quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cuidado com o inseticida

A epidemia de percevejos tem sido um grande problema. Esses insetos picam, porém não são conhecidos por ser portadores de doenças infecciosas, como os carrapatos e mosquitos. No entanto os produtos químicos usados para eliminar esses minúsculos insetos parecem ser prejudiciais.
Pelo menos 111 pessoas em sete estados americanos relataram adoecer depois de entrar em contacto com uma área tratada para acabar com percevejos (Cimex lectularius) entre 2003 e 2010, segundo um novo relatório publicado pelo Centers for Disease Control US. And Prevation (CDC).
Os sintomas mais comuns foram tonturas, dor de cabeça, falta de ar e problemas gastrointestinais, como náuseas e vómitos. Uma senhora de 65 anos da Carolina do Norte, que tinha várias condições patológicas subjacentes, morreu após o uso excessivo de inseticidas em casa, incluindo a aplicação direta no seu cabelo e pele, num esforço de se livrar dos percevejos.
Os produtos químicos implicados na maioria das reações foram piretrinas (compostos naturais) e piretróides (compostos sintéticos baseados em piretrinas), que são dois ingredientes frequentes em inseticidas. Com a utilização crescente, no entanto, algumas populações de percevejos têm desenvolvido uma resistência aos piretróides.
Os estados que participaram do programa de identificação da doença foram a Califórnia, Flórida, Michigan, Nova York (onde mais da metade dos casos foram relatados), Carolina do Norte, Texas e Washington. Quase três quartos das doenças aconteceram a partir de 2008, 2009 e 2010.
Relatórios de mais casos vieram através de centros de controlo de intoxicações, o que significa que provavelmente há muitos outros exemplos de doenças não declarados que ocorreram em outros estados. Isso também significa que é difícil fazer ligações definitivas entre os tratamentos contra os percevejos e os sintomas, sem ter um conhecimento mais clínico de problemas de saúde dos indivíduos e do seu ambiente. Assim, o CDC mostra cautela na ligação entre a maioria das doenças e tratamentos "possíveis", que em 16% dos casos se revelou "provável" ou "definitiva".
Muitas das reações ocorreram devido ao fato de as pessoas após usar o inseticida não lavarem as suas roupas. O modesto número de doenças relatadas em geral "não sugere um grande ónus à saúde pública", explica o CDC. Mas as pessoas seriam inteligentes se usassem outros métodos não químicos de controlo, tais como manter capas contra insetos nos seus colchões, descartar itens infestados e usar tratamentos térmicos (que podem matar insetos com calor ou frio extremos). Tais cuidados podem salvar a sua vida durante esse processo que consideramos “normal” e quotidiano, de usar o inseticida.

Fonte: Scientific American

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