domingo, 21 de agosto de 2011

Aceitação social e rejeição: o polícia bom e o polícia mau

Para provar que a rejeição, exclusão e aceitação são fundamentais para as nossas vidas, não é necessário ir mais longe do que a sala de estar, afirma Nathan DeWall, um psicólogo da Universidade de Kentucky. "Se se ligar a televisão e assistir a qualquer programa de TV sobre a realidade, a maioria deles são acerca de rejeição e aceitação", diz ele. O motivo, afirma, é que a aceitação - em relacionamentos românticos, de amigos, e até mesmo de estranhos - é absolutamente fundamental para os seres humanos. Num novo estudo, publicado na revista Current Directions in Psychological Science, DeWall e o co-autor Brad J. Bushman da Ohio University, efectuam uma revisão sobre a pesquisa psicológica recente da aceitação social e rejeição. "Embora os psicólogos se tenham interessado nos relacionamentos íntimos e no que acontece quando esses relacionamentos dão errado por um tempo muito longo, só há cerca de 15 anos é que os psicólogos têm vindo a fazer este trabalho sobre a exclusão e rejeição", diz DeWall. Os resultados têm destacado o papel central da aceitação na nossa vida.
DeWall pensa que pertencer a um grupo provavelmente terá sido útil para os nossos antepassados. Temos garras fracas (unhas), pouco pêlo, e infâncias longas; vivendo num grupo pode ter ajudado os primeiros seres humanos a sobreviverem em ambientes agressivos. Por isso, sendo parte de um grupo ainda ajuda as pessoas a sentirem-se seguras e protegidas, mesmo apesar de as paredes e roupas tornarem mais fácil para um homem ter mais sucesso
Mas a aceitação tem um irmão gémeo do mal: a rejeição. Ser rejeitado é prejudicial para a saúde. "As pessoas que se sentem isoladas, solitárias e excluídas tendem a ter uma saúde mais pobre", diz DeWall. Não dormem bem, os seus sistemas imunitários falham mais, e tendem a morrer mais cedo do que as pessoas que estão rodeadas por outras pessoas que se preocupam com elas.
Ser excluído também está associado a uma saúde mental pobre, e a exclusão e os problemas de saúde mental podem dar origem a uma situação destrutiva. Pessoas com depressão podem ter de enfrentar a exclusão com mais frequência por causa dos sintomas da sua doença - e ser rejeitado torna-os mais deprimidos, afirma DeWall. Pessoas com ansiedade social vivem o seu mundo em constante medo de ser rejeitado socialmente. Um sentimento de exclusão também pode contribuir para o suicídio.
A exclusão não é apenas um problema para a pessoa que sofre dele, podendo perturbar a sociedade em geral, diz DeWall. Pessoas que foram excluídas muitas vezes revoltam-se contra os outros. Em diversas experiências verificou-se que elas dão às pessoas muito mais molho quente do que as outras podem suportar e dão avaliações destrutivas a candidatos a emprego. A rejeição pode até contribuir para a violência. Uma análise de 15 atiradores em escolas descobriu que apenas dois não haviam sido rejeitados socialmente.
É importante saber como lidar com a rejeição. Primeiro de tudo, "Nós devemos assumir que todo o mundo experimenta a rejeição numa base semi-regular durante toda a sua vida", diz DeWall. É impossível passar toda vida com toda a gente a ser sempre boa para nós. Quando se é rejeitado ou excluído, afirma ele, a melhor maneira de lidar com isso é procurar outras fontes de amizade ou de aceitação. "Muitas vezes, as pessoas guardam estas coisas para si mesmas porque estão constrangidas ou não acham que valha a pena falar sobre isso". Mas o nosso corpo responde à rejeição de forma equivalente à forma de reagir à dor física, portanto deve ser levada a sério, e isso é bom para procurar apoio. "Quando as pessoas se sentem solitárias, ou quando as pessoas se sentem excluídas ou rejeitadas, estas são coisas de que se pode falar", diz ele.

Fonte: E! Science News

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