sábado, 21 de janeiro de 2012

Mortes por mordidas de cobra na Índia são 23 vezes mais do que se pensava

Quando uma cobra morde, uma visita ao encantador de serpentes não é o que o médico recomenda. Mas de acordo com a pesquisa apresentada na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene na Filadélfia, Pensilvânia, é isso que as pessoas têm feito - e estão a morrer por causa disso.
Um estudo em Bangladesh mostrou que apenas 3% dos pacientes tratados para uma picada de cobra foi diretamente ao médico, a maioria optou por visitar um encantador de serpentes cujos métodos de cura incluem recitar mantras.
Também na reunião, David Warrell da Universidade de Oxford destacou a incompatibilidade entre o número real de mortes e os registos oficiais. Warrell e os seus colegas descobriram que 46 mil pessoas morrem por causa de mordidas de cobra a cada ano na Índia, onde o número oficial é de 2000.
O seu estudo é o primeiro a estimar a prevalência de mordida de cobra com base em entrevistas com comunidades afetadas, em vez da taxa de visitas ao hospital. Ásia, África subsaariana e América Latina são as regiões mais afectadas. A maioria das vítimas vive em áreas rurais, e são, muitas vezes, muito pobres. Este afastamento significa mesmo os médicos nas principais cidades dessas regiões não vêem a questão como uma ameaça imediata à saúde pública.
A Organização Mundial de Saúde classificou a mordida de cobra como uma doença tropical negligenciada. "No século 21, a mordida de cobra é a mais negligenciada de todas as doenças tropicais negligenciadas", afirma Warrell.

Fonte: New Scientist

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