sábado, 4 de fevereiro de 2012

Quasicristal premiado com Nobel caiu do espaço

Um cristal premiado com um Nobel acabou de ter estatuto de alien. Pensa-se que a única amostra conhecida de um quasicristal natural caiu do espaço, modificando o entendimento das condições necessárias para estas estruturas curiosas se formarem.
Os quasicristais são ordenados, tais como os cristais convencionais, mas têm uma forma mais complexa de simetria. Padrões equivalentes a essa simetria têm sido usados na arte há séculos, mas materiais com este tipo de ordem na escala atómica não foram descobertos até à década de 1980.
A sua descoberta, num material feito em laboratório composto por elementos metálicos, incluindo alumínio e manganésio, galardoou Daniel Shechtman do Technion Israel Institute of Technology, em Haifa, com o Prémio Nobel da Química no ano passado.
Agora, Paul Steinhardt da Princeton University, e colegas, revelam evidências de que o único quasicristal conhecido que ocorre naturalmente, encontrado numa rocha das montanhas Koryak, no leste da Rússia, faz parte de um meteorito.

Afinal… meteorito!

Steinhardt suspeitou que a rocha pode ser um meteorito, quando uma equipa que ele chefiou descobriu a amostra de quasicrystal natural em 2009. Mas outros pesquisadores, incluindo o especialista em meteoritos Glenn MacPherson, do Instituto Smithsonian de Washington DC, estavam céticos sobre isso. Agora Steinhardt e membros da equipa de 2009 uniram forças com MacPherson para realizar uma nova análise da rocha, descobrindo evidências que finalmente convenceram MacPherson.
Num artigo que os investigadores e as suas equipas escreveram juntos, afirmam que a rocha tem que ter estado exposta a pressões e temperaturas extremas típicas das colisões de alta velocidade que produzem meteoróides no cinturão de asteróides. Além disso, a abundância relativa de diferentes isótopos de oxigénio na rocha correspondente à de outros meteoritos, em vez dos níveis de isótopos de rochas da Terra.
Ainda não está claro como é que os quasicristais se formam na natureza. As amostras de laboratório são feitas por depósito de vapor metálico, com uma composição cuidadosamente controlado, numa câmara de vácuo. A nova descoberta de que eles se podem formar também no espaço, onde o ambiente é mais variável, sugere que os cristais podem ser produzidos numa ampla variedade de condições. "A natureza conseguiu fazê-lo em condições que teríamos pensado que era seria uma loucura ", diz Steinhardt.

Fonte: New Scientist

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