sábado, 19 de julho de 2014

ONU acredita ser possível controlar a sida em 2030

O documento de 400 páginas publicado no âmbito da 20.ª Conferência Internacional sobre a sida, que decorrerá em Melbourne, Austrália, entre 20 e 25 deste mês, situa o número de seropositivos a nível mundial em 35 milhões, adiantando que 19 milhões destas pessoas ignoram estar infetadas. Apesar destes números, em 2013 houve 2,1 milhões de novos casos, 38% menos do que os 3,4 milhões de 2001.
A maior diminuição verifica-se nas crianças, em que se notou uma queda de 54%: em 2001 foram registadas 580 mil crianças que contraíram sida, enquanto em 2013 o número desceu para 240 mil. Também as mortes causadas pela sida desceram um quinto nos últimos três anos, figurando em 1,5 milhões, 35% menos vítimas do que o número máximo alcançado em 2005, de 2,4 milhões.
Do total de países, 15 representam, em conjunto, cerca de dois terços dos 35 milhões de pessoas que em 2013 estavam infectadas - África do sul (18%), Nigéria (9%), Índia (6%), Quénia (5%), Moçambique (4%), Uganda (4%), Tanzânia (4%), Zimbabué (4%), Estados Unidos (4%), Zâmbia (3%), Malawi (3%), China (2%), Etiópia (2%), Rússia (2%) e Brasil (2%). Notou-se, no entanto, que países como África do Sul e Etiópia melhoraram significativamente, apontando-se vários factores para as melhorias, em particular o acesso a medicação.
A nível regional, a África subsaariana é a mais atingida pela epidemia com 24,7 milhões de infetados, seguindo-se Ásia e Pacífico (4,8 milhões), América Latina (1,6 milhões), América do Norte, Europa Ocidental e Central (2.,3 milhões), Europa de Leste e Ásia Central (1,1 milhões), Caraíbas (250 mil), Médio Oriente e norte de África (230 mil).
O relatório diz que houve mais conquistas nos últimos 5 anos do que nos passados 23. Michel Sidibe, director executivo da ONUSIDA diz que se se acelerar a resposta até 2020, estar-se-à no caminho para acabar com a epidemia até 2030, caso contrário corremos o risco de aumentar o tempo necessário para lhe pôr fim em pelo menos uma década.
A diretora médica da campanha de acesso a medicamentos dos Médicos Sem Fronteiras, Jennifer Cohn, disse que dar assistência a quase 12 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento é uma conquista significativa, mas que mais de metade dos infetados ainda não tinham, em 2013, a ajuda necessária. Na Nigéria, por exemplo, 80% das pessoas infetadas não tem acesso a tratamento.
Em Portugal, a prevalência de VIH nos trabalhadores do sexo é maior nos homens (cerca de 15%) do que nas mulheres (6%), de acordo com o documento. Também por aqui o número de novos casos de sida diminuiu em 2013, ano em que, segundo as autoridades portuguesas, foram registadas menos 200 notificações relativamente a 2012.

Fonte: Diário de Notícias

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