quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Uma semana de pouco sono perturba centenas de genes e essa mensagem fica-nos "gravada" no sangue

Não dormir as horas suficientes pode ter um impacto muito negativo na saúde - e agora começa a perceber-se porquê.
Sabe-se que quem tem por hábito não dormir um número suficiente de horas por dia aumenta os seus riscos de obesidade, doenças cardiovasculares e disfunções cognitivas. Mas os mecanismos subjacentes a esta relação sono/doença têm permanecido misteriosos. Hoje, um estudo com base em amostras de sangue humano, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere fortemente que, no ser humano, a falta crónica de sono começa por perturbar a actividade dos genes.
Em cada tecido do organismo, os genes apresentam padrões de actividade - ou "expressão" - diferentes e específicos do tecido em causa. Isso permite, a partir da uma mesma molécula de ADN, gerar a grande diversidade das células, das hepáticas às nervosas passando pelas sanguíneas. E a expressão de cada gene reflecte-se na quantidade dos vários tipos de moléculas de ARN (parecidas com o ADN) que são transcritas pela célula de forma a fabricar as proteínas de que ela precisa.
Experiências no ratinho já mostraram que tanto a falta de sono como o seu desfasamento no tempo alteram esse padrão de ARN, chamado "transcritoma", no fígado e no cérebro desses animais. E agora, para determinar o impacto da falta de sono no ser humano, Derk-Jan Djik e colegas, da Universidade de Surrey, no Reino Unido, analisaram o transcritoma do sangue de uma série de voluntários em função do número de horas que dormiam.
"Tanto quanto sabemos, somos os primeiros a ter investigado, no ser humano, os efeitos de um nível ecologicamente relevante de falta de sono sobre o transcritoma", disse Djik ao PÚBLICO. Os cientistas estudaram o transcritoma do sangue porque a sua recolha não é invasiva e porque fornece, argumentam, uma visão global do que está a acontecer.
Durante uma semana, 26 adultos dormiram menos de seis horas - e durante uma outra semana dormiram quase nove horas. No fim de cada semana de "tratamento", tiveram de ficar acordados durante 40 horas a fio, numa situação de privação total do sono - e foi durante esse período que foram efectuadas as colheitas de sangue, ao ritmo de uma de três em três horas. Diga-se ainda que as duas partes da experiência decorreram com um intervalo de dez dias.
A análise do ARN do sangue revelou claramente os efeitos da falta de sono sobre a actividade de... 711 genes! Por outro lado, a privação de sono levou a uma nítida queda - de 1855 para 1481 - do número de genes que possuíam naturalmente ritmos de actividade circadianos (isto é, que ao longo de cerca de 24 horas, em sintonia com a alternância do dia e da noite, viam a sua actividade passar por um mínimo e um máximo). E mesmo nos genes cuja actividade continuou diariamente a oscilar, a amplitude das oscilações foi mais pequena. Além disso: a privação total de sono alterou só por si a expressão de uma série de genes, mas o número dos genes alterados durante esse período foi sete vezes maior após uma semana de privação crónica do que depois de uma semana de sono normal: 856 contra 122.
Entre os genes afectados há genes implicados nos processos imunitários, inflamatórios, no metabolismo celular e na resposta das células ao stress oxidativo.
Se uma semana de sono curto surte estes efeitos, não é difícil imaginar as consequências para a saúde de uma vida com horas de sono a menos, noitadas, insónias - decorrentes da actividade profissional e social típica das sociedades modernas. Segundo os dados dos Centros de Prevenção e Controlo de Doenças norte-americanos, 30% da população adulta dos EUA (mais de 40 milhões de pessoas) dorme seis horas ou menos por dia. E em Portugal, a proporção poderá ser superior a 50%.
Agora, os cientistas querem saber "se as alterações [do transcritoma] variam com a idade e relacioná-las com as perturbações fisiológicas e hormonais da obesidade e das doenças cardiovasculares", diz Djik.

Fonte: Público

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ratos treinados para detetar minas terrestres

Nova técnica, mais simples e barata que as anteriores, tem dado resultados nas regiões em que está a ser utilizada. Os 'ratos-heróis' são treinados pela ONG belga Apopo, que investiga, desenvolve e implementa tecnologia de deteção por ratos para fins humanitários, como a remoção de minas.
As minas terrestres podem ficar enterradas durante décadas, mas o seu poder destrutivo não diminui com o passar do tempo. Segundo a Apopo, cerca de 66 países e 7 territórios pós-conflito ainda enfrentam o drama dessas armas perigosas. Uma situação que limita o desenvolvimento dessas regiões ao impedir a agricultura, limitar o acesso à água e restringir a circulação de pessoas.
Para combater o problema, a organização combina a tecnologia de desminagem já existente com o uso inovador dos seus Ratos de Deteção de Minas (MDR, sigla em inglês). No ano passado, 64 animais foram acreditados após passarem pelo centro de treinamento da instituição na Tanzânia. Ao todo já são 300 ratos gigantes africanos, espécie encontrada em grande parte do continente, capacitados para detetar as minas terrestres de forma rápida e eficaz.
Primeiro, ainda filhotes, os ratos são socializados para acostumarem-se com a interação com os humanos. Depois, são treinados e condicionados a associar um clique com o que estão a cheirar, explosivos, para ganhar uma recompensa, comida. Por último, eles aprendem a identificar a opção correta, entre três alternativas, quando ouvem o clique e ganham a recompensa quando acertam.
Veja o vídeo dos funcionários da Apopo a treinar os animais (em inglês):
A parte mais difícil do processo de desminagem é detetar os artefactos, centenas de milhões de dólares já foram gastos em investigações para melhorar a deteção de minas terrestres e salvar vidas. Além das técnicas manuais, com humanos a utilizar detetores de metais e cães treinados, diversos institutos científicos trabalharam no desenvolvimento de deteção por análise térmica, química e por lasers, durante as últimas décadas.
Utilizar essas tecnologias para limpar campos minados pode ser um processo muito lento e caro. "Pode-se gastar muito tempo e dinheiro para descobrir que não há nada. E é ai que esses animais são importantes. Os ratos são ferramentas muito rápidas para aumentar a confiança de que não há mais minas numa grande área", disse à BBC Guy Rhodes, do Centro Internacional para Desminagem Humanitária de Genebra.
Após décadas de conflitos, Moçambique é um dos países que mais sofre com as minas terrestres remanescentes. Em parceria com o Programa Nacional de Desminagem do país, em 2008, a organização tornou-se a operadora de desminagem responsável pela limpeza da província de Gaza, uma das mais afetadas pelo artefacto de guerra. Utilizando o novo método, a Apopo terminou o seu trabalho na região um ano antes do prazo, que terminaria em 2014, e agora o mesmo também será feito nas províncias de Manica, Sofala e Tete.
Segundo dados da entidade, 6.423.361 metros quadrados de campos minados foram devolvidos à população moçambicana. Os ratos-heróis, como ficaram conhecidos, encontraram 2.406 minas terrestres, 13.025 pequenas armas e munições e 992 bombas que foram neutralizadas e destruídas.

Fonte: Diário de Notícias

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Poderia o nosso Universo acabar engolido por outro?

Há quem defenda que a recente determinação da massa do bosão de Higgs torna possível um cenário de destruição do Universo. Mas também há quem duvide...
"É possível que o Universo em que vivemos seja intrinsecamente instável e que, a dada altura, daqui a dezenas de milhares de milhões de anos, venha de repente a ser varrido sem deixar rasto", afirmou, em Boston, um físico teórico norte-americano, Joseph Lykken, do Fermilab (EUA). O cientista fez esta declaração aos jornalistas na segunda-feira, quase no fim do congresso anual da AAAS (American Association for the Advancement of Science), à margem da sua conferência sobre os mais recentes resultados acerca do bosão de Higgs, noticiou a Reuters.
O fim do Universo não constitui propriamente uma ameaça para nós ou o planeta, visto que a Terra terá desaparecido muito antes, quando o Sol esgotar o seu combustível, daqui a uns 4,5 mil milhões de anos. Porém, isso não tem impedido os especialistas de imaginar uma série de possíveis cenários. E embora o mais provável seja que a expansão e a diluição do Cosmos prossigam sem sobressaltos até nada dele ficar, existem teorias mais apocalípticas, entre as quais se inclui a que foi agora evocada por Lykken.
Lykken falou do fim do Universo no mesmo dia em que o LHC - o grande esmagador de protões do CERN, perto de Genebra, na Suíça, onde o bosão de Higgs foi descoberto no ano passado - fechou por dois anos para uma renovação de fundo. E de facto, a "profecia" deste cientista, que também faz parte da equipa do LHC, tem tudo a ver com a descoberta do Higgs, uma vez que a estimativa da massa desta partícula é hoje muito mais certeira. A massa do bosão de Higgs ronda, sabe-se agora, graças aos dados produzidos pelo LHC, os 126 GeV (giga-electrão-volts).
O bosão de Higgs era a única partícula que faltava detectar para completar o elenco previsto pelo chamado Modelo-Padrão - a teoria que actualmente melhor descreve o mundo das partículas elementares. Teorizado há cerca de 50 anos, o Higgs só existe materialmente durante brevíssimos instantes, quando é criado numa colisão de protões dentro do LHC. No entanto, desempenha um papel no mínimo fundamental: confere massa às outras partículas, sendo por isso directamente responsável pela existência da matéria tal como a observamos todos os dias - nas galáxias, nas estrelas e nos planetas, mas também em nós próprios e em todos as coisas que nos rodeiam.
Mas acontece que, conhecendo-se a massa do bosão de Higgs - e daí, o valor de todos os parâmetros do Modelo-Padrão -, torna-se possível utilizar esse modelo para "calcular" o destino do Universo. Foi o que motivou as declarações de Lykken: "Esse cálculo diz-nos que, daqui a muitas dezenas de milhares de milhões de anos, vai acontecer uma catástrofe", explicou o cientista. "Uma pequena bolha de algo a que poderíamos chamar de universo "alternativo" irá surgir algures, expandir-se e destruir-nos." O fenómeno, que segundo a teoria em causa se verifica ciclicamente devido à instabilidade inerente do vácuo (designado por isso de "falso vácuo") irá desenrolar-se à velocidade da luz, dando origem a outro Universo que nada terá a ver com o actual.
Mas qual é, na realidade, a probabilidade de que as coisas se passem efectivamente dessa maneira? Peter Woit, físico e matemático da Universidade de Columbia (Nova Iorque), acha que se trata de um cenário muito pouco realista. "Para acreditar que este cálculo reflecte a realidade", disse Woit ao PÚBLICO, "seria basicamente preciso acreditar que não existe uma nova física, ainda desconhecida, muito para além dos níveis de energia acessíveis ao LHC. E também seria preciso acreditar que o cálculo [de Lykken] não será afectado pela gravitação quântica, que não percebemos mas que sabemos deve tornar-se importante a níveis de energia muito elevados". É um facto que a generalidade dos físicos acha que o Modelo-Padrão é um modelo incompleto, que está longe de conseguir prever tudo.
"O cenário de que Lykken fala", diz ainda Woit, "deriva de uma extrapolação para níveis de energia milhões de milhões de vezes superiores a tudo o que somos capazes de medir, utilizando um cálculo que temos todas as razões de pensar não é fiável a esses níveis. Portanto, as pessoas podem ficar descansadas..."

Fonte: Público

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Abelhas e flores comunicam por campos elétricos

As abelhas e as flores comunicam através de campos elétricos, revela um estudo da Universidade de Bristol, no Reino Unido, publicado na revista 'Science'.
Segundo o artigo da equipa chefiada por Daniel Robert, os métodos de comunicação das flores são pelo menos tão sofisticados com os de uma agência de publicidade, utilizando as cores, os padrões e o cheiro para atrair os seus polinizadores.
Agora, os cientistas descobriram que a estas formas de comunicação se junta uma outra: a emissão de sinais elétricos, semelhantes a um sinal de néon, que permitem às abelhas distingui-los de outros campos e encontrar as reservas de pólen e néctar.
Os investigadores explicam que as plantas têm normalmente uma carga negativa e emitem campos elétricos fracos. As abelhas, por seu lado, adquirem uma carga positiva de até 200 volts à medida que voam no ar.
Embora não haja qualquer descarga elétrica quando uma abelha se aproxima de uma flor, surge um pequeno campo elétrico que potencialmente transmite informação.
Ao colocar elétrodos em Petunias, os investigadores demonstraram que quando uma abelha (Bombus terrestris) aterra, o potencial elétrico da flor muda e permanece assim durante vários minutos.
"Poderá isto ser uma maneira de a flor dizer às abelhas que uma outra abelha a visitou recentemente", questionam os cientistas, que concluíram que as abelhas conseguem detetar e distinguir dois campos elétricos distintos.
Os cientistas não sabem ainda de que forma as abelhas detetam os campos elétricos, mas admitem que os seus pelos possam reagir da mesma forma que o cabelo das pessoas reage à eletricidade estática de um ecrã de televisão antigo.
"Este novo canal de comunicação revela como as flores podem potencialmente informar os seus polinizadores sobre o verdadeiro estado das suas reservas de néctar e pólen", disse Heather Whitney, coautora do estudo.
E Daniel Robert explicou: "a última coisa que uma flor quer é atrair uma abelha e depois não conseguir fornecer-lhe néctar. É uma lição de publicidade honesta, já que as abelhas são boas aprendizes e rapidamente perderiam o interesse de uma flor tão pouco remuneradora".
"A coevolução entre as flores e as abelhas tem tido uma história longa e benéfica, por isso talvez não seja inteiramente surpreendente que estejamos ainda hoje a descobrir quão sofisticada é a sua comunicação", acrescentou.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Descoberta pirâmide onde pode estar túmulo do ministro de Ramsés II

Uma equipa de arqueólogos belgas descobriu na cidade egípcia de Luxor uma pequena pirâmide que poderá conter o túmulo de um ministro do faraó Ramsés II, que morreu no ano 1237 A.C.
Segundo um comunicado do ministro do Estado egípcio de Antiguidades, Mohamed Ibrahim, a pirâmide calcária mede 15 metros de altura e 12 de largura e nela aparece gravada uma imagem do ministro Jay adorando a divindade Ra-Hor Ajti, que simboliza união dos deuses do sol e do céu.
As pirâmides calcárias costumavam ser construídas sobre os túmulos dos homens de Estado na era de Ramsés, em cujo reinado Jay foi ministro durante 15 anos.
Ibrahim acrescentou que se espera que, terminadas as escavações, seja descoberto o túmulo do ministro, situado junto ao templo de Ramsés II.
Segundo o responsável pelas antiguidades em Luxor, Mansur Burik, o ministro de Ramsés II supervisionou os trabalhadores que ergueram os túmulos reais no Vale dos Reis e no Vale das Rainhas, na margem ocidental do rio Nilo.
Burik salientou a importância da descoberta do túmulo de Jay, até agora desconhecido, embora o ministro de Ramsés seja referido em muitos documentos egípcios.

Fonte: Correio da Manhã

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cancro infantil é ameaça crescente nos países pobres

O cancro infantil está a aumentar nos países pobres, onde ocorrem 94% das mortes de crianças provocadas por tumores, revela um estudo hoje publicado, que atribui a alta mortalidade à ausência de tratamento adequado.
"A dura realidade é que o acesso ao tratamento é muito fraco nos países de médio e baixo rendimento. Uma percentagem desconhecida de crianças com cancros potencialmente curáveis nunca recebe tratamento - nem sequer tratamento paliativo - e muitos dos que recebem algum tratamento morrem apesar disso", diz um dos autores do estudo, Ian Magrath, da Rede Internacional para o Tratamento e Investigação do Cancro, na Bélgica.
Publicado na revista científica 'Lancet Oncology', o estudo, que reuniu alguns dos maiores especialistas em cancro do mundo, sublinha que o cancro infantil, outrora considerado uma doença de países ricos, é cada vez mais uma ameaça nos países em desenvolvimento.
Segundo estimativas recentes da Organização Mundial de Saúde, citadas no estudo, o cancro mata todos os anos cerca de 100 mil crianças antes dos 15 anos em todo o mundo, 94% das quais morrem em países de baixo rendimento.
Segundo os cientistas, a falta de sensibilização para o cancro infantil e a ausência de serviços de saúde básicos em alguns países levam a que muitas crianças apareçam com cancros em estado avançado.
Os médicos nestes países frequentemente não são formados para diagnosticar o cancro e veem muito poucos casos de cancro infantil ao longo da sua carreira.
Além disso, o tratamento é muitas vezes pobre ou inexistente, ou demasiado caro para os pacientes.
Em África, exemplificam os autores, a proporção de cancros que ocorrem em crianças é 12 vezes maior do que na Europa, mas 80% das pessoas no continente não tem acesso a radioterapia, cirurgia oncológica ou mesmo às infraestruturas necessárias para os cuidados oncológicos básicos.
Mas nem sempre o problema é financeiro, alerta a autora principal, Kathy Pritchard-Jones, da University College de Londres, que lamenta a falta de vontade política para criar as condições necessárias.
No México, exemplifica, a taxa de abandono do tratamento entre as crianças diminuiu de 35% para 4% por uma combinação de medidas como a introdução de seguros para os mais pobres, o desenvolvimento de protocolos de tratamento e a criação de 49 programas para o cancro infantil.
Os cientistas defendem o investimento em sistemas de saúde, mais profissionais de saúde e mais bem formados, assim como o estabelecimento de redes de hospitais regionais.
Defendem ainda parcerias entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento que permitam a uns servir de conselheiros aos outros, ajudar na formação médica, no acesso a tratamentos atualizados e ao aumento da participação dos pacientes dos países pobres em ensaios clínicos internacionais.
Finalmente, os investigadores sublinham a necessidade de acabar com o mito de que os países em desenvolvimento não têm recursos para tratar as crianças com cancro.
"Como as crianças têm as vidas todas pela frente, salvá-las tem muito mais impacto no desenvolvimento económico do que o tratamento oncológico dos mais velhos", explica Magrath.

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cientistas encontram fragmentos do meteorito da Rússia

Meteorito principal continua por encontrar no fundo de um lago, mas dezenas de partículas foram recuperadas por investigadores da Universidade dos Urais.
Cientistas russos recuperaram vários fragmentos do meteoro russo que se desintegrou sexta-feira sobre a região de Cheliabinsk, 1800 quilómetros a Leste de Moscovo, deixando quase 1500 feridos.
No domingo, o Governo russo suspendera as buscas para encontrar um meteorito que caiu sobre um lago congelado, recortando um círculo perfeito de vários metros de diâmetro sobre o gelo. A Universidade dos Urais, no entanto, enviou para a região uma equipa de investigadores, que recuperou cerca de meia centena de pequenos meteoritos. Fotos divulgadas pela universidade mostram uma série de pequenos fragmentos, o maior dos quais parece ter o diâmetro de um dedo.
“Confirmamos que as partículas de uma substância encontrada pela nossa expedição perto do lago de Tchebarkoul têm a composição de um meteorito”, disse Viktor Grokhovski, investigador da Universidade dos Urais e membro da Academia Russa de Ciências, citado pela agência AFP.
Segundo os cientistas, as partículas encontradas serão fragmentos de um meteorito maior que terá caído no lago de Tchebakoul. Mergulhadores tentaram encontrá-lo, mas a operação foi abandonada, dada a existência de uma camada de um metro e meio de lodo no fundo.
Meteorito é a designação que se dá aos fragmentos de um meteoro – um corpo celeste quando entra na atmosfera ­– que chegam ao solo. O meteoro da Rússia teria 17 metros de diâmetro e 10.000 toneladas de massa quando entrou na atmosfera, desintegrando-se num rasto incandescente devido ao atrito com o ar.
Várias ondas de choque, provocadas sobretudo pela explosão sónica da desaceleração do meteoro até ao limite da velocidade do som, provocaram danos em milhares de edifícios, sobretudo vidros partidos.
O último balanço do Ministério da Saúde russo fala em 1491 feridos, dos quais 311 são crianças. Ainda há 46 pessoas hospitalizadas.
Na região de Cheliabinsk, equipas de emergência continuam a trabalhar para reparar os estragos, sobretudo pela substituição de vidros partidos. As temperaturas na região nesta altura do ano chegam perto dos 20 graus Celsius negativos.

Fonte: Público

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Um em cada cinco répteis está ameaçado de extinção

Estudo faz a primeira avaliação com representatividade global do estado de conservação dos répteis.
Aproximadamente um em cada cinco espécies de répteis está em risco de desaparecer para sempre da Terra, segundo um estudo que faz pela primeira vez uma avaliação global da situação desta classe de animais.
No estudo, publicado na revista Biological Conservation, cientistas avaliaram uma amostra aleatória de 1500 espécies de répteis e concluíram que 19% estão ameaçadas de extinção. Não havia, até agora, uma indicação fidedigna do estado dos répteis a nível global. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, mantida e actualizada anualmente pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), identifica 807 répteis “criticamente ameaçados”, “em perigo” ou “vulneráveis”. Mas apenas 39% das 9547 espécies descritas de répteis foram até agora avaliadas, segundo dados da Lista Vermelha. E a avaliação não tem sido sistemática, incidindo mais sobre determinadas áreas do globo ou sobre alguns tipos de répteis.
Está em curso uma avaliação completa dos répteis do mundo (Global Reptile Assessment). Mas enquanto isso não fica concluído, o estudo agora publicado oferece um atalho, através de uma amostra com representatividade global. “É basicamente um retrato imediato do estado dos répteis”, disse ao PÚBLICO Philip Bowles, da Comissão de Sobreviência das Espécies da UICN e um dos autores principais do estudo.
Cerca de duas centenas de cientistas, de vários países, estiveram envolvidos nesta avaliação. Os resultados serão validados à medida que a avaliação global dos répteis for avançando, explica Philip Bowles.
A percentagem estimada de espécies ameaçadas não é tão grande como a da classe dos anfíbios – onde duas em cada cinco corre o risco de se extinguir. “Não é tão mau como poderia ser. Mas não são boas notícias”, afirma Philip Bowles.
As espécies ameaçadas concentram-se sobretudo nas regiões tropicais, onde têm sido vítimas da destruição do seu habitat, para dar lugar à agricultura ou à exploração de madeira. Os répteis de água doce apresentam maior número de espécies em risco: 30% no total e 50% só para as tartarugas.
De acordo com Philip Bowles, o estudo, embora seja apenas uma primeira abordagem à escala global, permite identificar desde já espécies para as quais é prioritário adoptar medidas de conservação.

Fonte: Público

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Treinar o cérebro pode dar-nos mais anos de vida

Os velhos ditados dizem que "se não não usas algo, podes acabar por perde-lo". O psiquiatra californiano Daniel G. Amen levou a ideia a sério e desenvolveu um método que mostra as "áreas negras" do cérebro que precisam de ser estimuladas, prevenindo assim o seu "adormecimento".
A fórmula que promete combater os efeitos do envelhecimento do cérebro é promovida por Daniel Amen. Distinguido pela American Psychiatric Association, Amen utiliza o seu programa de digitalização cerebral para detetar as "zonas adormecidas do cérebro", que lhe vão poder indicar os quais os problemas que impedem uma pessoa de viver mais tempo e de se sentir mais jovem.
Como relata a BBC, através de uma imagem tridimensional Amen percebe quais as zonas do cérebro onde o fluxo de sangue é mais baixo. Depois, conforme o diagnóstico, o psiquiatra desenha um tratamento adequado às necessidades do paciente, que irá estimular as áreas adormecidas.
Para uns, ler, dormir ou fazer alguns jogos será mais que suficiente. Para outros, o exercício físico ou a estimulação do córtex com luzes, sons e outras terapias, pode ser o tratamento mais indicado.
Daniel Amen pensa que o tempo de vida do ser humano é, em parte, determinado pelas funções cerebrais. As pessoas devem ser capazes de tomar decisões certas decisões que protejam o seu cérebro, tais como não comer ou beber demais.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Aprovada comercialização do primeiro 'olho biónico'

Aparelho batizado de 'Argus II' ajuda pessoas que perderam a visão devido a uma doença rara a distinguir formas e movimentos. Com a sua comercialização autorizada esta semana pela Agência de Medicamentos americana (FDA, sigla em inglês), Argus II será o primeiro aparelho do género a chegar ao mercado. Apoiado também por autoridades europeias, o dispositivo já foi implantado em cerca de 60 pessoas no mundo.
Embora o dispositivo não seja capaz de restaurar a visão, ele dá aos utentes a capacidade de perceber a diferença entre a luz e a escuridão. O aparelho é composto por uma câmara de vídeo, um transmissor sobre um par de óculos e uma unidade de processamento de imagens, que transforma e as imagens em dados eletrónicos enviados para uma prótese implantada na retina.
"Esse novo sistema é uma grande oportunidade para as pessoas que não têm visão devido à retinite pigmentosa (RP). Este olho biónico fornece-lhes perceções de formas e movimentos. Funções que, também, lhes permitem ser mais independentes e realizar as tarefas diárias de todos os dias", disse num comunicado Jeffrey Shuren, diretor do Centro para Saúde Radiológica e Dispositivos da FDA.
Retinite pigmentosa é uma doença genética rara que afeta principalmente as células que detetam a luz na retina. Num olho saudável, essas células convertem os raios de luz em impulsos elétricos que enviam informações através do nervo ótico até ao cérebro, que classifica os sinais e os transforma em imagens. A RP atinge cerca de cem mil pessoas nos Estados Unidos, de acordo com dados da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles.
O Argus II destina-se a pessoas com 25 anos ou mais, diagnosticadas com RP severa. Precisam ter intacto o funcionamento da retina interna e ter tido a capacidade de perceber formas em alguma altura da sua vida. Além disso, os utilizadores devem assinar um termo de consentimento em que se comprometem a seguir as instruções e a reabilitação necessários após a realização do implante.
Para autorizar a comercialização do olho biónico, a FDA foi baseou-se num estudo clínico realizado com 30 pessoas entre 28 e 77 anos, com uma capacidade visual mínima. Os utentes foram capazes de distinguir entre o preto e o branco e os movimentos. Segundo a AFP, o Argus II estará brevemente disponível também em vários países europeus e custará 73 mil euros.

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Software prevê os crimes antes de acontecerem

Uma multinacional americana desenvolveu um software capaz de localizar e mapear os movimentos de cada pessoa, prevendo comportamentos através do GPS e de informações divulgadas no Facebook, no Foursquare ou no Twitter. A ideia é antecipar comportamentos de terroristas.
O RIOT (Rapid Information Overlay Technology), um software de análise de informação em larga escala, está ao serviço do governo americano desde 2010 como parte de um projeto de investigação que pretende criar um sistema de segurança nacional capaz de "analisar biliões de identidades" através do ciberespaço.
O facto de o RIOT se aproveitar de plataformas populares como as redes sociais e usar técnicas de cruzamento de dados para exercer a sua vigilância e impedir atentados contra os países que defende atraiu o interesse de agências de segurança de todas as partes do mundo. Mas também é alvo de criticas daqueles que pretendem ver resguardadas as suas liberdades civis e a sua privacidade.
Um vídeo conseguido pelo 'The Guardian' (veja aqui) revela como é possível obter um retrato instantâneo da vida de uma pessoa, dos seus amigos, dos locais que frequenta, apenas com um clique no botão do rato.
Brian Urch, um dos principais "investigadores", decide exemplificar o funcionamento do programa e, em quatro minutos, reúne, não só todos os trajetos efetuados por Nick, um dos seus empregados, como algumas das suas fotografias e previsões para o futuro. "Se quiser encontrar o Nick ou o seu computador, pode visitá-lo segunda-feira, às seis horas, no ginásio", diz.
Esta tecnologia tem várias aplicações potenciais, como prever comportamentos criminosos antes de estes acontecerem. Mas para o fazer cruza informações de cidadãos comuns, sem que estes o saibam, no que será uma violação do direito à privacidade.
Na ficção, este tipo de sistemas tem sido explorado na literatura, cinema e televisão. O caso mais recente e curiosamente mais semelhante ao do sistema RIOT é a série "Sob Suspeita - Person of Interest", criada por Jonathan Nolan e protagonizada por James Caviezel, com produção de J.J. Abrams.
Na série transmitida em Portugal pela RTP2 e pela Fox, a cada semana o software indica um indivíduo que se encontra em risco de vida, calculando a probabilidade de este vir a ser atacado, cabendo depois à personagem encarnada por Caviezel defendê-lo.

Fonte: Diário de Notícias

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Etiópia quer lançar primeiro satélite espacial

A Etiópia pretende lançar o seu primeiro satélite espacial dentro de dois anos, anunciou hoje o governo de Adis Abeba, noticia o jornal etíope "The Reporter", citado pela agência espanhola Efe.
De acordo com o vice primeiro-ministro, Debretsion Gebremicha, o satélite vai servir para fins de comunicação e o governo já está a preparar o seu desenho, construção e lançamento.
"Não é uma coisa que vá acontecer da noite para o dia, já que requer um financiamento adequado e recursos humanos", afirmou o governante, esclarecendo que o lançamento deverá ocorrer em território etíope daqui a dois anos.
Segundo informações reveladas na página online da Sociedade Etíope do Espaço e da Ciência, o satélite vai chamar-se ET-SAT, terá pequenas dimensões e vai ser o primeiro aparelho que uma instituição da Etiópia vai construir e pôr em órbita.
O projeto de construção vai ter apoios do Instituto de Von Karman, de Bruxelas, por ter sido o único projeto africano selecionado entre as 71 propostas recebidas de 38 países.
O Instituto de Tecnologia de Adis Abeba, por seu turno, vai ser responsável pelo desenho e pela construção do satélite.

Fonte: Diário de Notícias

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Descoberta ajuda o corpo a destruir o cancro

Investigadores norte-americanos identificaram uma molécula, designada TIC10, que é capaz de ativar uma proteína no corpo humano que combate as células cancerígenas. A esperança é conseguir tratamentos contra o cancro sem recurso a químio- ou radioterapia.
A proteína em causa, designada TRAIL, tem características anticancerígenas conhecidas - 'ordena' ao sistema imunológico do corpo que ataque células com mutações malignas. No entanto, a sua utilização em tratamentos tem-se revelado difícil. A proteína tem um tempo de vida curto em cultura, torna-se rapidamente instável e a sua administração no tratamento de cancros no cérebro é pouco eficaz.
Estes problemas podem ser ultrapassados com a descoberta de que a molécula TIC10 é capaz de ativar a TRAIL já existente no corpo do paciente, que deixa de funcionar eficazmente com o progredir da doença.
Segundo investigadores da Universidade da Pensilvânia, num estudo publicado no Science Translational Medicine, o TIC10 é potencialmente administrável por via oral e pode originar tratamentos sem recursos a químicos 'estranhos' ao organismo.
Esta molécula tem ainda a vantagem de, dado o seu minúsculo tamanho, ser capaz de transpor a barreira que separa o cérebro do sistema circulatório central, pelo que se revela potencialmente eficaz no combate a tumores cerebrais.
"Não estávamos à espera que esta molécula pudesse ser utilizada para tratar tumores no cérebro. Foi uma agradável surpresa", admitiu o oncologista da Universidade da Pensilvânia Wafik El-Deiry, citado pelo jornal britânico Daily Mail.
Os testes até agora foram limitados a ratinhos de laboratório, mas os investigadores estão nitidamente excitados com as possibilidades que esta molécula lhes abre. "Utilizar uma minúscula molécula para 'dar um empurrão' à TRAIL e ultrapassar as suas limitações parece ser uma forma promissora de tratar o cancro utilizando um mecanismo seguro que já existe no sistema imunológico normal", afirmou El-Deiry.

Fonte: Diário de Notícias

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Crianças bilingues desenvolvem melhor "memória de trabalho"

Uma investigação internacional demonstrou que as crianças bilingues desenvolvem melhor do que as monolingues a designada "memória de trabalho", encarregada dos processos ligados ao armazenamento temporário da informação e ao seu processamento.
O estudo realizado por investigadores das Universidades de Granada (Espanha) e de York (Canadá) foi divulgado hoje pelo estabelecimento de ensino superior espanhol, informou a agência noticiosa espanhola EFE.
A memória de trabalho é fundamental na execução de numerosas atividades, como o cálculo mental ou a compreensão da leitura.
É um dos componentes das denominadas "funções executivas", um conjunto de mecanismos responsáveis pela planificação e autorregulação do comportamento humano.
O objetivo do estudo era avaliar de que modo o facto de se utilizar mais do que uma língua influencia o desenvolvimento da memória do trabalho e, por outro lado, analisar o papel que tem aquele tipo de memória na superioridade cognitiva dos bilingues demonstrada em estudos anteriores.
As crianças bilingues que participaram na investigação, com idades entre os cinco e os sete anos -- período crítico no desenvolvimento daquele tipo de memória -, realizaram melhor do que os monolingues as tarefas que implicavam memória de trabalho e a vantagem foi maior quanto maiores eram as exigências de outras funções cognitivas.
Os resultados indicam que a experiência bilingue não melhora o desempenho da memória de trabalho de modo isolado, mas que influencia de forma global o desenvolvimento das funções executivas, sobretudo quando estas têm de interagir, disse Julia Morales, do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Granada e principal autora da investigação.

Fonte: Diário de Notícias

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Médico diz ter provado o 'milagre' da testosterona

Um médico de Las Vegas que tem 74 anos e um corpo que aparenta metade da sua idade, terá dentro de si o segredo da vida longa: um bom nível de testosterona. Pelo menos, é o que ele acredita.
O médico tinha cerca de 50 anos quando percebeu que se tinha tornado num homem de meia-idade, com peso a mais, podendo morrer a qualquer momento: "Eu estava realmente fora de forma, tinha muita gordura corporal, que resultou, mais tarde, em diabetes e nalgumas doenças cardíacas", afirmou à BBC, sem dar o seu nome verdadeiro.
Até que decidiu começar a tratar mais de si. Começou por fazer uma dieta muito rigorosa e a frequentar um ginásio. Foi preciso apenas um ano para o seu corpo se modificar completamente. Em 1998, ficou em primeiro lugar numa competição, para pessoas que tinham alterado drasticamente o físico, garantindo: "A minha vida mudou e eu sinto-me muito bem com esta mudança".
Só que quando ficou mais velho notou que estava estava a perder algumas das suas capacidades físicas e que começava a ter dificuldades para manter o corpo magro. Aos 60 anos, resolveu ir a Las Vegas para assistir a uma conferência médica que tinha como tema "parecer e sentirmo-nos mais jovens". E a partir dessa altura começou a prestar atenção às suas hormonas. "Eu fiz análises ao sangue e percebi que tinha uma deficiência nos níveis de testosterona", conta. Decidiu então recorrer a injeções semanais para compensar.
"Quando a testosterona fica baixa, os homens perdem a vontade de ir ao ginásio", garante. "Vários homens dizem-me que sofrem de menopausa masculina, a conhecida andropausa, e que esta lhes prejudica a vida".
O médico diz que quando o nível de testosterona torna-se saudável a gordura corporal e muscular começa a desaparecer.
As hormonas sexuais, estrógeno e testosterona, na mulher e no homem, representam vários papéis no organismo. Segundo a BBC, estudos comprovam que estes estão envolvidos nalgumas mudanças relacionadas à idade, como por exemplo o desenvolvimento da demência.
Christian Pike, um neurologista da Universidade do Sul da California, que é especialista no cérebro e na doença de Alzheimer, declarou à BBC: "A testosterona é fantástica". Pike diz que há investigações bastante promissoras no que toca à possibilidade de o sistema cerebral estar ligado à testosterona. O mesmo diz que os níveis relativamente altos de testosterona estão associados a uma maior longevidade e que as pessoas que vivem mais tempo têm também melhores níveis hormonais.
O homem conta à BBC como toda a sua vida mudou no vídeo que se segue:

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

'Curiosity' perfura solo de Marte nos próximos dias

A sonda 'Curiosity', da NASA, usou o sistema de perfuração pela primeira vez e deverá furar o solo de Marte nos próximos dias, disse à agência Lusa a gestora da missão, Jennifer Trosper.
Em entrevista telefónica, a responsável disse que na quinta-feira o 'rover' experimentou pela primeira vez "fazer uns toques, com um pouco de percussão, para perceber as propriedades da rocha".
Apesar de sondas anteriores terem já raspado a superfície de Marte, a 'Curiosity' é a primeira com capacidade de perfurar o solo e recolher um pedaço do interior da rocha, o que deverá fornecer uma amostra livre de qualquer alteração provocada pelo clima ou pela radiação.
A equipa da agência espacial norte-americana que controla a 'Curiosity' tem estado a preparar-se para a sua primeira perfuração e, depois da primeira utilização do equipamento, haverá "mais algumas atividades de caracterização" para garantir que tanto a rocha como a broca se comportam como esperado.
"Dentro de dois ou três dias vamos perfurar", disse a especialista em astronáutica, explicando que a amostra recolhida na perfuração entra para um compartimento na broca que a processa e depois a entrega aos instrumentos de análise química e orgânica.
"Com sorte conseguimos recolher seis porções para entregar aos instrumentos de análise. É aí que achamos que vamos recolher uma série de dados interessantes sobre a composição da rocha", disse a cientista.
Desde que aterrou na enorme cratera Gale, no solo de Marte, a 06 de agosto, a 'Curiosity' já percorreu cerca de 700 metros e encontra-se agora numa pequena depressão chamada Yellowknife Bay.
Esta zona, disse Trosper, "foi afetada por água, tem componentes geológicos distintos" e por isso foi escolhida para a primeira perfuração.
O local escolhido para o primeiro furo - ao qual a equipa deu o nome de John Klein em homenagem a um recém-falecido engenheiro da NASA que trabalhou no projeto - é uma rocha sedimentar de grão muito fino, que apresenta veios do que parece ser sulfato de cálcio.
Estes veios, disse Trosper, indicam a presença de água no passado.
A missão da 'Curiosity' é tentar determinar se a cratera de Gale terá tido alguma vez ambientes capazes de suportar vida bacteriana e perceber a composição da rocha é crítico para essa investigação, já que os depósitos na cratera terão em si o registo geoquímico das condições em que se formaram.

Fonte: Diário de Notícias

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Google Maps oferece visita guiada pelo Grand Canyon

Agora já pode viajar por uma das maravilhas da natureza sem sair de casa e a única coisa de que precisa é um computador com acesso à internet. A Google permite-lhe uma visita ao Grand Canyon sem ter de abandonar o seu sofá.
"Quer esteja a planear uma caminhada, ou queira aprender mais sobre o passado geológico da Terra, o Google Maps pode ajudar", disse Ryan Falor, responsável pela nova criação da Google.
Em outubro do ano passado, a Google enviou uma equipa capturar imagens da do Grand Canyon para compor o mapa virtual do Arizona.
"A nossa equipa prendeu as mochilas às costas e caminhou pelo terreno rochoso suportando mudanças de temperatura e dores musculares ao longo de todo o caminho", contou Falor.
Quinze câmaras incorporadas em quinze mochilas, as Trekkers, disparavam a cada 2,5 segundos, capturando cada detalhe do território americano. As imagens estão agora disponíveis no Google Maps e, com um clique do rato, os utilizadores vão ser transportados numa visita bi-dimensional pelos trilhos do Canyon.
Mais de 9500 fotografias criam o passeio virtual pela paisagem americana. Mexendo o cursor, os usuários podem rodar a imagem até 360 graus para obter uma vista completa da paisagem americana.

Fonte: Diário de Notícias

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Cientistas revertem envelhecimento em ratos

Uma equipa de cientistas da Universidade da Califórnia inseriu um gene da longevidade nas células-mãe de sangue de ratos velhos o que rejuvenesceu o potencial de regeneração das mesmas, informa um artigo da revista Cell Reports.
A experiência divulgada na revista norte-americana na quinta-feira pode contribuir para o desenvolvimento de tratamentos para doenças degenerativas associadas ao envelhecimento.
Os biólogos determinaram que a proteína SIRT3, da classe das sirtuínas, desempenha um papel importante ao ajudar as células-mãe de sangue envelhecidas a lidar com o stress.
Quando os investigadores inocularam a proteína naquelas células dos ratos velhos, o tratamento estimulou a formação de novas células de sangue, o que prova uma reversão da deterioração, relacionada com a idade, na função das células.
"Já sabemos que as sirtuínas regulam o envelhecimento, mas o nosso estudo é o primeiro a demonstrar que as sirtuínas podem reverter a degeneração ligada ao envelhecimento", disse Danica Chen, professora de ciência e toxicologia na Universidade de Califórnia, em Berkeley, e investigadora principal do estudo, citada na agência noticiosa espanhola EFE.
Chen assinalou que nos últimos 10 a 20 anos tem havido um grande avanço na compreensão científica do envelhecimento, que é visto agora como tendo um desenvolvimento altamente regulado o que o torna possível de manipulação.

Fonte: Diário de Notícias