O Brasil vai ser nesta semana o centro do mundo, ao receber especialistas de quase 100 países para discutirem o futuro da rede mundial de computadores e o seu governo. O encontro, Conferência Netmundial, decorre quarta e quinta-feira em São Paulo e já tem confirmada a presença de delegações de pelo menos 95 países dos cinco cantos do mundo. A conferência é aguardada com muita expectativa, pois é encarada por vários especialistas internacionais como um divisor de águas, um marco para o início de mudanças. Principalmente no chamado governo da Internet, ou seja, quem manda, quem dita as regras, quem decide o dia a dia e o futuro da web.
No modelo atual, os EUA são praticamente donos e senhores da Internet, pois grande parte das comunicações do mundo passa por satélites e bancos de dados norte-americanos. Além disso, as duas empresas responsáveis pela criação de regras, definição de padrões comuns e atribuição de endereços de IP são americanas, a Icann e o seu braço Iana, ambas sob supervisão do Departamento de Comércio dos EUA. Uma corrente que ganha apoio de cada vez mais países, de entre os quais se destaca o Brasil, quer tirar dessas duas entidades privadas norte-americanas o poder absoluto que hoje detêm. Mas outros países, nomeadamente os próprios EUA, receiam que o controlo da Internet possa cair nas mãos de governantes não confiáveis, que a limitem, ou usem em seu próprio proveito de forma inadequada, e esse será o ponto principal a discutir na reunião mundial de São Paulo. “O fim da supervisão do governo americano sobre a Icann foi um pedido do governo brasileiro, mas a globalização da Icann e das funções da Iana são uma reivindicação não só do Brasil mas acima de tudo global”, defende Virgílio Almeida, secretário de estado brasileiro de Ciência e Tecnologia e coordenador da Conferência Netmundial, sintetizando em seguida o pensamento crescente entre países de várias partes do planeta. “Uma entidade privada da Califórnia não pode ficar a decidir questões de países nem a resolver disputas entre nações, nomeadamente disputas por nomes na Internet”, acrescenta Virgílio Almeida. Desde que em junho do ano passado o ex-espião da CIA Edward Snooden revelou que essa agência norte-americana de espionagem e a Agência de Segurança Nacional (NSA) espiavam milhões de cidadãos, empresas e até governantes no mundo inteiro – entre eles a presidente brasileira, Dilma Rousseff, e a chanceler alemã, Angela Merkel – o Brasil tornou-se um dos principais defensores do fim da supremacia dos EUA sobre a Internet. No final do ano passado, uma proposta apresentada em conjunto pelo Brasil e pela Alemanha foi aprovada por unanimidade na Assembleia-Geral da ONU, criticando vivamente a invasão de privacidade contra cidadãos e governos mas sem poder real para mudar seja o que for.
Fonte: Correio da Manhã
No modelo atual, os EUA são praticamente donos e senhores da Internet, pois grande parte das comunicações do mundo passa por satélites e bancos de dados norte-americanos. Além disso, as duas empresas responsáveis pela criação de regras, definição de padrões comuns e atribuição de endereços de IP são americanas, a Icann e o seu braço Iana, ambas sob supervisão do Departamento de Comércio dos EUA. Uma corrente que ganha apoio de cada vez mais países, de entre os quais se destaca o Brasil, quer tirar dessas duas entidades privadas norte-americanas o poder absoluto que hoje detêm. Mas outros países, nomeadamente os próprios EUA, receiam que o controlo da Internet possa cair nas mãos de governantes não confiáveis, que a limitem, ou usem em seu próprio proveito de forma inadequada, e esse será o ponto principal a discutir na reunião mundial de São Paulo. “O fim da supervisão do governo americano sobre a Icann foi um pedido do governo brasileiro, mas a globalização da Icann e das funções da Iana são uma reivindicação não só do Brasil mas acima de tudo global”, defende Virgílio Almeida, secretário de estado brasileiro de Ciência e Tecnologia e coordenador da Conferência Netmundial, sintetizando em seguida o pensamento crescente entre países de várias partes do planeta. “Uma entidade privada da Califórnia não pode ficar a decidir questões de países nem a resolver disputas entre nações, nomeadamente disputas por nomes na Internet”, acrescenta Virgílio Almeida. Desde que em junho do ano passado o ex-espião da CIA Edward Snooden revelou que essa agência norte-americana de espionagem e a Agência de Segurança Nacional (NSA) espiavam milhões de cidadãos, empresas e até governantes no mundo inteiro – entre eles a presidente brasileira, Dilma Rousseff, e a chanceler alemã, Angela Merkel – o Brasil tornou-se um dos principais defensores do fim da supremacia dos EUA sobre a Internet. No final do ano passado, uma proposta apresentada em conjunto pelo Brasil e pela Alemanha foi aprovada por unanimidade na Assembleia-Geral da ONU, criticando vivamente a invasão de privacidade contra cidadãos e governos mas sem poder real para mudar seja o que for.
Fonte: Correio da Manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário.