quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Reposição de peças na Estação Espacial Internacional

por Jeremy Hsu e InnovationNewsDaily

Com o lançamento do equivalente a 1 bilião de dólares americanos em peças de reposição para a Estação Espacial Internacional será possível manter o posto orbital da Terra em operação durante mais de uma década. O envio de algumas impressoras 3D representa um investimento na capacidade de construir tudo que é necessário no momento: peças para a estação espacial, equipamentos usados pelos astronautas, satélites e até mesmo pequenas naves.
O primeiro passo rumo ao fabrico de peças no espaço poderá ser o resultado de uma recente seleção feita pela NASA, com a proposta de uma empresa americana recém criada, para a construção de uma impressora 3D para a estação espacial. Essa tecnologia de impressão poderia construir qualquer quantidade de objetos, camada por camada, baseados em projetos enviados digitalmente pelo controlo de missões. Os astronautas só necessitariam de matéria-prima como plástico ou metal para produzir novas ferramentas ou peças de reposição, no momento em que forem necessários.
"Quando uma ferramenta se estraga, na pior das hipóteses a tripulação da estação espacial chamaria Houston e diria: 'Enviem-nos um arquivo CAD (computer-aided design, em inglês, ou projeto gerado em computador) dessa ferramenta', e eles teriam condições de imprimi-la em 3D", realça Jason Dunn, diretor de tecnologia e cofundador da Made in Space, Inc. "Talvez, no futuro, eles poderão projetar as peças eles mesmos".
A Made in Space originou-se da Singularity University – uma escola para empresas iniciantes focadas na solução dos maiores problemas do mundo – optou por localizar-se no NASA Ames Research Park, em Moffett Field, Califórnia, perto de Silicon Valley.
Os fundadores estimam que a impressão de peças no espaço poderá reduzir a massa estrutural dos objetos em pelo menos 30%, porque eles não precisarão de sobreviver à gravidade da Terra ou às extremas forças gravitacionais suportadas durante lançamentos em órbita, a bordo de um foguetão.
"O nosso objetivo em longo prazo para a impressão 3D é realmente construir uma nave inteira em condição operacional", reforçou Dunn ao InnovationNewsDaily. "Um satélite em miniatura poderia ser construído nos próximos anos com a máquina que estamos a projetar para a estação espacial".
Primeiro, a empresa precisa de criar uma impressora 3D que funcione bem em condições aparentemente sem gravidade. Eles usaram financiamentos anteriores da NASA para testar um protótipo e diversas impressoras comerciais 3D durante duas horas a bordo de uma aeronave, em mergulhos que simulam a microgravidade. Dessas experiências de impressão resultou a primeira ferramenta do mundo – uma pequena chave inglesa – já impressa em gravidade parcial.
Os testes acabaram por convencer Dunn e a sua equipa a seguir em frente com a sua própria concepção personalizada de impressora. Eles planeiam concentrar-se numa impressora extrusora capaz de construir objetos de polímeros plásticos, mas dizem que a impressora também poderá produzir um enorme número de peças de reposição para a estação espacial.
"Nós acreditamos que um terço dessas peças poderia ser produzido usando a máquina que estamos a construir agora", realçou Dunn. "Estamos a começar com polímeros, porque a produção de peças com esses materiais baseia-se em extrusão e, em alguns casos, estamos a começar a produzir os nossos próprios polímeros adaptados ao espaço".
Com a proposta à Small Business Innovative Research (Pesquisa Inovadora de Pequenas Empresas), apresentada em associação com Arkyd Astronautics, Inc e a NanoRacks, LLC, o projeto passa a ter direito a receber até US$ 125.000 em financiamento da NASA no próximo ano. Se tudo correr bem com os próximos voos parabólicos e suborbitais, até 2014 a Made in Space poderá ter a sua primeira impressora 3D instalada.

Fonte: Scientific American

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