quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Investigadores conseguem recuperar pulmão de ratos com enfisema

Embora possa ser a terceira maior causa de morte até 2020, as doenças pulmonares obstrutivas crónicas são pouco compreendidas pela medicina. Agora, no entanto, um estudo publicado no periódico científico especializado Cell, conduzido por uma equipa da Universidade de Giessen, na Alemanha, lança luz sobre o problema. Ao estudar ratos expostos ao fumo de cigarro durante meses, o pesquisadores encontraram uma forma de recuperar pulmões danificados.
“Não era muito claro o que causava a doença e não há nenhuma terapia para parar ou reverter a destruição do pulmão com enfisema”, diz Norbert Weissman, envolvido na pesquisa. Nos últimos 20 anos, nenhuma novidade em relação à doença foi alcançada em estudos. Não se sabia exatamente se a inflamação das vias respiratórias e a diminuição da função respiratória, frequentemente acompanhadas de hipertensão pulmonar – essencialmente pressão do sangue nos pulmões – seriam as causas ou consequências do enfisema.
Ao realizar as experiências com roedores, a equipa obteve fortes evidências de que as mudanças nos vasos sanguíneos pulmonares e o desenvolvimento de pressão alta precedem o desenvolvimento do enfisema. Além disso, a equipa conseguiu identificar o papel de uma enzima – iNOS – sobre a produção de óxido nítrico – importante, se equilibrado, para a abertura dos vasos. Quando esse sistema se desestabiliza, os níveis de óxido nítrico disparam. As moléculas sofrem então reações químicas, formando-se peroxinitrito, que leva à destruição do tecido pulmonar.
Para testar a teoria, os pesquisadores observaram roedores que foram submetidos a medicamentos (já utilizados em ensaios clínicos aparentemente sem efeitos colaterais) para inibir a enzima iNOS. Como resultado, viram que os animais estavam protegidos contra o enfisema e a hipertensão pulmonar. O tratamento também reverteu o curso da doença.
Agora, a equipa planeia testar os resultados submetendo os animais a uma terapia inalatória, com a esperança de que a droga atinja as concentrações terapêuticas apenas onde ela é realmente necessária.

Fonte: Ciência Diária

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