sábado, 5 de julho de 2014

Ser 'youtuber' já não é apenas uma brincadeira

Ser criador no site de vídeos Youtube está a tornar-se cada vez mais um negócio rentável. À medida que os criadores amadurecem para se tornarem empreendedores, este novo negócio amadurece com eles. Os negócios tendem a ser menos caóticos do que no início. Em Anaheim, no estado norte-americano da Califórnia, EUA, decorreu a quinta edição do Vidcon, um festival anual que reúne as estrelas do Youtube com os seus fãs e com toda a gente associada à indústria do vídeo online. Estiveram presentes cerca de 20 mil pessoas mas o número duplica todos os anos. 

FÁCIL OU DIFÍCIL FAZER DINHEIRO? 
Pela primeira vez na Vidcon, os criadores mais populares pertenciam todos a alguma empresa multinacional como a Disney’s Maker Studios ou outras mais independentes como a Fullscreen ou a Collective Digital Studio, que gerem várias contas de canais no Youtube. No entanto, os criadores têm de se sujeitar a algumas exigências para assinar contrato. O exemplo mais notório disso são contratos a longo prazo, que podem chegar a sete anos, pelos direitos de autor de todos os vídeos criados dentro do canal. À medida que os criadores ganham audiências maiores, ganham também a capacidade de manter uma autoria parcial dos conteúdos que criam e de ficar com uma maior fatia do dinheiro por eles gerido. E essa fatia é cada vez maior. "A minha experiência na indústria do Cinema era que, mesmo a ideia de lançar um filme que apenas ficasse nos cinemas e não fosse para mais lado nenhum.. nem sequer era uma ideia", explica Malik Ducard, um antigo executivo de estúdio e agora diretor de parcerias no Youtube. Para o responsável este é um "sinal de maturidade no negócio agora que se vê alguma diversificação". As marcas também se querem associar e oferecem, cada vez mais, financiamento altamente lucrativo e integração em negócios à medida que a audiência do Youtube cresce. A aposta no merchandising é cada vez maior e, só no ano passado, eventos como o Vidcon juntaram-se à crescente corrente de dinheiro que promete ser o futuro desta indústria. "(Eventos ao vivo) ainda são menos sobre fazer dinheiro; os fãs estão a pedir, querem conhecer as pessoas, querem que as pessoas saiam do ecrã", afirmou Stephanie Horbaczewski, cofundadora do canal de lifestyle e moda StyleHaul. "Vejam quantas pessoas estão aqui para conhecer os canais. É uma parte muito importante do negócio, temos que estar atentos", acrescentou. 

AS GORJETAS 
Entre as novas promessas do Youtube está a função "Fan Funding", um pote de gorjetas virtual que permite aos fãs doarem quantias desde 1 dólar a 500 dólares aos criadores favoritos. No entanto, há quem acredite que nada disto será necessário para o negócio fluir. "Os negócios com as marcas são tão lucrativos que não nos sentimos confortáveis a pedir aos nossos fãs para investirem diretamente quando toda a gente ganha da otra forma", afirmou Rhett McLaughlin, uma metade de três canais populares que formam um pequeno império. 

EVOLUÇÃO DOS CONTEÚDOS 
Para além dos utilizadores, também os conteúdos têm vindo a sofrer mutações. Enquanto os pequenos vídeos virais dominavam por completo o tráfego do site, agora são os conteúdos profissionais e serializados que começam a ganhar terreno. "É também uma maturação da audiência", explica Barry Blumberg, vice-presidente executivo da rede Defy Media, responsável por vários canais. "As pessoas só viam vídeos de 45 segundos com gatos ou tartarugas em skates, mas evoluiu e agora tudo o que tenho de fazer é prestar atenção à forma como o meu filho de dez anos consome vídeos", acrescenta.

Fonte: Correio da Manhã

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