sábado, 6 de agosto de 2011

A solução para cordas vocais enrijecidas

Uma injecção de gel pode ajudar uma cantora como Julie Andrews a reconquistar a sua bonita voz. O material restaura a suavidade de cordas vocais que enrijeceram devido a cicatrizes.
Os cantores não são os únicos que podem sofrer danos nas cordas vocais. Cerca de 6 % da população dos EUA tem um distúrbio vocal, principalmente devido a rigidez nas cordas vocais. Fumar, cantar ou determinadas lesões podem provocar cicatrizes, e a idade endurece as nossas cordas vocais, até mesmo das pessoas mais calmas e caladas. Consequentemente, cordas rígidas não podem vibrar de forma tão eficaz, de forma a criar os tons diferentes das nossas vozes.
Os médicos são incapazes de reverter adequadamente os danos no tecido cicatricial, diz Steven Zeitels, um cirurgião de laringe no Massachusetts General Hospital em Boston, cujos pacientes têm incluído Andrews – que nunca conseguiu recuperar a sua famosa voz após uma operação na garganta, em 1997 – e o vocalista dos Aerosmith, Steven Tyler.
Uma equipa liderada por Zeitels e Robert Langer, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts tem investigado como restaurar a capacidade vibratória das cordas vocais, independentemente da presença de tecido cicatricial difícil.

Imitação melíflua

Os investigadores criaram um gel de polietileno glicol modificado - um componente comum em laxantes, que também é usado em tubos de revestimento de alimentação em hospitais - que imita a flexibilidade natural do tecido das cordas vocais.
A equipa injetou o gel nas cordas vocais danificadas de cães, em cima de tecido cicatricial existente e por baixo da membrana externa das cordas vocais. Gravaram imagens de vídeo de alta velocidade das cordas enquanto um fluxo de ar as atravessava, e analisar as imagens para avaliar como é que as cordas vocais vibravam. A análise confirmou que o material injectado restaurou as vibrações por três meses -, tendo sido depois absorvido pelo organismo.
Zeitels e Langer estão a tentar melhor o material para que dure mais tempo. Esperam começar para o ano com um ensaio clínico com cerca de 10 pacientes.

Fonte: New Scientist

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