tóxicos. Diluíram as moléculas para nivelar a sua intensidade e com esses ingredientes de base prepararam uma série de misturas. Pediram então a um grupo de participantes, entre os quais um profissional dos perfumes, para avaliar as diferenças ou semelhanças entre os cheiros das diversas misturas.
"Constatámos", escrevem os investigadores na PNAS, "que à medida que fazíamos aumentar o número de componentes independentes (...), as misturas se tornavam cada vez mais semelhantes entre si, apesar de não terem entre elas qualquer componente em comum". A partir de 20 componentes, a distinção olfactiva entre as misturas tornava-se difícil e, "com cerca de 30 componentes, a maioria das misturas tinham o mesmo cheiro".
Mas então, perguntam, "por que é que, no mundo real, misturas com inúmeros componentes, tais como o vinho, o café ou as rosas não cheiram todos igual, todos a branco?" Um primeiro elemento de resposta é que o leque de cheiros que compõem o odor das substâncias reais é muito estreito. Um segundo elemento é que os componentes dos cheiros naturais não costumam ter intensidades uniformes: por exemplo, o característico cheiro a rosas deve-se na realidade ao esmagador contributo (98%) de uma única molécula: o álcool beta-feniletílico. Por isso, apesar de poder haver uma multiplicidade de outros cheiros envolvidos - que nos casos reais podem atingir as centenas -, nada ultrapassa a predominância desse único cheiro distintivo. Aquilo que é a essência do "branco olfactivo" - igual intensidade de todos os componentes e uma distribuição por todo o espectro olfactivo - não se verifica com os cheiros reais.
"A que cheira o branco olfactivo?", perguntam ainda os cientistas. Segundo os voluntários que participaram no estudo, trata-se de um cheiro que não é nem agradável, nem desagradável, nem imponente de mais, nem parecido com nada de conhecido. Os cientistas especulam aliás que, mesmo a existir na natureza, a sua ocorrência é provavelmente "um evento extremamente raro". E por isso propõem, na versão online do seu artigo, uma lista de "receitas" artificiais de branco olfactivo.
Seja como for, pensam que este inédito cheiro possa vir a ser utilizado para perceber melhor a neurobiologia do olfacto, que permanece em parte misteriosa. A teoria mais consensual descreve este sentido com uma espécie de máquina de detectar moléculas odorantes, explica um comunicado do Instituto Weizmann, mas o estudo agora publicado sugere, pelo contrário, que o nosso sistema olfactivo apreende os cheiros no seu conjunto e não os odores individuais que os compõem. "Os resultados", diz Sobel, citado no mesmo documento, "dizem respeito aos princípios mais básicos subjacentes ao nosso sentido do olfacto e levantam algumas questões em relação às ideias feitas sobre o tema".
E houve outras surpresas ainda: numa das experiências, o branco olfactivo mostrou-se capaz de neutralizar outros cheiros. Como explica no seu site a revista Nature, "quando as [quatro] moléculas-chave do cheiro a rosas foram combinadas com uma mistura de branco olfactivo, o cheiro a rosas foi ocultado - demonstrando-se assim que poderia vir a ser utilizado para mascarar odores", por exemplo nas casas de banho públicas...

Fonte: Público

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cientistas criam garrafa de água que se enche sozinha

Tendo como inspiração o besouro do deserto da Namíbia, em África, a empresa americana 'NBD Nano' está a desenvolver uma garrafa capaz de se encher sozinha, recolhendo água do ar.
O besouro da Namíbia desenvolveu a capacidade de extrair água do ar através da condensação. Nas suas costas tem uma zona hidrófila onde armazena a água, o que é essencial para a sua sobrevivência visto que na zona onde habita é raro chover, diz o site do jornal espanhol 'ABC'.
Se o besouro foi capaz de o fazer, os cientistas da 'NBD Nano' acreditam que também podem seguir o seu exemplo, adaptando a natureza à tecnologia. Deckard Sorensen, co-fundador da empresa, concluiu que é possível imitar-se o processo do besouro e aplicá-lo a uma simples garrafa.
O processo, que parece bastante simples, tem como base a criação de uma garrafa coberta de capas hidrófilas e hidrófobas e um pequeno ventilador para fazer circular o ar. Este processo eventualmente levará à condensação, fazendo com que a garrafa se encha de água sozinha. Para isto será necessária uma fonte de energia externa, sendo que uma bateria re-carregável é suficiente, diz o 'ABC'.
Este trabalho está ainda na sua fase inicial mas é um dos muitos exemplos que demonstram como os cientistas procuram na natureza inspiração para a tecnologia sustentável. Em declarações ao site da BBC, Miguel Galvez, co-fundador da empresa, afirmou que estão já a desenvolver um protótipo da garrafa. "Acreditamos que o protótipo inicial será capaz de recolher, em qualquer local, desde meio litro até três litros de água por hora, dependendo do meio ambiente", acrescentou.
O potencial desta inovação reside no facto de haver milhões de litros de água no ar, que não são aproveitados enquanto recurso natural, principalmente considerando que há imensos países de terceiro mundo onde a água é escassa, diz o 'ABC'.

Fonte: Diário de Notícias

BlackBerry 10, a última esperança contra iPhone e Android

Depois da queda a pique nas vendas dos BlackBerry, eis que chega a última esperança: um novo sistema operativo para os smarphones da companhia BB, presente no novo BlackBerry 10.
A força do iPhone e a pujança do sistema Android destronaram completamente o BlackBerry no mercado dos "telefones inteligentes". A RIM, fabricante dos chamados BB's corre o perigo de passar a ser uma companhia totalmente irrelevante no mercado. A nova esperança chega pelo BlackBerry 10, com um novo sistema operativo.
Apesar de o lançamento se ter atrasado mais de um ano, eis que chega o modelo 10 dos BB's. O lançamento oficial está marcado para 30 de Janeiro de 2013. O atraso obriga assim a empresa a competir com outros renovados sistemas operativos como o iOS 6 da Apple ou o Android 4.2 da Google e do Windows 8, da Microsoft.
A marca da maça e o Android dominam já cerca de 90% do mercado. No terceiro trimestre desde ano a BlackBerry ocupava apenas 4,3% do mercado de smartphones, contra os 9,5% do passado ano e os 14,5% e 19,5% de anos anteriores.
Mesmo que seja preciso esperar até Janeiro para conhecer a totalidade das novas características do sistema BB, já foram desvendadas algumas particularidades. A principal novidade é a possibilidade de ter na mesma tecla todos os avisos de correio eletrónico e redes sociais, sem necessidade de saltar de aplicação em aplicação. Para além disso, não necessitará de um botão para página de inicio, ao contrário do iPhone e do Android, e contará com um espaço "multi-área" para a execução de diferentes funcionalidades em simultâneo. O BlackBerry inovará ainda com um smartphone com ecrã tátil, apesar de um dos modelos continuar a apresentar o habitual teclado qwerty.

Fonte: Diário de Notícias

domingo, 25 de novembro de 2012

Das espinhas de bacalhau, cientistas portugueses querem fazer próteses

É preciso juntar mais uma maneira de cozinhar o bacalhau às 1001 que dizem existir. Neste caso, falamos especificamente das espinhas do peixe muito apreciado e popular em Portugal. E falamos de um tipo de “cozinha” especial. Um grupo de investigadores da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto submeteu as espinhas do bacalhau a temperaturas que vão desde os 600 aos 1250 graus Celsius e conseguiu um “pó branco” — um precioso pó, que é um composto por hidroxiapatite (um fosfato de cálcio que é o principal componente dos ossos humanos e de animais) e que pode servir para produzir próteses ósseas e dentárias, entre outras possíveis aplicações.
Este é o resultado de uma parceria entre as empresas Pascoal & Filhos e WeDoTech e a investigação. “Conseguimos obter a hidroxiapatite com espinhas de bacalhau. Temos agora uma fonte natural para obter este composto, quando a habitualmente usada é de síntese química, feita essencialmente com fósforo e cálcio”, começa por explicar Paula Castro, uma das responsáveis pelo projecto de investigação. A engenheira alimentar nota ainda que outra componente inovadora do processo de produção desenvolvido “é a possibilidade de fazer um pré-tratamento das espinhas em solução, antes da calcinação a alta temperatura e assim produzir materiais à base de hidroxiapatite que são ligeiramente modificados e têm aplicações diferentes”.
Se levarmos esta descrição para a imagem da cozinha, estaremos a falar em adicionar um ingrediente diferente antes de colocar as espinhas “no forno” e assim conseguir “servir” outro produto. Ou seja, há várias receitas possíveis com resultados diferentes.
Exemplos? “Podemos introduzir o fluoreto na composição da hidroxiapatite e então teremos um material que é mais apropriado para aplicação na prótese dentária, porque tem o flúor e uma solubilidade menor.” Outro exemplo: se o ingrediente adicionado na receita foi o cloreto, conseguimos um composto adequado para uso na área electrónica. E se juntarmos titânio teremos uma aplicação mais voltada para o ambiente. Se juntarmos magnésio ou sódio, conseguimos algo capaz de favorecer o crescimento ósseo.
Podemos estar (outra vez) perante 1001 variações possíveis. A hidroxiapatite é o principal elemento dos ossos humanos e, combinada com outros materiais, resulta em diferentes aplicações. Nos materiais usados em próteses dentárias ou ósseas, a exigência em termos de pureza é mais elevada.
Paula Castro sublinha ainda que estes materiais têm uma biocompatibilidade comparável à dos produtos existentes no mercado e que são, na maioria, de síntese química. Por outro lado, nota que era já possível encontrar produtos comerciais de hidroxiapatite a partir de fontes naturais, nomeadamente bovina e algas. Porém, não é conhecido nenhum resultado ou projecto relacionado com a aplicação de peixe como biomaterial, sublinha Paula Castro.
“Na indústria do bacalhau, geram-se quantidades muito elevadas de subprodutos e, no processamento deste peixe, os subprodutos podem atingir valores na ordem dos 40%. Estamos a falar de milhares de toneladas de espinhas anualmente e que agora podem ser utilizadas para a extracção e produção de compostos de elevado valor”.

O valor ambiental

Desta forma, destaca a investigadora, aproveitamos uma matéria-prima abundante em Portugal (que é habitualmente usada para fazer rações e farinha de peixe) e a reaproveitar o fósforo que existe nessas espinhas. A investigadora valoriza ainda a vertente e o valor ambiental do projecto. “Da maneira como a sociedade tem usado de forma crescente o fósforo, está também a colocar em causa a sua disponibilidade no futuro. Portanto, há também a vantagem de reutilizar fósforo a partir de uma fonte natural”, refere Paula Castro.
Mas o valor ambiental não existe só pelo facto de se conseguir uma nova forma de ir buscar um recurso como o fósforo que é muito explorado, mas também porque, além da aplicação na saúde, a hidroxiapatite pode ser utilizada no tratamento de águas residuais, especificamente na remoção de metais pesados como chumbo ou na degradação de poluentes orgânicos, como corantes.
O processo de produção conseguido no laboratório já está patenteado. Falta agora demonstrar que é possível levar esta “receita” e esta “oportunidade de inovação” para a grande escala de produção industrial. As espinhas do bacalhau são apenas uma parte concluída de um projecto mais vasto, que quer explorar este outro lado do peixe, desde a pele à água da salga, e que é hoje apresentado no seminário ICOD, no Porto.

Fonte: Público

sábado, 24 de novembro de 2012

Nariz muda de temperatura quando se mente

A famosa história do Pinóquio, personagem imortalizada pela Disney, poderá ter algum fundo de verdade. Quando os seres humanos mentem o nariz não cresce, mas aquece ou arrefece.
Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Granada, em Espanha, mostrou que quando as pessoas mentem o nariz não permanece igual. Dependendo do tipo de mentira que se conta, o nariz pode aquecer ou arrefecer, notícia o site do jornal espanhol 'El Mundo'.
De acordo com Emilio Gómez Milán e Elvira Salazar López, ambos do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Granada, quando um indivíduo realiza um grande esforço mental, a temperatura do nariz desce. Se, por outro lado, uma mentira causar um elevado nível de ansiedade, produz-se uma subida da temperatura facial.
Deste modo, o chamado "efeito Pinóquio" demonstra que a temperatura da ponta do nariz aumenta ou diminui consoante os estados de espírito. Esta investigação faz parte de uma tese de doutoramento, defendida ontem na Faculdade de Psicologia da Universidade de Granada. Alguns dos resultados defendidos foram já publicados em revista científicas, diz o 'El Mundo'.

Fonte: Diário de Notícia

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cientistas descobrem gene que indica a hora da morte

A equipa do investigador Andrew Lim comprovou que as pessoas madrugadoras morrem por volta das 11 horas da manhã a as notívagas a partir das seis da tarde.
Um grupo de cientistas descobriu o gene que dá corda ao relógio biológico e que, segundo a revista "Annals of Neurology", é capaz de determinar o momento em que vamos morrer, avança o jornal espanhol "ABC".
"O relógio biológio interior regula muitos dos aspectos da biologia e comportamento humano e também inclui a hora de estados clínicos graves como um derrame cerebral ou um enfarte", explica Andrew Lim, do centro médico Beth Israel, em Boston, nos Estados Unidos.
A ideia inicial de Lim e dos seus colegas era prevenir enfermidades e determinar o traço genético que determina o aparecimento de determinadas doenças como a Alzheimer ou a Parkinson. No total, cerca de 1.200 pessoas com mais de 65 anos submeteram-se a um estudo efetuado pela equipa de investigadores, através de um apulseira que vigiava os seus ciclos de sono e vigília. Assim foi descoberto que as pessoas que costumam madrugar e deitar-se cedo apresentam diferenças genéticas em relação aos que preferem levantar-se tarde e só se vão deitar de madrugada. Um nucleótido combinado com o gene "Period 1" marcava uma diferença entre os "madrugadores" e os "notívagos", sendo que os primeiros (60%) tinham adenina (A) e os segundos (40%) guanina (G).
Como os seres humanos posuem pares de cromossomas, a adenina e a guanina também estão duplamente presentes (A-A, G-G ou A-G). O estudo revela que os portadores do par A-A acordam aproximadamente uma hora antes dos portadores do par G-G, enquanto que os A-G dormem meia hora menos que estes últimos.
Os investigadores decidiram comparar também a descoberta em coelhos da índia, após a sua morte, e comprovaram que estas variedades genéticas podem indicar a hora da morte dos seus portadores.
Assim, as pessoas com A-A e A-G, os "madrugadores", morrem cerca das 11 horas da manhã, enquanto que a maioria dos G-G, "notívagos" morrem cerca das seis horas da tarde.
Apesar dos estudos já efetuados, a equipa de investigadores adianta que ainda serão necessários estudos mais aprofundados para determinar com exatidão qual a correlação entre o relógio biológico e o momento da morte.

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cães paralisados recuperam controlo das patas traseiras após transplante de células olfactivas

O Jasper é um “cão-salsicha” (Dachshund) que perdeu o uso das suas patas posteriores há quatro anos. Agora, a seguir a um tratamento a que foi submetido por Robin Franklin, da Universidade de Cambridge, e colegas, Jasper está “sempre a correr pela casa fora”, diz a sua dona, citada no site do Huffington Post United Kingdom.
Os resultados da equipa britânica, que dizem respeito a Jasper e mais 33 cães de estimação que ficaram paralisados na sequência de atropelamentos ou de problemas de costas, foram publicados na revista Brain e constituem a primeira demonstração de que é possível reparar lesões da medula espinal em casos “da vida real”, salientam os cientistas. A maior parte dos cães era raça Dachshund (ou Teckel), que tem propensão a sofrer de problemas da coluna vertebral que se revelam altamente incapacitantes.
O que os cientistas fizeram foi colher certas células da própria mucosa nasal dos cães para realizar um autotransplante – em inglês, são chamadas olfactive ensheathing cells, ou OEC. As OEC não são neurónios, mas células gliais, ou seja, células nervosas que têm em particular como função a sustentação dos tecidos nervosos.
Essas células foram cultivadas no laboratório antes de serem injectadas, no local da lesão, em cerca de dois terços dos animais, enquanto os outros recebiam apenas uma injecção de um líquido neutro.
Como o sistema olfactivo é a única parte do organismo dos mamíferos onde as fibras nervosas continuam a crescer ao longo de toda a vida – e como as OEC são justamente as células nervosas que promovem esse crescimento –, os especialistas suspeitavam há anos, com base em estudos anteriores, de que um transplante destas células ao nível de uma lesão espinal poderia permitir a reconstituir as ligações nervosas que tinham sido seccionadas por um traumatismo. Sabia-se também que um tal procedimento não apresentava riscos para o ser humano, mas a sua eficácia nunca fora testada – e ainda menos comprovada.
Foi isso que agora parece ter finalmente acontecido – no cão. “Os nossos resultados são extremamente excitantes porque mostram, pela primeira vez, que o transplante deste tipo de células para dentro de uma lesão grave da espinal medula pode acarretar uma melhoria significativa”, diz Franklin, citado pela imprensa britânica. E, de facto, isso aconteceu aos cães que tinham recebido as suas próprias células olfactivas, mas não aos que tinham apenas sido tratados com o líquido.
Os animais foram testados, de mês a mês, do ponto de vista da sua função neurológica e do seu desempenho numa passadeira. E os cientistas puderam observar que os animais tratados com as células nasais conseguiam mexer as patas até aí paralisadas, coordenando o movimento de conjunto graças às patas dianteiras. Porém, também constataram que, ao contrário do que acontece naturalmente no nariz, onde a regeneração nervosa promovida pelas OEC consegue manter a comunicação entre o sistema olfactivo e o cérebro (condição sine qua non para a preservação do sentido do olfato), ao nível da espinal medula as ligações nervosas regeneradas eram de curto alcance.
Daí que os cientistas permaneçam muito prudentes quanto à eventual aplicação da técnica aos seres humanos. “Pensamos que a técnica poderia restaurar o movimento pelo menos de forma limitada em doentes humanos com lesões da espinal medula”, acrescenta Franklin, “mas estamos muito longe de poder dizer que esses doentes poderiam vir a recuperar todas as funções perdidas.” Acontece que, juntamente com a perda de mobilidade, estas lesões acarretam também perda da função sexual e do controlo dos esfíncteres. Ora, na actual experiência, embora alguns cães tenham recuperado o controlo da bexiga e dos intestinos, o seu número não foi significativo.Isso não impede Geoffrey Raisman, do University College de Londres e descobridor das OEC, de afirmar que se trata “do mais alentador avanço em anos”.

Fonte: Público

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Múmia mais famosa do Museu Britânico foi assassinada

A mais famosa múmia do Museu Britânico, de nome Ginger, batizada assim devido ao cabelo vermelho, morreu devido a uma facada nas costas, revelaram exames médicos realizados através de tecnologia 3D.Os visitantes do Museu podem ver o corpo da múmia por dentro através de "scans".
A múmia Ginger (ou Homem de Gebelein) com 5500 anos, que está depositada no Museu Britânico, em Londres, e em exposição há mais de 100 anos, foi um jovem rapaz que morreu devido a uma facada nas costas, revela agora uma nova investigação.
Os médicos legistas que estudaram o corpo da múmia através de uma "autópsia virtual" concluíram que o rapaz foi assassinado de forma violenta.
Daniel Antoine, especialista do Museu restos humanos, explicou ao jornal The Times que "a escápula esquerda está ligeiramente danificada. Mas pode ver-se que a costela imediatamente sob a escápula foi destruída de tal forma que dividiu o tecido em dois. E isso revela que foi utilizada imensa força, atingindo provavelmente o pulmão (retirado no ritual da mumificação).
Os exames revelaram também que Ginger era um jovem com idade entre 18 e 20 anos e impressionantemente musculoso. Antoine acredita que devido à falta de feridas defensivas, Ginger foi alvo de um ataque surpresa.
O Homem de Gebelein é a segunda atração do Museu Britânico depois da Pedra da Rossetta.
A partir de hoje os visitantes podem usar uma tela interativa, e apenas com um toque olhar para dentro do corpo da múmia no sentido de apurar se existem outras pistas sobre a sua morte.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 17 de novembro de 2012

É o animal com mais patas e vive nos arredores do Silicon Valley

Os animais com mais patas do mundo vivem nos Estados Unidos, na Califórnia, e só agora foram descritos pormenorizadamente. Parentes afastados das nossas maria-cafés, pertencem à espécie Illacme plenipes e agora ficou a saber-se que, apesar de andarem muito devagar, as fêmeas podem ter 750 patas e os machos 562.
Esta espécie foi descrita pela primeira vez em 1928, por Orator Fuller Cook e Harold Frederick Loomis, com base em sete exemplares. Mas nesse relato não havia qualquer ilustração ou imagem e os autores pouco a diferenciaram de uma outra espécie, de aspecto muito semelhante, classificada dentro do género Siphonophorida.
Esta semana, Paul Marek e colegas publicaram na revista ZooKeys uma descrição completa da Illacme plenipes, baseando-se em exemplares que foi recolhendo nos arredores do Silicon Valley, entre 2005 e 2007, e ainda nos poucos que existem em museus.
Apesar de o investigador ter procurado estes animais noutras regiões, só os encontrou em três localidades perto do Silicon Valley, num refúgio limitado a 4,5 quilómetros quadrados, o que faz deles animais raros. Vivem no subsolo, em locais húmidos.
Mesmo em museus de história natural, não são presença assídua: no mundo inteiro só se conhecem 17 exemplares, incluindo os primeiros sete descritos. “Esta espécie é uma relíquia, é o único representante da sua família no hemisfério ocidental. O seu parente mais próximo deve ser o Nematozonium filum, que vive na África do Sul e a relação entre eles existiu há mais de 200 milhões de anos, quando os continentes estavam todos juntos na Pangeia”, diz Paul Marek citado num comunicado do grupo editorial da revista.
Os milípedes, ou miriápodes, como também são conhecidos, são herbívoros do grupo dos artrópodes. Contrariamente à sua aparência, que é a de um animal bastante frágil e simples, a sua anatomia é complexa. Para além do número extraordinário de patas, estes animais, de alguns centímetros apenas, têm um exoesqueleto, o corpo coberto de pêlos que produzem seda e antenas, que usam para examinar o caminho, já que não têm olhos. A boca é muito rudimentar em comparação com a de outros milípedes, que desenvolveram estruturas para moer a comida. No seu caso, a boca tem apenas umas estruturas que, provavelmente, furam e sugam as plantas e tecidos dos fungos.
Quanto à cor, o milípede das 750 patas é branco, enquanto geralmente estes animais são acastanhados. Quando se sentem ameaçados, enrolam-se e fingem-se mortos, tal e qual as maria-cafés que podemos ver no campo.

Fonte: Público

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

É possível corrigir a miopia sem recurso a cirurgia

Um novo tipo de lentes molda a córnea durante o descanso noturno para permitir uma visão de maior acuidade ao longo do dia seguinte.
O diário ABC, de Madrid, revela na sua edição de hoje ter sido descoberta uma técnica inédita que permite a correção da miopia sem necessidade de recorrer a intervenções cirúrgicas.
A intervenção cirúrgica, nomeadamente, por laser tornou-se desnecessária com a nova técnica denominada Terapia Corneal Refrativa (CRT na desiganção em inglês). A CRT consiste na aplicação de um tipo especial de lentes que vão moldando a córnea enquanto o olho descansa no período de sono. Assim, quando um míope se levanta e retira aquelas lentes, a sua visão será nítida durante todo o dia.
A CRT implica o uso deste tipo específico de lentes todas as noites. Caso contrário, os sintomas de miopia voltam a manifestar-se desde que as lentes deixem de ser aplicadas em três noites consecutivas, refere o diário espanhol.
O jornal indica ainda ser necessário aconselhamento médico, sendo as lentes apropriadas para casos de pessoas com casos até seis dioptrias e 1,75 de estigmatismo. Nos primeiros 15 dias, devem estar postas entre seis a oito horas, pelo menos. Passado o período de adaptação, devem ser usadas todas as noites, mas sem indicação de uma duração mínima.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Cancro colorrectal cria metástases com ajuda de células saudáveis à volta

Há muito tempo que se tenta descobrir como é que o cancro colorrectal, uma das principais causas de morte por cancro em todo o mundo, cria metástases e invade outros órgãos. Cientistas espanhóis identificaram agora as moléculas envolvidas na formação das metástases deste cancro - que em Portugal é o que mais mata, com cerca de três mil mortes por ano. Com este trabalho, a equipa espanhola confirmou uma suspeita antiga: as células saudáveis à volta das células do cancro são cúmplices involuntárias na instalação de focos da doença noutros órgãos.
A equipa de Eduard Batlle e Elena Sancho, do Instituto para Investigação Biomédica de Barcelona, estudou 345 casos de cancro colorrectal e ontem publicou os seus resultados na revista Cancer Cell.
Já há muito tempo que se suspeitava que o microambiente em redor do cancro - o estroma, o tecido conjuntivo que sustenta as células funcionais de um órgão - era crucial na metastização. Mas agora a equipa espanhola diz ter reunido provas disso. "Este é o primeiro estudo que observou células saudáveis do microambiente a desempenharem um papel fundamental na criação de metástases num tipo específico de cancro", anuncia a equipa, num comunicado do seu instituto.
Antes de mais, há que dizer que o fígado e os pulmões são os alvos comuns das metástases do cancro colorrectal. E que as células de um cancro não são todas iguais, há uma hierarquia. Muitas delas, explica-se no comunicado, só formam a massa do tumor e, no topo da pirâmide, num pequeno reservatório, estão as células estaminais cancerígenas.
Tal como as normais células estaminais dos embriões e dos adultos, que são capazes de originar diferentes tipos de tecidos no organismo, as células estaminais cancerígenas conseguem dividir-se vezes sem conta. Nesta hipótese, proposta há algumas décadas, elas são as sementes dos cancros: originam todas as células malignas, suportam o crescimento dos cancros e criam as metástases. Também resistem aos tratamentos, o que explica as recidivas. Esta hipótese tem sido reforçada com a identificação destas células em vários cancros.

O adubo e as sementes
Ora a equipa de Batlle e Sancho mostrou que, quando as células estaminais do cancro colorrectal chegam ao fígado, libertam uma molécula nesse microambiente. Trata-se do factor beta de transformação de crescimento (TGF-beta, na sigla inglesa), que controla, por exemplo, a proliferação das células. No cancro, essa proliferação é descontrolada.Em resposta à libertação do TGF-beta, as células na vizinhança - como macrófagos e fibroblastos, presentes no tecido conjuntivo, e células endoteliais, que revestem o interior dos vasos sanguíneos - libertam outras moléculas. Uma delas é a interleucina-11. Só que a interleucina-11, que funciona como um mensageiro químico para regular a proliferação de certas células, acaba por funcionar como mais adubo para o cancro: activa nas células estaminais cancerígenas uma série de genes que lhes permitem sobreviver noutros órgãos.
Sem a interleucina-11, diz a equipa, as células do cancro que viajaram para outros locais morreriam antes de formarem aí novos focos da doença. É preciso, em primeiro lugar, que as células libertadas pelo cancro na corrente sanguínea consigam sobreviver ao ambiente hostil dessa viagem, bem como ao do órgão distante para onde foram.
"Este estudo propõe uma mudança de paradigma", diz Batlle. "Até agora, se queríamos saber se um doente com cancro do cólon tinha probabilidades de desenvolver metástases, olhávamos para as células do tumor. Este estudo mostrou que, em vez de olharmos para a semente, temos de olhar para o solo. Podemos prever se uma planta vai crescer se o solo, ou substrato, onde se põe a semente é adubado. O TGF-beta é o adubo que modifica o solo onde as sementes do tumor vão crescer."
Portanto, neste jogo de moléculas, as células saudáveis acabam por ser usadas pelas células do cancro que foram colonizar outros tecidos.

Base para teste e terapia
Aliás, a equipa também observou que as células no cancro primário já conseguem mudar o microambiente à sua volta. Com esta informação, poderá criar-se um teste que avalie o risco de metástases e permita adaptar a terapia conforme os resultados.
Um passo seria ver se o TGF-beta e a interleucina-11 estão nos tecidos vizinhos das células do cancro. Em 15% dos casos do estudo não houve metástases, o que a equipa atribui à ausência de modificação do estroma pelo TGF-beta. "Se virmos que o estroma já está modificado no tumor primário no cólon, isso significa que as células tumorais serão capazes de mudar o microambiente do fígado quando se disseminarem para lá", diz outro autor, Alexandre Calon.
Para demonstrar o papel do TGF-beta como o primeiro adubo lançado sobre as células saudáveis, a equipa fez experiências em ratinhos com cancro colorrectal: tratou-os com um inibidor do TGF-beta e impediu a formação de metástases. "Esta experiência prova que o TGF-beta e o estroma do tumor têm de "falar um com o outro", para ocorrer a metastização", diz Batlle. "Os nossos resultados nos ratinhos também mostram que os doentes que tiverem o TGF-beta activado, e que estão nas fases iniciais da doença, podem beneficiar da toma do inibidor do TGF-beta.

Fonte: Público

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nove tarântulas coloridas e peludas encontradas no Brasil

Peludas e coloridas, assim são as nove tarântulas agora identificadas no Brasil. Vivem nas árvores e, apesar de poder haver quem pense que têm um aspecto pouco simpático, são inofensivas.
Das nove espécies, classificadas em três géneros diferentes, a que mais chama à atenção é a Typhochlaena costae. Tem o corpo pintalgado de cor-de-rosa, amarelo e azul e é das tarântulas arborícolas mais pequenas que se conhecem, com apenas dois ou três centímetros de comprimento.
Mas no conjunto agora descrito há tarântulas de outras cores e tamanhos, todas elas com um certo ar de peluche, devido aos pêlos no corpo.
As das espécies Iridopelma katiae e Pachistopelma bromelicola, cujos representantes podem chegar aos 13 centímetros de comprimento, têm o corpo de um vermelho quase castanho.
Todos os exemplares descritos são coloridos, ao contrário do que seria de esperar em tarântulas adultas, que normalmente não têm cores, diz ao PÚBLICO Rogério Bertani, aracnólogo do Instituto Butantan de São Paulo e responsável pelo projecto de identificação destas espécies. “Os jovens de tarântulas arborícolas são normalmente coloridos, mas os adultos costumam perder as cores exuberantes. Alguns padrões encontrados nestas espécies são únicos e não aparecem em nenhuma outra espécie conhecida.”
Por que razão o corpo é tão colorido é uma pergunta ainda sem resposta. “Esse colorido deve ter alguma função protetora contra predadores. Porém, até o momento, não conheço nenhum trabalho que tenha sido feito para demonstrar a real função dessas cores”, responde o aracnólogo.
As tarântulas arborícolas são conhecidas nalguns locais tropicais da Ásia, África, América do Sul, América Central e nas Caraíbas. No Brasil, é na Amazónia que vive a maior parte das espécies. Porém, estas nove são do Brasil central e oriental, uma descoberta inesperada e que, para Rogério Bertani, mostra o quão pouco se sabe sobre a fauna do planeta.
Estas tarântulas (que são aranhas) chegaram até ao aracnólogo de diversas maneiras. “Algumas espécies foram recolhidas em expedições, outras tinham sido recolhidas há muito tempo e estavam guardadas em colecções científicas e outras foram encontradas por outros aracnólogos que sabiam que eu estava a trabalhar com esse grupo de aranhas e me enviaram os exemplares.”
As tarântulas arborícolas têm o corpo fino e leve para serem ágeis e as pernas compridas e ligeiramente mais largas nas extremidades, para poderem trepar com mais facilidade. Em relação à alimentação das novas tarântulas, também ainda não há certezas. “Provavelmente alimentam-se de insectos, outras aranhas e, esporadicamente, de pequenos vertebrados, como sapinhos”, diz Rogério Bertani.
Além de serem coloridas, outro aspecto curioso destes animais, cuja descrição pormenorizada foi publicada na revista ZooKeys, é que algumas das nove espécies vivem dentro de plantas da família das bromélias. “Apenas conhecíamos uma espécie que vivia exclusivamente dentro dessas plantas, e agora temos outra espécie especializada em bromélias”, diz o aracnólogo brasileiro. “Nos locais onde vivem tarântulas arborícolas, esse é dos poucos com água e um refúgio para a luz solar intensa”, acrescenta o investigador, citado num comunicado do grupo editorial da revista.
A intensa actividade humana, com a destruição do seu habitat, pode ter efeitos perversos na preservação destas espécies, que são dependentes da vegetação. Apesar de não haver estudos que mostrem que estão ameaçadas, o cientista sugere mais investigações, para garantir a conservação das espécies. Além disso, é preciso ter cuidado com outra ameaça: como são espécies coloridas, podem atrair o interesse do comércio de animais de estimação.

Fonte: Público

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Inventadas cuecas desodorizantes que eliminam odores

Cuecas que neutralizam os cheiros são já um hit no Japão, graças aos engenheiros da empresa Seiren.
A companhia têxtil desenvolveu várias peças de roupa interior que previnem odores que não são bem-vindos, como por exemplo os da flatulência. "Demorámos alguns anos para desenvolver umas cuecas desodorizantes que sejam confortáveis o suficientes para usar no dia-a-dia e eliminem eficientemente cheiros fortes", disse Nami Yoshida, a porta-voz da empresa.
"Em primeiro pensámos em vender o produto a pessoas que requerem cuidados especiais de saúde e a hospitais ou lares de idosos, mas para nossa surpresa imensas pessoas comuns, como homens de negócios em posições que os obrigam a conviver com várias pessoas todos os dias, compraram-nas", disse ainda Yoshida.
As cuecas são fabricadas com partículas de cerâmica, absorventes de cheiros, integradas nas fibras materiais. A empresa desenvolveu a tecnologia depois de ser contactada por um médico que procurava uma solução para o cheiro emitido por pacientes que sofriam de Síndrome do Intestino Irritável.
A companhia já expandiu a sua variedade de produtos para 22 peças de roupa, incluindo meias que evitam o cheiro dos pés e t-shirts que disfarçam as marcas das axilas suadas.

Fonte: Diário de Notícias

Criada Pepsi que "ajuda a emagrecer"

A empresa não revelou ainda dados específicos sobre a nova bebida, mas será colocada à venda com a "fama" que tem um ingrediente que bloqueia a gordura.
Chama-se Pepsi Special e estará à venda a partir de amanhã no Japão (não se sabe quando irá ser exportada para outros países). A nova bebida da conhecida marca de refrigerantes promete ser uma ajuda para quem quer emagrecer.
Supostamente, a bebida contém dextrina, um ingrediente que funciona como dietético, isto é, que reduze a absorção de gordura, ajudando a pessoa a sentir-se durante mais tempo "cheia". Alguns estudos indicam ainda que poderá ajudar a baixar o colesterol. Por saber está a quantidade, por exemplo, de açucar que a bebida contém e os restantes ingredientes.
Segundo o Daily Mail a bebida custará dois dólares (cerca de euro e meio).

Fonte: Diário de Notícias

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A baleia mais rara do mundo deu à costa e foi vista pela primeira vez

Ao fim de quase um século e meio em que os seus vestígios se limitavam a alguns ossos – uma mandíbula encontrada em 1872 e dois crânios em 1950 e 1986 –, dois exemplares da espécie de baleia mais misteriosa deram à costa. E que baleia é esta? É a baleia-bicuda da espécie Mesoplodon traversii.
Ainda não foram divulgadas imagens dos dois exemplares, uma baleia adulta, com 5,3 metros de comprimento, e a sua cria, um macho de 3,5 metros. Ao início, quando os encontraram numa praia da Nova Zelândia em Dezembro de 2010, foram identificados erradamente como Mesoplodon grayi, uma espécie bastante mais comum de baleias, pelos técnicos do Departamento de Conservação da Nova Zelândia, através de medições e fotografias. Os técnicos recolheram ainda tecidos e só aí, depois de o ADN das amostras ter sido submetido a análises, ficou revelado que os dois exemplares completos que ficaram presos na praia de Opape pertenciam à espécie Mesoplodon traversii.
Mãe e cria acabaram por morrer, mas os investigadores conseguiram fazer a primeira descrição completa desta espécie, num estudo coordenado por Kirsten Thompson, da Universidade de Auckland, e que foi publicado na revista Current Biology. “Pela primeira vez, fazemos a descrição morfológica e fornecemos imagens desta espécie enigmática”, dizem os cientistas no artigo.
Como se lê ainda no artigo, é difícil identificar a espécie apenas pela sua morfologia, por isso este estudo destaca a importância da recolha de ADN como ferramenta de classificação de espécies raras.
Esta baleia-bicuda habita as águas do Pacífico Sul e passa a maior parte do tempo submersa. Além disso, tendo em conta que o Pacífico Sul se estende por cerca de 85 milhões de quilómetros quadrados, cobrindo aproximadamente 14% da superfície terrestre, tudo isso torna muito difícil avistar estes animais. Repleto de zonas muito profundas, o Pacífico esconde numerosas espécies raras. A Nova Zelândia está entre os países com maior biodiversidade. Com uma zona litoral extensa, muitas baleias dão às costas neozelandesas, havendo aí uma das maiores taxas de diversidade de cetáceos.
Excelente mergulhadora, a Mesoplodon traversii alimenta-se de lulas e peixes pequenos, tem dentes e um focinho semelhante ao dos golfinhos, daí o seu nome comum. Os escassos ossos que se conheciam dela tinham sido descobertos sobretudo na Nova Zelândia: a mandíbula no arquipélago das Chatham e um dos crânios na ilha Branca. No Chile, na ilha Robinson Crusoe, encontrou-se o segundo crânio em 1986.
Os esqueletos dos dois animais agora descobertos foram levados para o Museu de Nova Zelândia Te Papa Tongarewa, em Wellington, para mais estudos morfológicos. Esta descoberta lembra que ainda há muito que desconhecemos sobre a vida no oceano.

Fonte: Público

domingo, 11 de novembro de 2012

China planeia lançar voo tripulado para o espaço

A China planeia lançar o seu próximo voo tripulado ao espaço em junho de 2013, de acordo com informações divulgadas hoje pela rádio nacional chinesa CNR.
O programa de voo tripulado permitiu à China, em 2003, ser o terceiro país no mundo a enviar um homem para o espaço.
A missão Shenzhou-X tem uma primeira oportunidade para ser lançada em junho, declarou à CNR Niu Hongguang, vice-responsável do programa do voo tripulado, à margem do congresso do Partido Comunista Chinês na sexta-feira.
Niu Hongguang acrescentou que, na impossibilidade de lançar a nave em junho, outras duas oportunidades estarão disponíveis em julho e agosto.
"Se este voo tiver sucesso, a China estará em condições de começar a construção de uma estação orbital permanente e de um laboratório espacial", afirmou, Niu Honggaung.
A missão Shenzhou-X terá três tripulantes a bordo da nave, entre os quais uma mulher, como no voo tripulado ao espaço anterior, Shenzhou-IX.
A primeira chinesa no espaço, Liu Yang, participou em junho da missão Shenzhou-IX.
Pequim pretende, em 2020, ter uma estação espacial orbital permanente.
A China anunciou também que pretende enviar um homem à Lua, mas não fixou um calendário para o projeto.
O país asiático afirmou que quer ainda enviar, pela primeira vez, uma sonda para a superfície da Lua durante a segunda metade de 2013.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 10 de novembro de 2012

Como é que o peixe-arqueiro lança jactos seis vezes superiores à sua força muscular?

Uma equipa de cientistas italianos diz ter desvendado o mistério do peixe-arqueiro, que cospe um jacto de água seis vezes superior à sua força muscular para caçar. Ele aproveita movimento da água, pelo que a força dos jactos deve-se à dinâmica da água e não só aos órgãos do peixe.
Este mistério dá que falar há quase 250 anos, desde o primeiro relato deste comportamento, em 1764 . Agora o grande poder dos jactos do peixe-arqueiro foi desvendado Alberto Vailati e pelos colegas da Universidade de Milão. O peixe fecha as guelras para forçar a produção do jacto, que é projectado pelo ar, como uma única grande gota de água, que atinge a presa de uma tal maneira que ela se torna refeição.
A dinâmica da água serve assim de “alavanca”, como lhe chama Vailati no estudo, para o peixe-arqueiro, assim como um arqueiro faz com o seu arco, para impulsionador da flecha. Aliás, é a precisão do disparo dos jactos que justifica o nome da espécie, com o nome científico Toxotes jaculatrix. “O mecanismo observado representa um exemplo extraordinário de uma alavanca hidrodinâmica externa que não implica um elevado custo do ponto de vista evolutivo para o desenvolvimento de estruturas internas altamente especializadas dedicadas ao armazenamento de energia mecânica”, refere o artigo.
O peixe consegue arrancar insectos firmemente presos à vegetação fora da água. Assim que os insectos são derrubados pelo jacto, e caem na água, são devorados imediatamente pelo peixe. Esta técnica permite-lhe atingir certeiramente um insecto numa fracção de segundo, mesmo se estiver a dois metros de distância. Peixe típico dos mangais, que por vezes entra pelos em rios e ribeiras adentro, encontra-se na Ásia e na Oceânia, em países como a Indonésia, a Papuásia-Nova Guiné e na Austrália.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que não são os órgãos internos do peixe os responsáveis pela técnica mortal de caça. Isso acontece, por exemplo, com os camaleões, que armazenam energia nos próprios corpos, em fibras que actuam como uma mola que lhes permitem disparar as suas línguas repentinamente para capturar as presas. A aceleração do disparo pode atingir os 500 metros por segundo ao quadrado.
O estudo, publicado na revista PLos ONE, foi possível graças à utilização de câmaras de alta velocidade, que permitiram visualizar jactos em fracções de segundo. Os cientistas puderam assim descrever os movimentos do jacto mortal do peixe.
A proposta apresentada pelos cientistas italianos para desvendar o mistério é a primeira a sugerir que os jactos de água disparados pelo peixe-arqueiro, tal e qual uma bisnaga de água, como compara Alberto Vailati, se devem a forças externas, em vez de terem unicamente causas biológicas internas.

Fonte: Público

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"Cheiro a rosas" é promessa de desodorizante comestível

O 'Deo Perfume Candy' prova o velho ditado de que cada um é aquilo que come.
A empresa búlgara Alpi conseguiu fabricar um produto que muda o cheiro exalado por quem o experimenta. O novo desodorizante, que surge na forma de pastilhas comestíveis é feito de rosas damascenas (uma mistura das espécies de rosa 'gallica' e 'moschata') da Bulgária e foi desenvolvido por cientistas japoneses.
O web-site do produto, apelidado de "perfume doce", explica que a descoberta surgiu através de uma serie de estudos que demonstraram que depois de ser ingerido, o óleo de rosas liberta componentes aromáticos para a pele. Assim, quando evapora pelos poros, passa o cheiro da flor para o corpo. É ainda explicado que o mecanismo funciona de forma semelhante ao que acontece quando é ingerido alho.
De acordo com o fabricante, uma porção de quatro pedaços de doce é suficiente para que uma pessoa com aproximadamente 65 quilos fique "cheirosa" durante mais de seis horas. A quantidade padrão conta com 12 miligramas de geraniol, um óleo de rosas. Para ser gerara uma gota deste óleo são necessárias 2 mil pétalas de rosa.
O 'Deo Perfume Candy' tem ainda várias versões. Pode escolher com ou sem açúcar ou ainda com sabor natural a tangerina. Países como os Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha e China já contam com a inovação nas prateleiras. O produto está ainda disponível para encomendas para todo o mundo no site oficial, por apenas sete euros.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Formam-se cada vez menos estrelas

Um grupo de investigadores, liderados por um português, concluiu que estão a formar-se 30 vezes menos estrelas do que há 11 mil milhões de anos, mas a galáxia da Terra ainda dá um contributo positivo.
O astrofísico David Sobral coordena uma equipa de investigadores de várias nacionalidades, entre ingleses, um japonês, um italiano e um holandês, a trabalhar em diferentes locais do mundo, de Edimburgo a Quioto, dedicados a estudar o universo.
A partir da Universidade de Leiden, na Holanda, David Sobral lidera o projeto que está a utilizar três dos melhores telescópios do mundo, dois no Havai e um no Chile.
"Medimos a taxa de natalidade ao longo da história e verificamos que, no pico da atividade do universo, há cerca de 11 mil milhões de anos, existiam cerca de 30 toneladas por minuto de estrelas a formar-se num determinado volume, enquanto que, hoje, num volume comparável, apenas se está a formar uma tonelada de estrelas por minuto", disse hoje à agência Lusa o cientista.
"Temos amostras 10 vezes superiores ao que existia antes, e usamos a mesma técnica, o que nunca tinha sido feito antes", realçou David Sobral.
O investigador salientou a diminuição gradual do que chama o Produto Interno Bruto (PIB) cósmico, numa analogia à criação de riqueza económica, ou seja, a quantidade de novas estrelas que se está a formar.
Aliás, são as estrelas que dão o seu contributo para a criação de riqueza, de que são exemplo os metais preciosos.
"Estamos numa época em que se formam poucas estrelas, e vão formar-se cada vez menos à medida que os anos passam. Mesmo que esperássemos um tempo infinito, o universo nunca vai formar mais do que cinco por cento das estrelas que existem hoje", explicou.
Assim, "a maior parte das estrelas que existem e vão existir formaram-se no passado", concluiu David Sobral.
"A nossa galáxia é uma das que ainda contribui para a quantidade de estrelas que se formam no universo inteiro, porque é uma galáxia relativamente saudável e, pelo menos nos próximos seis ou sete mil milhões de anos, vai continuar a formar estrelas de forma razoável, sustentável, até que irá colidir com uma galáxia vizinha", relatou o cientista.
Quando viajam no tempo com estes telescópios, os astrónomos recolhem amostras de cerca de mil galáxias em cada uma das épocas, podem compará-las diretamente e olhar para as suas características, se estão juntas ou isoladas, por exemplo.
David Sobral referiu que, com "uma medição muito boa da taxa de natalidade de estrelas", é possível fazer uma previsão de qual será o número total de estrelas que existe no universo ao longo dos tempos.
"Com base na evolução desta taxa de natalidade, sabemos quantas estrelas deverão existir no universo daqui a cinco mil milhões de anos ou 100 mil milhões de anos, até quase a um tempo infinito", acrescentou.

Fonte: Diário de Notícias

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cientistas portugueses desenvolveram vacina oral contra a hepatite B

Há vários anos que Olga Borges e a sua equipa, do Centro de Neurociências da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, recorrem às nanotecnologias para tentar desenvolver vacinas não injectáveis contra diversas doenças. E fabricaram, em particular, uma vacina oral contra a hepatite B que já deu resultados positivos no ratinho. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que as doenças associadas à hepatite B são responsáveis anualmente, a nível mundial, pela morte de 600 mil pessoas.
A nova vacina experimental é feita de nanopartículas que transportam diversas substâncias a bordo, tal como se fossem vírus artificiais, mas inócuos. "Nós preparamos as nanopartículas, fizemos tudo aqui", disse ao PÚBLICO Olga Borges.
As nanopartículas, explica um comunicado da universidade, são feitas de quitosano, um derivado da quitina (o composto natural da "casca" dos crustáceos ou insectos), e transportam um antigénio do vírus da hepatite B - ou seja, uma molécula normalmente presente à superfície do vírus e que desencadeia, por parte do organismo a ele exposto, a formação de anticorpos contra o vírus. E, como foram feitas para resistir ao sistema digestivo, explica-nos ainda Olga Borges, "o antigénio é transportado intacto até a umas estruturas do intestino, chamadas "placas de Peyer", que pertencem ao sistema imunitário". Aí, as nanopartículas serão "engolidas" por células imunitárias especializadas e, passados uns tempos, libertarão o seu conteúdo.
Uma vacina oral teria várias vantagens em relação às vacinas injectáveis. Por um lado, a sua conservação não precisaria de refrigeração e ela seria obviamente muito fácil de administrar. E, mais, salienta a cientista: a vacina oral induz a produção de elevadas concentrações de anticorpos nas mucosas. Ora, como a hepatite B é uma doença sexualmente transmitida, que penetra pelas mucosas dos órgãos reprodutores, o vírus poderia assim ser combatido logo "na porta de entrada do nosso organismo".
Os cientistas administraram aos ratinhos três tomas da vacina oral, de 15 em 15 dias, e a seguir mediram não só os níveis de anticorpos anti-hepatite B no sangue, como também nas mucosas dos animais tratados. "Os nossos estudos correram bem, obtivemos uma boa resposta imunitária", frisa Olga Borges. O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelos laboratórios GlaxoSimthKline, que "forneceram o antigénio que usam na sua vacina injectável do mercado", refere Olga Borges.
A fase seguinte, a dos ensaios clínicos, não está ainda à vista, uma vez que requer "um financiamento gigantesco", acrescenta a cientista. Mas a equipa de Coimbra tem entretanto avançado para outras estratégias de imunização contra a hepatite B - nomeadamente, para uma vacina nasal. A via nasal promete "uma maior capacidade de induzir anticorpos na mucosa associada aos órgãos reprodutores do que a via oral", diz Olga Borges. Já estão há três anos a desenvolver nanopartículas especialmente destinadas a esta segunda forma de administração e os testes em ratinhos deverão começar no início do ano que vem.
Ainda uma outra vantagem apontada pelos cientistas é que este tipo de vacinas também poderá ser benéfico para as pessoas que já se encontram infectadas pelo vírus da hepatite B. "As [nossas] nanopartículas contêm também outras substâncias, ditas "imunomoduladoras", e a resposta imunitária que provocam é ligeiramente diferente da resposta às vacinas injectáveis. Isso pode ser útil para [tratar] os portadores do vírus", diz Olga Borges.

Fonte: Público

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Opilião das patas longas bate recorde de comprimento

Peter Jäger, aracnólogo do Instituto de Investigação de Senckenberg, em Frankfurt, viajou até ao Laos para participar nas gravações de um programa televisivo, em Abril deste ano. A história acabaria aqui, se o cientista não tivesse ido apanhar aranhas e se, entre os exemplares, não estivesse um certo opilião, que já bateu o recorde das patas mais compridas para estes animais.
Confundidos muitas vezes com aranhas, os opiliões não segregam seda, não fazem teias, nem produzem veneno. São conhecidos por terem pernas muito grandes em comparação com o resto do corpo. Chamam-se vulgarmente "cavaleiros", porque parecem cavalgar quando são perturbados. Este andar bamboleante pode ser uma maneira de confundirem os predadores, que assim não percebem exactamente onde está a parte central do corpo.
Apesar de haver opiliões com patas curtas e robustas, aquele que foi descoberto no Laos é dos pernilongos. "Entre filmagens, apanhei aranhas em grutas no Sul da província de Khammouan", conta Peter Jäger, num comunicado do seu instituto. "Numa das grutas descobri um opilião absolutamente gigante."
Até agora, o maior opilião conhecido, o Mitobates triangulus, foi encontrado na Mata Atlântica brasileira. As suas pernas medem 34,2 centímetros. O "novo" opilião bate esse recorde, como mostra a fotografia dele esticado por cima de uma régua. A sua espécie ainda não está identificada, mas o género sim, é o Gagrella.
No Laos, têm sido encontrados, aliás, vários artrópodes gigantes: há uma aranha caçadora com patas que chegam aos 30 centímetros (Heteropoda máxima); um escorpião com um corpo de 26 centímetros (Typopeltis magnificus); e uma centopeia com quase 40 (Thereuopoda longicornis). O opilião pernilongo junta-se ao grupo, fazendo do Laos um mundo de artrópodes gigantes.
Para tentar descobrir a sua espécie, Peter Jäger procurou a ajuda da investigadora brasileira Ana Lúcia Tourinho, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazónia e que se encontra agora no Instituto de Senckenberg. Ao PÚBLICO, Ana Lúcia Tourinho conta que os opiliões, além de viverem em grutas, são animais nocturnos e preferem refúgios húmidos. O seu corpo perde água com muita facilidade, o que os torna dependentes dos habitats húmidos.
Geralmente, os opiliões são predadores e, enquanto as aranhas só ingerem alimentos líquidos, eles conseguem comer pequenos pedaços sólidos. Chegam a alimentar-se de outros opiliões, já mortos. "Possuem hábitos alimentares muito variados", refere Ana Lúcia Tourinho. Outra característica que os distingue das aranhas é a fecundação ser interna. Os opiliões são o único grupo de aracnídeos com um verdadeiro pénis.
Para se defenderem, produzem um líquido que é tóxico para insectos mais pequenos, mas que nos humanos, se forem picados, causa apenas uma ligeira comichão. Quando se sentem ameaçados, podem picar o inimigo ou perder uma das patas. Mesmo depois de já não estar presa ao corpo, essa pata continua com movimento. Assim, esperam distrair os predadores, que incluem sapos, grilos e outros aracnídeos.
As suas longas patas têm várias funções. Com quatro pares, o primeiro e o segundo, normalmente maior do que os outros, têm uma função sensorial, funcionando mais ou menos como uma antena. É com elas que os opiliões identificam o espaço à volta, captando os sinais físicos e químicos do ambiente. O terceiro e o quarto pares de patas têm apenas a função de locomoção.
Mas, durante os rituais de acasalamento, as patas servem para mostrar à fêmea as suas habilidades e tentar assim conquistá-la. "Nalgumas espécies, o macho oferece alimento à fêmea, que o deverá aceitar para poderem acasalar", explica o biólogo Pedro Sousa, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, no Porto.

O maior de Portugal
Vivem muitas espécies de opiliões em Portugal, com grande diversidade de formas, tamanhos e cores do corpo. "Existe em Portugal o maior opilião europeu, a espécie Gyas titanus", diz Pedro Sousa.
Este opilião, que se encontra principalmente no Norte do país, tem o corpo negro com linhas prateadas transversais, os olhos escuros com uma linha branca ao centro e faz parte do grupo dos que têm as pernas compridas. O corpo atinge, no máximo, 12 milímetros de comprimento e é uma espécie adaptada para viver num ambiente com muita água. E um dos opiliões mais pequenos de Portugal, cuja identificação está por fazer, vive no parque de Monsanto, paredes meias com a cidade de Lisboa, conta Sérgio Henriques, conservador no Museu de História Natural de Londres. "Além de ser endémica, esta pequena espécie cor de laranja é uma relíquia. Conseguiu sobreviver às alterações climáticas que Portugal sofreu nos últimos milhões de anos", diz Sérgio Henriques. "Este endemismo ainda não tem nome e faz parte de uma parceria internacional para ser descrito."
Para Pedro Cardoso, outro biólogo português, conservador do Museu de História Natural da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, o opilião mais especial em Portugal é o Iberosiro distylos: é cavernícola e conhecido numa única gruta da serra de Montejunto. Foi descoberto em 1941, pelo aracnólogo português António de Barros Machado, que não o conseguiu identificar e permaneceu assim esquecido. "Só foi descrito em 2004, por uma equipa da Universidade de Harvard, o que demonstra o pouco que em Portugal se faz neste campo da ciência", diz Pedro Cardoso.

Fonte: Público

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Descoberto túmulo faraónico com mais de 4500 anos

Uma equipa de arqueólogos checos escavou uma tumba faraónica de uma princesa com 4500 anos, no sul do Cairo, anunciou hoje o Ministério de Antiguidades do Egito.
El-Bialy, do ministério, disse hoje à Associated Press que no sítio das escavações o sepulcro da princesa Shert Nebti está rodeado pelos túmulos de quatro altos funcionários da V Dinastia, que datam de cerca de 2500 antes de Cristo, no complexo de Abu Sir, perto da pirâmide de degraus de Saqqara.
El-Bialy afirmou que será possível abrir o túmulo ao público.
A indústria de turismo no Egito, vital para a economia do país, sofreu uma forte quebra, devido à instabilidade interna do país, na esteira do levantamento do ano passado que derrubou o líder autocrático Hosni Mubarak, noticia a AP.
Em comunicado, emitido sexta-feira, o ministro das Antiguidades, Mohammed Ibrahim, afirmou que a antecâmara para o túmulo da princesa inclui quatro colunas de pedra calcária com inscrições hieroglíficas.

Fonte: Diário de Notícias

domingo, 4 de novembro de 2012

Apple não pode utilizar marca iPhone no México

A gigante da maça perdeu uma ação legal em tribunais mexicanos contra a empresa iFone, não podendo utilizar a sua marca no país.
A instância de recurso determinou que apenas a companhia mexicana poderá utilizar a designação 'iPhone' ou 'iFone'. A decisão acabou com um processo judicial de três anos entre a Apple e a companhia mexicana.
A empresa de telecomunicações 'iFone' nasceu no México em 2003, para passados seis anos receber uma carta da Apple dizendo que iria ser processada por utilizar um nome com uma fonética muito parecida à da gigante americana. A pequena companhia mexicana processou também a Apple. Agora, o tribunal vem dar razão à empresa nacional.
A companhia de telecomunicações exige agora 40% dos lucros de todos os iPhones vendidos no México até a data. Neste momento ainda é incerto se a Apple poderá vender o novo iPhone5 no país.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 3 de novembro de 2012

Elefante imita voz humana e fala coreano

O elefante asiático, chamado Koshik, é capaz de imitar a voz humana e até mesmo de pronunciar palavras em coreano.
Quem já visitou o Jardim Zoológico de Lisboa lembra-se com certeza do elefante que tocava o sino em troca de uma moeda. No 'Everland Zoo', na Coreia do Sul, as capacidades do elefante local vão ainda mais longe.
Koshik é um elefante singular. Aprendeu a imitar a voz humana e o seu vocabulário inclui, pelo menos, cinco palavras em coreano: "olá", "não", "senta-te", "deita-te" e "bom". O animal, que está no zoológico 'Everland Zoo', na Coreia do Sul, utiliza a tromba, que coloca na boca, para transformar o seu bramido natural numa imitação da voz humana, conseguindo, assim, formar palavras, notícia o site da BBC.
Koshik entra assim para a lista dos animais que conseguem reproduzir o som humano quase na perfeição. À semelhança da beluga, também conhecida por baleia branca, que cativou fãs por todo o mundo depois de ter captado o som da voz humana e de o ter conseguido imitar, o elefante Koshik foi ainda mais longe, pois além de imitar a voz dos seres humanos consegue também pronunciar algumas palavras, diz a BBC.
Angela Stoeger, da Universidade de Viena, explicou que a voz humana se baseia essencialmente em dois aspetos: o tom e o timbre. "Surpreendentemente, Koshik é capaz de desenvolver tanto um como outro. Pode imitar os seus treinadores, algo que é notável num animal com tantas diferenças do homem", afirmou ao jornal espanhol 'El Mundo'.
Não está totalmente claro o motivo pelo qual Koshik adotou este mecanismo vocal, no entanto os investigadores sugerem que o facto de ser o único elefante no zoológico da Coreia do Sul, desde há cinco anos, e o facto de o seu único contacto ser com seres humanos, tenha ajudado a desenvolver essa aptidão, diz o site do jornal espanhol 'El Mundo'.
"Acreditamos que Koshik começou a adaptar a sua vocalização aos seres humanos com que convivia para fortalecer a sua socialização, algo que já se observou noutras espécies", disse Angela Stoeger, também ao 'El Mundo'.

Fonte: Diário de Notícias

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Depois de 2050, metade da população portuguesa terá um cancro, alerta Sobrinho Simões

Actualmente, um em cada três portugueses vai ter pelo menos um cancro durante a sua vida. A partir de meados do século XXI, os casos de cancro vão aumentar e então um em cada dois portugueses – ou seja, metade da população – desenvolverá um cancro ao longo da vida. O alerta é do cientista Manuel Sobrinho Simões, director do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), no lançamento, esta segunda-feira, da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro, afiliada da congénere European Association for Cancer Research.
Explicando melhor o alerta de Sobrinho Simões, o investigador diz que metade dos portugueses que nascerem daqui a dez ou 15 anos – por volta de 2025 a 2030 – e que em meados deste século chegarão à idade adulta vão desenvolver cancro. “Metade das pessoas que nascerem daqui a dez anos vai ter pelo menos um cancro. O cancro vai aumentar”, esclarece ainda.
“Já hoje estamos a ter mais gente que desenvolve o segundo e o terceiro cancro. A ideia de que as pessoas que tiveram um cancro safaram-se é errada”, refere ainda. “Quem teve um cancro que se curou ou que está controlado tem mais risco do que a população em geral. É uma questão de susceptibilidade genética, de estilo de vida e de condições ambientais.”
Procurando não criar alarmismos, Sobrinho Simões diz que não devemos ficar “assustados”, porque as taxas de cura e de controlo dos cancros têm aumentado. E também está confiante de que “não vai faltar dinheiro para a investigação nesta área”. “A indústria farmacêutica sabe também que isto é uma área extraordinária do ponto de vista económico, porque, se metade da população tem cancro e se os tratamentos não são baratos, isso é um estímulo para eles. Portanto, acredito que vai haver dinheiro. Estou com medo, mas acredito”, acrescentou Sobrinho Simões, citado pela agência de notícias Lusa. “Mas vamos evoluir de forma inexorável para ter mais cancro e doença neuropsiquiátricas, as doenças da velhice.”
A Associação Portuguesa de Investigação em Cancro que acaba de nascer “pretende ocupar um espaço que estranhamente continua vazio em Portugal, o da coordenação da investigação multidisciplinar em cancro (Portugal é dos raros países europeus sem qualquer estrutura deste tipo) ”, lê-se no comunicado de imprensa sobre o lançamento da associação, que pretende desempenhar um papel central na articulação, tanto nacional como internacional, das actividades de investigação do cancro, agregando quem trabalha nesta área. Também pretende contribuir para a divulgação da investigação feita em Portugal.
No entanto, apesar de ser “a coisa mais importante que aconteceu em Portugal nos últimos anos em termos de investigação em cancro”, Sobrinho Simões receia que a nova associação “não funcione”: “Nós, em Portugal, somos muito bons a fazer os eventos e depois não somos tão bons a manter e a sustentar. É um dia muito feliz, mas é uma responsabilidade horrorosa”, admitiu o investigador, um dos responsáveis pela criação da nova associação. “O nosso objectivo é que Portugal passe a ser um nó nas redes de investigação e tratamento, mas para isso é preciso que os dois mundos, que costumam estar separados, o da investigação fundamental e o da clínica, passem a trabalhar em conjunto.”
Para Sobrinho Simões, “a saúde tem condições excepcionais para reter em Portugal os investigadores”, por considerar que “no domínio da investigação em saúde e em cancro há condições tão boas para oferecer aos investigadores como qualquer país europeu da nossa dimensão”.
A nova associação vai funcionar a partir do próximo ano, com a criação de um site, a realização de reuniões regulares e levantamentos nacionais sobre o que existe: “E, depois, com a apresentação de propostas para começar a funcionar de maneira mais integrada com a Europa e entre nós”, referiu Leonor David, investigadora do Ipatimup, que preside a comissão instaladora da associação.

Fonte: Publico

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Descoberta uma nova espécie de lagartixa

Cientistas australianos descobriram uma nova espécie de lagartixa no sudoeste da Austrália que se acredita estar em perigo de extinção devido ao desenvolvimento urbano, informaram hoje académicos.
A Ctenotus ora tem seis centímetros de comprimento e habita nas dunas existentes a sul da cidade de Perth, na Austrália Ocidental, informou a Universidade Nacional Australiana em comunicado.
"Esta lagartixa enfrenta um sério risco de desaparecer", alertou um dos cientistas envolvidos na descoberta, Geoffrey Kay.
Os cientistas australianos conseguiram observar apenas poucos exemplares da nova espécie pelo facto de o seu habitat natural estar a ser ameaçado com a urbanização derivada do crescimento de Perth.
A descoberta foi feita durante uma pesquisa a sul de Perth para determinar o nível de biodiversidade no sudoeste da Austrália.
O sudoeste da Austrália é considerado como um dos 25 lugares do mundo com maior biodiversidade, a par de Madagáscar, das selvas tropicais da África Ocidental e do Cerrado no Brasil, refere a nota da Universidade Nacional Australiana.

Fonte: Diário de Notícias