terça-feira, 28 de outubro de 2014

Nem uma terceira guerra mundial resolveria o problema da sobrepopulação

Investigadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, fizeram as contas: caso ocorresse nos próximos tempos uma guerra mundial de cinco anos que provocasse tantos mortos quanto a primeira e a segunda grandes guerras juntas, o crescimento populacional do planeta manter-se-ia em números pouco diferentes dos atuais.
A Segunda Guerra Mundial fez entre 50 a 85 milhões de mortos. Na primeira, estima-se que morreram 37 milhões de pessoas. Números que "mal fariam mossa na trajetória [do crescimento demográfico] dos próximos 100 anos", diz Corey Bradshaw, um dos autores da análise, citada pela BBC.
Noutro cenário, ainda segundo o estudo agora publicado pela Proceedings of the National Academy of Sciences, mesmo que o mundo inteiro adotasse uma política de um filho por casal - semelhante à medida em vigor na China - o número de pessoas vivas no ano 2100 não se reduziria significativamente: haveria entre 5 e 10 mil milhões de pessoas no planeta o início do próximo século.
Atualmente existem mais de 7 mil milhões de pessoas na Terra, prevendo-se que o número chegue aos 12 mil milhões no início do próximo século.
Ainda outra forma de olhar para o crescimento populacional: o número de pessoas hoje vivas equivale a cerca de 14 por cento das pessoas que já existiram em toda a História do planeta.
Estes dados permitem perceber o quão difícil será resolver os problemas inerentes à sobrepopulação, nomeadamente em relação à exaustão de recursos naturais. Barry Brook, o outro autor do estudo, não tem dúvidas: "Não há qualquer solução a curto prazo".
"Eficaz planeamento familiar e educação reprodutiva a nível mundial têm potencialidade para limitar a dimensão da população planetária e aliviar a pressão sobre os recursos naturais a longo prazo", diz Brook. "Só os nossos te-te-tetranetos poderiam usufruir de tal planeamento".

Fonte: Diário de Notícias

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