quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cancro: células mudam o perfil genético de acordo com o ambiente

Cientistas da Universidade East Anglia podem mudar a forma como drogas anti-cancro são testadas. De acordo com a equipa, os testes que procuram bloquear o fornecimento de nutrientes para os tumores podem estar a ser realizados sobre um erro.
Um tumor pode crescer apenas quando tiver desenvolvido o seu próprio fornecimento de sangue. As pesquisas têm-se, portanto, concentrado em encontrar uma maneira de travar a formação de novos vasos, cortando a alimentação dos tumores.
Este estudo comprova que as células são capazes de mudar o seu perfil genético – desligar genes expressos pelas células dos vasos sanguíneos e ligar genes específicos de células linfáticas. A existência de uma “chave” como esta já havia sido imaginada. No entanto, os cientistas voltaram suas observações para células linfáticas, em vez de células de vasos sanguíneos.
“Sempre se pensou que as células não poderiam mudar de sanguíneas para células linfáticas vasculares”, diz Lin Cooley. “Outros pesquisadores têm feito experiências a pensar que estavam a olhar para células sanguíneas, quando, na verdade, estavam a olhar para células linfáticas vasculares”. A descoberta é importante porque afinal eles não estão a estudar o que acham que estão.
Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores usaram células de veias humanas em experiências em que formam capilares – os menores vasos sanguíneos do corpo -, cultivadas em vários ambientes semelhantes aos do corpo.
O sistema vascular humano é composto por duas redes circulatórias: o sangue e os vasos linfáticos. Os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos são estruturalmente semelhantes, mas desempenham papéis muito diferentes, sendo constituídos por dois tipos de células distintos. “Nós descobrimos que quando as células das veias formam estruturas de tubo, elas aparecem para mudar o perfil genético, desligando genes expressos pelas células dos vasos sanguíneos e ligando genes específicos para vasos linfáticos”, ressalta Cooley. “Esta mudança pode ser revertida, e é dependente do ambiente particular em que são cultivadas”.
A equipa também demonstrou que as mudanças de identidade ocorrem em resposta ao ambiente, e não apenas especificado por sinais durante o desenvolvimento precoce. Um artigo sobre esta pesquisa foi publicado no Journal of Cell Science.

Fonte: Ciência Diária

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