sábado, 15 de novembro de 2014

Cientistas põem voluntários a sentir fantasmas em laboratório

A noção de que está alguém perto de nós quando na realidade ninguém se encontra - o que muitos definem como sentir uma presença "fantasmagórica" - cria-se quando uma determinada zona do cérebro é ativada, concluiu um estudo agora publicado.
Os cientistas criaram até uma experiência de laboratório que recria essa sensação.
O documento, publicado na revista Current Biology analisa o processo cerebral em causa e descreve como é possível repeti-lo numa experiência controlada.
"A sensação é muito vívida. [Os participantes] sentem a presença de alguém que não conseguem ver. É sempre uma presença pressentida", afirma Giulio Rognini, do Politécnico Federal de Lausanne (EPFL).
Este tipo de sensações é frequente em pessoas que passam por situações extremas, como montanhistas, bem como indivíduos com determinadas condições cerebrais. Os investigadores analisaram os cérebros de 12 pessoas com doenças neurológicas que afirmavam ter experimentado uma presença fantasmagórica. Descobriram que todos estes pacientes tinham algum tipo de dano ou malformação em zonas do cérebro associadas com a auto-consciência.
Os cientistas depois testaram 48 pessoas saudáveis, que nunca tinham passado por qualquer experiência "paranormal".
Submeteram estes voluntários à seguinte experiência: de olhos vendados, o indivíduo manipula um robô que tem à sua frente. Enquanto faz isto, um outro braço robótico repete os movimentos nas costas do sujeito.
Quando os movimentos estão sincronizados - ou seja, se realizam ao mesmo tempo - a pessoa não sente nada fora do vulgar.
No entanto, quando se programa um atraso entre o movimento do robô da frente e o que está nas costas, alguns voluntários disseram ter a sensação de que mais alguém se encontrava na sala.
O efeito foi sentido em cerca de um terço dos indivíduos, chegando em dois deles a ser de tal forma intenso que eles pediram para parar a experiência, por terem ficado assustados.
"O nosso cérebro contém várias representações do nosso corpo no espaço. Em condições normais, ele é capaz de criar uma imagem unificada da percepção do nosso ser a partir dessas representações. Mas quando o sistema funciona mal por causa de uma doença - ou, neste caso, de um robô - pode-se criar uma segunda representação do nosso corpo, que já não é entendido como 'eu' mas como uma 'presença'", explica Giulio Rognini no artigo publicado na página da EPFL.

Fonte: Diário de Notícias

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