quarta-feira, 13 de julho de 2011

Neutrinos do Big Bang

Entrevista com Lawrence Krauss, director do Projecto Origens e co-diretor da Cosmology Initiative da Universidade do Estado do Arizona.
A ideia: As relíquias mais famosas que sobraram do Big Bang são as microondas que existem em todo o cosmos. No entanto, essa radiação cósmica apareceu quase 400.000 anos após o nascimento do universo, e muito do que aconteceu antes ainda permanece misterioso. Por outro lado, os neutrinos foram criados apenas um segundo ou mais após o Big Bang, e uma média de mais de 150 ainda devem preencher cada centímetro cúbico do universo. "O fundo cósmico de neutrinos tem sinais directos do como era o Universo nos seus primeiros momentos”, explica Krauss. Esses neutrinos poder-nos-iam dizer muito sobre o que aconteceu naquela época, se os conseguíssemos detectar directamente.
O problema: Os neutrinos são extraordinariamente difíceis de detectar, pois raramente colidem com átomos. Esses neutrinos antigos são ainda mais difíceis de detectar, e tais partículas de baixa energia interagem menos com qualquer matéria. "Um desses neutrinos pode viajar, provavelmente, um milhão ou 1 bilião de anos-luz antes de interagir com alguma matéria", explica Krauss. “Para detectá-los precisamos de um detector do tamanho de uma estrela ou até mesmo do tamanho da nossa galáxia."
A solução: Embora essas relíquias do Big Bang possam ser muito difíceis de detectar directamente, o cosmólogo Roberto Trotta e os seus colegas descobriram que, colectivamente, a atracção gravitacional desses neutrinos influencia o desenvolvimento do Universo, com efeitos de ondas neste mar primordial dos neutrinos visíveis na radiação cósmica.
Os cientistas estão também a tentar desenvolver outras maneiras de detectar essas partículas antigas. O físico teórico Andreas Ringwald da DESY, sugere a realização de experiências com elementos radioativos como o trítio. "Uma ideia maluca como essa precisa de soluções igualmente radicais", conclui Krauss.

Fonte: Scientifica American

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